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Tagarela

December 2, 2016 · Leave a Comment

A noite chega, e com ela os momentos filosóficos do Otto.
O: “por que as pessoas falam tanto?”
(Hahahhahahahha! Isso que dá ficar sozinho comigo muito tempo)
Eu: “algumas falam muito, outras pouco. Por exemplo: já reparou que a mamãe fala bastante?”
O: “JÁ!”
Eu: 😛 “a vovó Vera também. Na família da mamãe todo mundo fala muito. Já na família do Papai Fernando eles falam bem menos. O Papai fala pouco!”
O: “eu falo menos ainda que o Papai!”
Eu: “HAHHAHA não sei não… acho parecido. Mas é assim: as pessoas são diferentes.”
O: “meus amigos falam muito, sem parar.”
Eu: “e não tem nenhum amigo assim mais parecido com você, que fale menos?”
O: “não. Até meu melhor amigo fala MUITO!”
Eu: “e você gosta dele do jeito que ele é. Você vai encontrar ainda muita gente como você, não se preocupe.”
**
Cada vez que entro (mesmo que no rasinho) no mundo dos introvertidos, sofro por eles. Deve ser muito difícil viver nesse mundo frenético.

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Sobre limites

December 2, 2016 · Leave a Comment

A gente tenta acertar, mas erra a mão. Assim é a vida de educadora, e espero estar sempre atenda pra consertar (sempre é tempo!).
Fui buscar o Otto na escola um desses dias, e na saída um colega encontrou com ele do lado de fora (ou seja, os pais por ali em algum lugar) e enquanto a gente ia pro carro o menino começou a fazer caretas e mostrar a língua pro Otto, de uma forma bem agressiva, meio rosnando, provocando.
Otto ficou meio acusado, mas confrontou o menino e disse, de cara fechada: “eu não gosto que faça assim comigo! Para!” — veio pra perto de mim e falou “por que ele está fazendo isso?”
Eu: (querendo dar uma rasteira no moleque) “não sei. EI, por que você está fazendo isso? Que coisa feia!”
O menino disse algo como “ahhhhhg, ele também faz isso pra mim, hue hue!” meio Neanderthal assim mesmo, e eu estranho muito porque o Otto é um lorde, né. Mala, porém lorde.
Eu: “pois se ele fizer pode reclamar, que isso é muito feio.”
E saímos. No carro, vi que ele estava muito chateado, resolvi investigar.
Eu: “Otto, tudo bem? Tá chateado?”
O: “tou. Não gostei do que o amigo fez.”
Eu: “eu entendo, você tem razão. Mas você fez certinho — disse pra ele que não gostou.”
O: “mas e se ele não parar?”
Eu: “você pode dizer pra ele que vai se afastar, que não quer brincar desse jeito.”
O: “mas mamãe, eu quero ser legal com os amigos!”
(VRÁ. Seja porque de repente ele é uma pessoa melhor que eu, ou porque ele sente que não deve desagradar as pessoas mesmo quando elas são desagradáveis. Acho que é a 2a opção)
Eu: “entendi, meu amor. É legal pensar assim, mas você não precisa ser legal SEMPRE, de qualquer maneira. Se a pessoa não é legal com você, você pode falar que não gostou e sair de perto. Não é pra sempre, é só até a pessoa mudar o comportamento.”
**
Ele ficou lá pensando, espero que tenha absorvido o que tentei explicar. Mas me dei conta que graças à personalidade dele (introvertido e muito direto) várias vezes insistimos que ele deve “ser legal”, pra agradar os outros. E que ele faz isso mais pelos outros que por ele mesmo.
Me deu uma tristeza — quero ensinar pra ele que é importante sim ser legal com as pessoas, mas com limites.
Os limites se constroem, claro, não são preto no branco. Mas ah, eu queria tanto poder ajudar ele. 💔

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Tudo que não sei

December 2, 2016 · Leave a Comment

“Mamãe, o que é ‘guerra’?
“Mamãe, 1 minuto é muito ou pouco?”
“Mamãe, por que você me ama?”
Nunca pensei que as perguntas fossem tão difíceis e tão lindas <3

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