o horror, o horror

há várias ocasiões assim, na vida, pra sentir vergonha dos brasileiros e de fazer parte dessa categoria de ser humano. política, comportamento em transporte público, em cinema, teatro. além, é claro, da vergonha sem tamanho de invariavelmente encontrar brasileiros fora do brasil fazendo merda ou pagando mico. arrisco dizer que não há povo mais mal-educado fora do seu território que o brasileiro. toda vez que estou no exterior e escuto brasileiro gritando ou fazendo algazarra (e é sempre assim), calo a boca ou falo em outro idioma, pra ninguém saber que eu sou da mesma espécie que aqueles ali .

eu achava que já tinha sentido toda vergonha possível quando se trata desse assunto, mas essa semana tive o desprazer de tentar assistir algumas provas do panamericano. meu deus, que horror, que pavor! nosso povo super hospitaleiro vaia e xinga sem a menor cerimônia os atletas de outros países e em especial os atletas americanos. um comportamente altamente desportivo, simpático e civilizado, não é mesmo?

macacos destreinados, como eu já disse.

além da vergonha do povaréu, ainda tem a vergonha dos comentaristas de TV, que beira o insuportável. primeiro, as justificativas sem fim para os erros ou baixa performance dos atletas brasileiros quando comparados a atletas de outros países; segundo é a injustificável decepção que eles demonstram com medalhas de prata e bronze, como se não valessem praticamente nada. comentários puramente emocionais e que não dizem nada ao espectador interessado em fatos.

mas se em termos de planejamento e organização o evento foi um desastre, mostramos que de desfile de escola de samba e música nós entendemos muito: a abertura foi um show digno de sapucaí. da minha parte, francamente, eu preferia cronograma e orçamento em dia, além de profissionalismo na condução do evento, sabe?

que deus nos livre a todos de olimpíadas ou copa aqui no brasil. é capaz dos torcedores levarem tomate podre pra jogar nos atletas franceses e argentinos, de vingancinha, e levar pras gerais muitas faixas xingando os atletas americanos de “porcos capitalistas”.

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  1. Concordo!

    E a música : Viva essa energia, viva essa energia

    Juro que entendi Viva a cervejinha, viva a cervejinha… Sei que não fui a unica 🙂 Ah! Não bebo. Já me bastava aturar o “Ou seja, cerveja” que fere meus ouvidos pela indigência da criação mais o Zeca Feira (sem comentários).

    Não tinha lido uma linha sobre as vaias para as outras delegações. Obrigada!

    Já pensou uma Copa no Brasil? Faço as malas e volto para Pelotas enquanto durar 😀

  2. Nos meus tempos de frequentadora assídua de caraguatatuba, quase que uma caiçara, nascida e criada na cidade (e dúvido que alguém pensasse o contrário), eu dizia que os turistas (brasileiros) fazem na cidade dos outros o que não fazem na sua.

    Uma falta de educação e respeito total, que só esse povo sabe fazer como ninguém.

    Chega a dar vergonha mesmo!

  3. Assino em baixo Zel, senti muita vergonha pelas vaias… inclusive ao presidente e governador do Rio. Não acho que é dessa forma que devemos externar nossa revolta e indignação.

    Do post sobre seus leitores… eu só leio quem eu gosto, mesmo que nem sempre concorde com tudo o que leio. E se não comento mais é exclusivamente por não ter tanto tempo quanto gostaria. 🙂

  4. I couldn’t agree more, Zel! Também morro de vergonha da brasileirada barulhenta e mal educada.

    Uma coisa que vêm me irritando sobremaneira no Pan é a mania da torcida brasileira que, aposto, não entende bulhufas de ginástica artística, seus movimentos e respectivas pontuações, gritar a cada movimento aparentemente difícil ou perfeito. Digo aparentemente, pois os detalhes aos olhos dos juízes contam muitos pontos e nem sempre o que parece é. Cada vez que uma de nossas ginastas faz um salto daqueles mega power hiper plus o povão aplaude, grita, parece que foi gol. Naquela parte obrigatória quando elas cruzam a quadra dando vários mortais, os torcedores idiotas ficam batendo palmas, “acompanhando” a música como se fosse um circo ou sei-lá-eu-o-quê. Tenho certeza de que o desempenho de nossas atletas ficou aquém do esperado por conta desta torcida tão “animada”, que com esta barulheira tirou sua concentração.

    Sem falar que também vaiam as notas quando eles, torcedores especialistas em ginástica, acham muito baixas.

  5. Correção urgente: “uma coisa que vem me irritando…” sem acento claro! Escrevi algo no plural antes e mudei a frase e me esqueci de mudar o verbo.

    Eu tenho horror de cometer erro de português, mesmo que seja falha de revisão.

    bjs

    :o)

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