a arte salva

Sou artista de coração — embora nunca pudesse ser de profissão, já que me falta talento — e não consigo enfatizar o suficiente a importância do aprendizado das artes na minha vida.

 

Sou uma pessoa bem melhor por ter estudado música, teatro, poesia e história da arte.

 

Mesmo não sendo artista, sinto o efeito transformador da arte na minha vida, personalidade, humor e caráter.

 

Comecei a estudar música com 9-10 anos, e me lembro perfeitamente da sensação de felicidade que me trazia a prática do instrumento. Não precisava tocar bem — só tocar já era um processo de limpeza, uma mudança na minha vibração interna. A música me salvou em vários momentos difíceis da adolescência. Se me sentia triste, tocava e passava.

 

O teatro então, nossa, como me modificou. Aprendi a trabalhar em equipe, a enfrentar medos, a CONFIAR. Aprendi também a improvisar, aceitar os erros, tirar proveito deles.

 

Com o canto aprendi a respirar e ouvir a minha própria voz (que eu não conhecia; que eu escondia e modificava). E aprendi a ouvir também.

 

Tocando e atuando com outras pessoas aprendi a colaborar, a soar junto, a harmonizar. Não existe nenhuma faculdade nem curso nem coaching que ensinem isso. É um nível de atenção e respeito que só se aprende fazendo, errando e acertando.

 

Tocar num bloco pequeno, como o Bloquete, é um privilégio. Além de aprender mais sobre música, aprendemos sobre ouvir, ajudar, estar atento e completamente presente naquele momento. Tocar surdo, então, é uma experiência incrível de “aterramento”, pois o instrumento vibra seu corpo todo junto, e sua mente não consegue estar em nenhum lugar além daquele instante presente em que todas as peles vibram juntas.

 

Façam arte. Não se preocupem se é boa, relevante, bonita. Só façam. Não porque ela tem propósito para o mundo, ou valor, mas porque ela realmente tem poder de transformar.

 

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