fabricando

sobre gênero e esse mundo estranho

June 8, 2011 · 25 Comments

bem em linha com conversas que tenho tido com o fer e com a denize, esse texto aqui. trata-se da mania (que não tenho certeza que é só do brasil, não) de querer a todo custo salientar o sexo dos bebês, quando eles são ainda pequenos o suficiente pra sequer saberem que existem 2 gêneros.

quis saber o sexo do meu bebê o quanto antes, fiz inclusive o exame de sangue (sexagem fetal), tamanha era minha curiosidade. não direi que tanto fazia não: o fer queria uma menina, eu sempre quis um menino (ou melhor, sempre achei que teria um filho menino). em termos práticos, se fosse uma menina seria melhor porque queremos adotar nosso segundo filho (com sexo diferente do primeiro), e adotar meninos é bem mais fácil. mas era um meninão, e teremos que conviver com as dificuldades de adotar uma menina.

mas voltando: era mera curiosidade mesmo. na preparação do quarto dele e na compra das roupinhas (poucas, já que ganhamos quase tudo), nunca houve nada do tipo “isso é coisa/cor de menino” na hora de decidir. muito pelo contrário – sempre quisemos garantir que não houvesse essa chatice de cor de menino. o quarto dele é laranja e verde, com muitas outras cores misturadas.

mas as pessoas, gente. o que são as pessoas? uma insistência em comprar tudo azul e verde. nem laranja, lilás, roxo, vermelho. azul-e-verde. marrom, de vez em quando.

piorou quando ele nasceu: o menino tem uma cara de hominho que não dá nem pra disfarçar, mas basta botar uma roupa laranja, por exemplo, pra alguém perguntar “qual o nome dela?”. problema nenhum em confundir sexo de bebê, não me ofende nem nada (aliás, por que as mães se ofendem quando confundem o sexo do seu bebê?), mas me chama a atenção que as pessoas nem se dão ao trabalho de olhar a carinha do bebê, elas olham a cor da roupa!

bom, ok. aí a gente vai comprar coisas pro bebê (toalha, lençol, roupa, sei lá) e nas lojas a pergunta é sempre “é menino ou menina?”, e nossa resposta é sempre a mesma: faz diferença? sempre faz. é um drama pra conseguirmos ver coisas de cores “de menina”. costumamos comprar lilás, amarelo, laranja e mesmo rosa (a despeito da resistência das vendedoras!). adoramos usar rosa e roxo no otto, ele fica lindo. e continua com cara de menino (não que faça qualquer diferença…).

e, voltando ao texto, tem a história de furar orelhas das meninas. sou absolutamente contra. não só porque dói e é desnecessário, mas porque é algo que deve ser decidido pela menina, quando ela tiver idade pra isso. lá em casa, minha mãe não quis furar nossas orelhas, e diante da nossa insistência em furar quando crescemos, prometeu nos levar para furar quando completássemos 10 anos, se ainda quiséssemos. eu quis, e furei. minha irmã não quis, e furou bem depois. acho muito mais razoável e civilizado.

e tem a história dos cabelos, né gente. precisamos falar sobre isso: o que é essa história de deixar crianças (dos 2 sexos) com cabelos imensos, compridos? não é possível que só lá em casa que achamos que deixar criança com cabelo comprido é muito pouco prático e higiênico, além de ser muito feio (ok, de repente você acha bonito seu filho parecer o mogli ou sua filha parecer a bruxa do oeste. suit yourself).

crianças devem se preocupar em brincar, ser livres e aprender, e não a cuidar do cabelo. aliás, eles deviam se importar muito pouco com o próprio cabelo, tá claríssimo pra mim que encanação com comprimento de cabelo é coisa dos pais, mais especificamente das mães. que apego é esse ao cabelo, gente? e o culto aos cabelos compridos? vamos fazer as pazes com a rapunzel dentro de nós, por favor?

enfim, esse papo de gênero é uma chatice, e espero que consiga criar o otto sem essa encanação de cor de menina/cor de menino, ou que consiga neutralizar um pouco a pressão que ele vai receber de fora. e enquanto for eu que decido o corte de cabelo dele, sempre será curto, prático. rei leão, só no DVD.

Categories: educação

25 responses so far ↓

  • Felipe // June 8, 2011 at 8:58 pm |

    Boa Zel.

    Por mim eu comprava tudo preto para a sujeira demorar a aparecer. Quase todas essas paranóias que vejo em meninos e meninas mais crescidos são apenas reflexo daquilo que pensam e fazem pais e mães e avós e tios e toda essa gente que ama dar palpite para manter tudo como era antes, sem imaginar que os pequenos possam simplesmente ter ideias diferentes sobre tudo. Beijo.

    • zel // June 8, 2011 at 9:04 pm |

      hahahahaha! preto e marrom, você é dos meus 😀 criança vive imunda, melhor coisa. vou resistir o quanto puder a essa idiotice das cores. espero que ele consiga também resistir e adotar cores “alternativas”, apesar da pressão…

  • dani // June 8, 2011 at 9:04 pm |

    Cara, a julgar pelo escândalo que temos aqui em casa na hora de desembaraçar cabelo (vizinhos devem ficar a ponto de chamar o conselho tutelar, juro. Lia agora já não grita como se estivessem matando, mas por ela o cabelo ficava trançado forever porque não precisa pentear), só posso concluir que as mães que cultivam cabelão das filhas/os ou jamais encaram pessoalmente a tarefa de penteá-las ou têm uma megafixação mesmo pra aturar a gritaria. Afe.

    Mas esse papo das coisas-divididas-por-gêneros é sacal mesmo e, believe me, vocês tão vendo só a pontinha do iceberg por enquanto. Deixa chegar mais na idade do Otto escolher/ganhar brinquedos pra vocês verem como a estereotipificação (existe isso?) triplica. Eu já vi um pai numa festinha tentando dissuadir o filho de uns dois anos de brincar num carrinho (carrinho, vejam) porque o dito cujo era rosa e roxo, portanto, “de menina”. E em loja de brinquedo é direto: pais/mães arrebanhando os filhos/as pra longe das prateleiras ditas para o sexo oposto como se tivesse algo contagioso lá. Ida a loja de brinquedo, aliás, costuma me dar muito material pra reflexão (e pra depressão, via de regra :P)

    • zel // June 8, 2011 at 9:12 pm |

      ai, o drama do cabelo, dani. lembro quando a keké era pequena, era um INFERNO. ela chorava pra pentear o cabelo (ninho de rato) e chorava MAIS pra cortar. mas isso tudo é culpa do meu pai, que até hoje reclama de mulher de cabelo curto, porque BONITO MESMO é cabelo comprido. ridículo.

      juro que não sei o que faremos. tenho horror absoluto a essas coisas de coisas de meninos versus coisas de meninas. mas sei que é praticamente impossível isolar o otto do mundo da separação dos gêneros, de repente até faz parte como ritual de passagem, de reconhecimento de si mesmo, sei lá. mas odeio, acho uma forçada de barra horrorosa.

      aliás, preciso escrever sobre lojas, supermercados, shopping com crianças. tenho muita resistência, vou evitar levá-lo o quanto puder.

      beijo e saudade 🙂

  • renata // June 8, 2011 at 9:59 pm |

    não tinha pensado ainda na história dos brincos, sabia? vou refletir sobre o assunto.

    eu fui uma criança e adolescente que queria ter o cabelo curto E vermelho. e tive. minhas bonecas, inclusive, tinham o cabelo (ruivo, quando possível) todo picotado tão logo saíam da caixa. o resultado é que minhas colegas diziam que eu não era menina porque não tinha cabelão e a cor dele era “esquisita” (roxo, por um tempo, que não era cor de menina “normal”). não tenho dúvidas de que o discurso delas era apenas reflexo do dos pais e mesmo hoje, tantos anos depois, vejo essas mesmas meninas, hoje mães, repetindo bovinamente a lógica rosa-menina, azul-menino. acho bobo e, no mínimo, pouco criativo.

    • zel // June 9, 2011 at 4:15 pm |

      o problema é que muitas mães projetam né? acham que cabelo é que define a mulher, e enloquecem querendo que suas filhas pareçam miss. já viu menina de 8, 9 anos com cabelo até a cintura?! horroroso.

      criança tem que ter cabelo prático, ponto final. cabelo como “arma de sedução” é só pra fase reprodutiva, pô 😀

  • Andrea Nunes // June 8, 2011 at 10:00 pm |

    Zel, comprar roupas para bebês aqui é um saco, para as meninas, na minha primeira filha era tudo ou rosa ou laranja, agora na segunda, oito anos depois é tudo rosa ou roxo. Tenho comprado só fora, infelizmente pela net, muita coisa da Carter´s que tem coisas de todas as cores para meninos e meninas, aproveita que tu tá nos EUA e dá uma olhadinha na Carter´s, que além de tudo é bom e muito barato.

    Ele tá lindo, lindo e fiquei impressionada com o tanto de dentes, a Andressa faz 9 meses dia 16 e agora que apareceu o primeiro dentinho…

    • zel // June 9, 2011 at 4:17 pm |

      só compro na carters, é super barato, confortável e durável! amo. e eu compro unissex sempre que possível, mas é bem difícil achar lojas americanas que sejam assim. as européias são bem melhores nesse sentido.

      o otto teve dente muito cedo mesmo, diz que é de família. e come pra caramba, provavelmente por causa da dentição precoce… ele tá com mais 2 apontando 🙂

  • Suellen // June 9, 2011 at 9:36 am |

    A Dani disse tudo. Praticamente tive um colapso numa loja de brinquedos quando fui comprar um presente pra filha de um amigo, de 2 anos. As opções, além de serem todas em cor-de-rosa e lilás, limitavam-se a: penteadeirinha, fogãozinho e panelinhas, tábuas de passar (!!) e por aí vai. Para os meninos, animais de todos os tipos, foguetes, espaçonaves, carros, caminhões, enfim, o mundo todo. Tão indignada, comprei um quebra-cabeça. Pelo menos motivo a menina a pensar.

  • Luciana // June 9, 2011 at 11:27 am |

    Oi Zel !

    Nossa .. tô sofrendo isso na pele !! Como estou esperando uma menina, as escolhas de roupa são mt dificeis pq vc não consegue escapar do rosa. E eu sempre detestei rosa e adorei cores em geral. Mesmo pra comprar presentes pros outros é dificil. Lembro que qd descobri a gravidez, fui comprar alguma coisa pra brincar com o meu marido na hora de contar: comprei um babador escrito “I Love Daddy” em tons de verde. Mas a vendedora foi quase insuportável com a insistência em querer saber se era menino ou menina e se era presente, se eu não queria levar uma coisa mais “específica”. Eu, que já estava achando dificil digerir a noticia da gravidez, quase mandei ela a merda. Eu queria comprar o que queria e pronto ! No questions asked ! Será tão dificil assim ??? Meu médico deu uma resposta mt boa, qd eu comentei que tinha uma amiga (assim como vc) que queria mttt saber o sexo do bebê logo; ele disse: “mas hj em dia, só vamos saber mesmo, lá pelos 14 anos ….. ” .. achei o máximo … hahahaha

    Nem queria chá de bebê pq sei que iria ganhar um monte de coisas que eu detesto (aquelas estampas horrorosas de bichinhos estranhos, só cor rosa e outras cositas más), mas me convenceram a fazer o raio da festa e eu pedi tudo branco, pq pelo menos eu poderia estilizar depois com alguma aplicação ou coisa do gênero. Posso dizer que ganhei pouquíssima roupa. Mas devo admitir que mt coisa dela é rosa. Mas o que eu consegui sim fazer, foi evitar comprar uma tonelada de coisas. A maioria eu ganhei e qd eu fui comprar (tb comprei nos EUA, na Carter’s) foi tentar comprar o mais variado dentro do possível. Inclusive na seção de meninos (tão bonitinhas as roupinhas !! pq não, né ?! Cinza com verde, amarelo ou azul ..)

    Minha sogra ficou horrorizada !! hahahahaha E mesmo o meu marido, dentro da loja dizia: “mas ai é seção de meninos !” e eu respondia: “e daí ? não é fofo ?” .. e ele concordava !! hehe

    Qt ao brinco, adorei o texto, já sentia uma enorme admiração pelos povos nórdicos em mts tradições (especialmente em criar gente pra ser … gente ! E não homem, mulher, advogado, pintora … lá vc é o que quiser e ninguém tem absolutamente nada com isso … adoro essa liberdade !!) e pra mim não foi surpresa. Vou ganhar um brinco de bebê de uma amiga, mas como não se faz mais o furo no hospital, posso esperar um pouco pra decidir.

    Eu mesma fui furar as orelhas com 14 anos pq a minha mãe tb não fez qd eu era pequena e uma tia me incentivou e acabei tendo que furar 3 ou 4 vezes pq sempre inflamava e fechava. Mas a vontade de ter o furo era maior. No final das contas, acabei fazendo um segundo furo, que hj me arrependo um pouco pq .. bem, não fazia diferença ter mais um. Mas adoro brinco. Se saio sem eles, me sinto nua … no geral, uso pequenos, mas sempre uso. Vou admitir, na escola eu me sentia um ET pq sempre fui a única a não ter brincos e acho que foi isso que me motivou a furas até fechar o furo !! Minha mãe não tem orelha furada até hj e não sente falta.

    Bom, é isso .. desculpe o texto gigante !! Mas eu sempre me empolgo escrevendo !

    Bjs e continue nos presenteando com textos e ideias novas ! Adoro o seu jeito de pensar e os blogs .. hehe

    • zel // June 9, 2011 at 4:18 pm |

      obrigada 🙂

      eu acho que ser mãe de menina é mais difícil que ser mãe de menino. não é só essa parte da pressão social, é também a questão de comportamento. me assusta a forma como tratam meninas crianças como mini-mulheres. roupas adultizadas, saltinho (!), tudo muito sexualizado. assustador!

  • Fer (o da Zel) // June 9, 2011 at 11:30 pm |

    Zel, o Otto já sentiu isso na pele, e faz tempo… lembra da UTI? O menino não tinha nem uma semana, todo entubado e espetado, e as enfermeiras não davam chupeta para ele porque tinha acabado a azul e só tinham rosa.

    E nem é culpa delas. Disseram que os pais reclamam se der chupeta rosa para menino. Haja medo, não?

  • Luciana // June 10, 2011 at 9:26 am |

    Verdade Zel …

    Eu gosto de ir no cabelereiro pra cortar o cabelo … hahaha .. não sou contra se cuidar, até pq eu me cuido e bastante, sou vaidosa. Mas entendo que isso tem idade.

    Qd criança, nunca me interessei por maquiagem e pintar as unhas, eu queria mesmo era brincar e na rua !!! Aliás, tenho pavor de pensar nesse lado da nossa “nova” sociedade extremamente sexual .. crianças hj em dia não são mais crianças … a adolescência está começando cada vez mais cedo e isso me assusta … mt !!

    Mas eu prefiro deixar pra me preocupar com isso qd a minha pimpolha chegar lá .. Se a gente pensar mt sobre todas essas coisas, ou a gente fica louca ou não tem filhos …

    Bjsss

    • zel // June 10, 2011 at 12:06 pm |

      nem diga, ser mãe de menina é dureza. como protegê-las dessa sexualização precoce? acho muito complicado.

      mas, verdade: quem pensa, não casa e nem tem filho 😀

  • Nuna // June 10, 2011 at 3:41 pm |

    Quando eu era pequena, meu pai, que era grego e bem bravo, obrigava a minha mãe à cortar meu cabelo como o de meus irmãos, curtinho…eu odiava, ficava parecendo menino…Quando cresci comecei a me impor e deixei os cabelos crescerem, mas sempre cuidei muito bem.
    Dos 4 namorados sérios que tive na vida, 3 eram cabeludos, inclusive o meu marido e eu achava lindo, e ainda acho.
    Teve uma época que fiquei careca, e fiquei realmente triste, por tudo o que englobava a perda…apesar de depois ver que não era tão importante assim…
    Até fiquei graciosa com cabelos curtinhos (quando voltaram a crescer), mas não consigo tê-los assim, me sinto melhor com eles compridos.
    Minha filha já teve chanel e comprido, ela gosta de ter um certo comprimento para poder fazer tranças, rabos de cavalo, maria chiquinha, usar fitas, deixo ela escolher o que prefere. E meu menino não tem o cabelo mais curto do mundo (vc pode ver nas fotos dele), eu gosto assim, é óbvio que ele não opina muito e nem tem como,quando ele entender vai poder dizer como prefere, mas a verdade é que eu acho bonito e mantenho limpinho também 😉
    Quanto às roupas, os dois sempre usaram todas as cores sem problemas…

    • zel // July 15, 2011 at 10:28 am |

      acho saudável ter irmãos “mistos” até por isso, sabe: a gente acaba aproveitando roupas e brinquedos, e misturando um pouco. filho/a único/a além de ter risco de mimar demais, tem a história do foco no gênero né… não curto!

  • Mariangela // June 10, 2011 at 4:58 pm |

    Zel, pois aqui na Espanha é uma mistureba geral,pelo menos nas grandes cidades.Os pais,em geral,nao estao nem aí com estilo de roupas,comprimento de cabelos e se ve normalmente de TUDO. As crianças em geral andam sempre muito coloridas,tipo calças estampadas,sapatos cheios de cores,etc.E na praia dá-lhe a família toda pelada.
    As crianças,muitas,tem uma bicicletinha de madeira para passear pela cidade que é uma fofura,parece aqueles brinquedos antigos.E os cabelos,se ve de tudo também. Hoje mesmo vi um gurizinho de corte super raspado e atrás um pequeno rabo de cavalo meio encaracolado,super fashion hahahahaha.
    Viva España!!!!Beijo querida!!

    • zel // June 14, 2011 at 12:18 pm |

      hehehe, o povo aí é mais moderno, não deve ter tanto essa coisa do MACHO MAN! 😀

      • Mariangela // June 16, 2011 at 8:04 am |

        Acredito que não tenha mesmo tão forte esta coisa do macho man,mesmo sendo latinos,até porque aqui o casamento gay é normal e protegido por ley,tem gays adoidado e ninguém se esconde.Fim de semana mesmo fui a praia e estava lotada de gays,tinha até bandeira do arco-iris em uns pontos,mas tinha de tudo também, o povo nu e tals,e muitos de biquini e sunga.Comentei com meu marido que aquela cena seria IMPENSÁVEL no Brasil..
        Adoro o visual das crianças em geral mas as meninas são de verdade ainda meninas(não existe menina de maquiagem e salto aos 7,9,10 anos como no Brasil),usam sandálias baixas e meias,algumas um lencinho na cabeça que fica a maior fofurice e charme,já vi até de 2,3 anos de lencinho,uma graça!!!
        Não existe a figura da mini-puta MESMO nem meninas vestidas de dançarinas do tcham hahahahaha!!!
        Claro que me chama atenção pois tenho filha mulher.
        Depois observo os guris e te digoBeijo querida!!

  • Danielle // June 14, 2011 at 11:15 am |

    Zel, nesse fim-de-semana viajamos pro sul, em meio ao caos aéreo devido ao vulcão. Nessa epopeia pelos aeroportos, pelo menos umas três pessoas se referiram ao Luca como “ela”; apesar do rostinho óbvio de menino, cabelo naturalmente bem curto e ausência de brincos, florezinhas ou lacinhos. Acho que é porque ele estava com uma calça laranja! (e blusa bege com marrom!) Não era rosa, nem lilás, era laranja. Homem decerto não pode usar laranja? Ou bebê, né, depois que cresce aí pode. :/

  • Danielle // July 14, 2011 at 11:23 am |

    Oi Zel, já que você não tem atualizado o blog (espero que esteja tudo bem), acabei relendo este post e surgiram umas reflexões. Em primeiro lugar, adorei o comentário de alguém de que hoje só vamos saber o sexo lá pelos 14 anos.
    Em segundo, também me irrito com essa questão das cores, e faço questão de não usar no Luca somente azulzinho, verdinho. Uso quase todas as cores, muito vermelho, um pouco de laranja, sempre evitando o azulzinho, que acho muito sem graça. Mas rosa e lilás ainda não arrisquei, porque aí é pedir pra confundirem e criticarem, e meu espírito contestador atualmente tem sido suplantado pela falta de paciência pra discutir ou ficar dando explicações. Pra menina, já acho mais tranquilo usar azul, por exemplo, e até fiz questão de comprar esses dias uma roupinha de menina azul nos EUA (aqui não tem!), de presente, já que não tenho filha; acho o máximo sair do lugar-comum.
    Quanto aos brincos, não tenho uma opinião muito forte sobre o assunto. Furaram minhas orelhas no hospital (sem consultarem meu pai), e eu nunca achei ruim. Adoro brincos. Já minha irmã, meu pai ficou mais atento e não deixou, pois achava que isso era “coisa de índio”. Resultado, ela furou só quando era maiorzinha, e sempre teve problemas de infeccionar o furo, alergia com qualquer coisa que não seja ouro ou prata… E ela fica muito chateada, pois também adora brincos. Devido a essa experiência, acho que eu furaria as orelhas de uma filha bebê, simplesmente pra tentar evitar esse tipo de problema mais tarde. Se ela decidisse não usar brincos dps, ótimo, mas teria a opção.
    Inclusive estive numa viagem a trabalho na semana passada, e reparei que uma moça da China não usava brincos, nem tinha as orelhas furadas.
    Quanto aos cabelos compridos, novamente tenho o exemplo da minha irmã. Um dia meu pai (sempre ele! rs) a levou pra cortar o cabelo no barbeiro dele, e ela (com 5 anos) pediu o corte Lady Di, que estava na moda. O cara fez simplesmente um corte curto, que parecia um menino. Ela já saiu de lá chorando, e conta até hoje que sofreu bullying por parte dos coleguinhas, amiguinhos da vizinhança, que a chamavam de menino, e ficou com o maior trauma. A partir de então, começou a deixar o cabelo crescer e cultivou pra sempre o cabelão (hoje ela tem uma filha de 3 anos e também não corta muito o cabelo dela).
    Acabei de lembrar que minha irmã na verdade sempre foi meio “tom-boy”, era um moleque, brincava com nossos irmãos de subir em árvore, sempre de shorts e descalça, e na adolescência era grunge. Até hoje não usa roupas muito femininas e frescurites como rendas, laços e babados (a marca feminina é o cabelão). Já a filhinha dela de 3 anos ama tudo cor-de-rosa, hello kitty, princesas, bailarinas… isso não foi imposto a ela, nem teve um modelo em casa. É uma questão de gosto, acho… Ela desde que aprendeu a falar também pede pra pintar as unhas, pois vê a gente (dizemos que criança não pode), e usar batom (deixamos usar o protetor labial da nívea, dizendo que é o “batom de criança” – ela não questiona. ainda). Bem peruinha, mas depende dos pais, também colocar limites, né.
    Bjs

    • zel // July 15, 2011 at 10:30 am |

      eu acho que as crianças têm lá suas preferências/estilos “natos”, mas o ambiente influencia muito. mas tem os exemplos tipo a minha irmã, que é super básica (nada perua) e minha sobrinha sempre foi MUITO PERUA. de usar só rosa, só saia (e minha irmã usa chinelo e bermuda o tempo todo).

      há que se respeitar essas coisas também 🙂

      mas cabelo compridão (pra meninas ou meninos) eu realmente sou contra. além de dar trabalho, fica um visual “pesado”, adultizado mesmo.

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