Monthly Archives: November 2011

encerramento de um blog

e esta é a primeira vez, em 11 anos escrevendo em blogs, que oficialmente encerro um deles, sem previsão de volta.

ferrets são animais incríveis. tenho um amor e admiração enorme por eles, e sinto muito por não tê-los mais na minha vida. e apesar de toda o amor e admiração, creio fortemente que não devíamos importá-los. digo mais: as pessoas deviam parar de comprar animais em lojas. há muitos animais da nossa fauna que podem ser adotados, então por que importar, por que comprar?

esse é assunto longo, e que não quero desfiar aqui, no último post deste blog. mas se alguém chegar aqui procurando informação sobre ferrets, recomendo este post, e recomendo a melhor veterinária que tive o prazer de conhecer, thais thomaz. o carinho e dedicação dela com os animais é tocante.

já tínhamos decidido não comprar mais ferrets em lojas desde 2003, desde então só adotamos animais que outras pessoas não queriam (e às vezes pagamos por isso, as pessoas não querem mais o bicho mas não querem dar…). mas então por que decidimos a partir de agora nem adotar mais? porque agora temos um bebê, atualmente com 1 ano e 2 meses, e bebês são incompatíveis com ferrets.

ferrets não devem ser criados presos em espaços pequenos, eles precisam no mínimo de um cômodo pra si, com brinquedos e estímulo, pois são muito ativos. porém são extremamente frágeis e nem sempre são sociáveis. não é incomum que sejam agressivos, mordam e não gostem de ser manipulados. e, muito importante, não são quase nunca “simpáticos” como os cachorros, que adoram atenção e gente junto deles. neste aspecto, se parecem com os gatos mais ariscos. como misturar um animal frágil e frequentemente arisco com um bebê, que não tem noção da força e quer brincar com tudo que vê? seria uma vida de separação, que só traria problemas pra nós.

ficamos então com a pretinha até o fim da sua vida, cuidando dela e protegendo, mas ela ficou restrita ao seu quartinho, pois não dá pra prender um bebê engatinhando. era preocupação demais deixar os 2 soltos, optamos por deixá-la no seu quartinho, pois já estava velhinha e sem paciência.

espero que este blog possa ser útil para quem precisa entender mais sobre ferrets, e que sirva pra que alguém DESISTA de comprar um. para o bem deles. quem sabe um dia as pessoas param de comprá-los, e param finalmente de trazê-los de avião pra cá, depois de exaustivas horas de viagem num compartimento enquanto eles ainda são bebês.

pense nisso antes de comprar um ferret, ou qualquer outro animal: por que você quer um animal de estimação? se a resposta for qualquer coisa que não o simples desejo de compartilhar a felicidade de viver junto com outra criatura, não o faça. ter animais por status é muito pouco, é vazio. eles merecem mais que isso, e você também.

beijo e amor pra vocês todos, meus 8 ferrets queridos! vocês sempre viverão na minha memória e nas lindas fotos que me fazem morrer de saudade e amor.

preta, * 23/jul/2003 + 01/out/2011

Big sister Pretinha & Otto

querida pretinha,

se eu de verdade acreditasse num céu ou paraíso de animais (ou qualquer tipo de paraíso, diga-se) você estaria nele, com certeza. nunca houve um ferret tão doce, macio, suave e querido quanto você. sua doçura era sua marca registrada, seu maior charme e o que sentiremos mais falta.

mas nem por isso você tinha menos personalidade, que fique claro. como todos os ferrets, você era obstinada, curiosa e muito brincalhona. uma capetinha! enquanto seus irmãos estiveram conosco, você fez questão de infernizar bastante a vida deles, com convém a todo furão que se preze.

adotar você foi a melhor coisa que fizemos, seu pai sempre dizia. lembro com perfeição do dia em que conhecemos você, e levamos pra casa. era um apartamento na av jabaquara, e você morava numa gaiola, na área de serviço. uma senhora bem velhinha cuidava de você, e pegava você no colo pra fazer carinho 1 vez por dia. (talvez venha daí sua doçura, sua carência eterna por afeição e afofos?)

você sempre foi linda, nos apaixonamos quando vimos e pegamos. nunca tínhamos visto uma pelagem de ferret tão linda quanto a sua, parecia um casaco de pele bem macio e comprido, lindo demais. e achávamos que você seria essa lady educada e doce sempre… mas bastou chegar em casa e soltarmos você, e o espírito do ferret se libertou 🙂 lembramos (e rimos muito) sempre do seu primeiro encontro com seus irmãos, no caso, com a didi.

enquanto andava, serelepe pela casa, não se deu conta que havia a DONA da casa, ali do lado. de repente você se virou, viu a minúscula e deu um salto, imenso, assustado, como se fosse desenho animado! rimos tanto de você (e da cara de “nem te ligo” da didi) neste dia. e rimos, amamos e nos divertimos todos os dias da sua vida.

sempre te amei, pequena. mas quem te amou MESMO, tanto quanto é possível alguém amar um ferret, foi seu pai. você sempre foi a preferida dele, e claramente era ele que você sempre amou mais. você dormia no colo dele, ou simplesmente ficava ao lado dele enquanto ele trabalhava. a sombrinha dele, dia e noite. e mesmo no fim, quando você estava fraquinha e já indo embora, era com ele que você se sentia mais feliz.

ele cuidou de você como se cuida de um bebê (verdade seja dita, cuidou de TODOS vocês), especialmente neste último ano em que eu estive tão ausente, tentando cuidar de mim mesma e do seu irmão humano. sinto culpa por não ter estado mais próxima, cuidando de você e dando tudo o que você sempre mereceu. mas a vida é assim, pequena, e felizmente seu pai foi mais de um por você.

depois de 8 anos muito felizes de vida, seu coraçãozinho desistiu de bater, cansou de pular e manter você saltitante por aqui. e decidimos, ao invés de observar você apagando como uma vela, dizer adeus e deixar você descansar. você foi embora numa madrugada de outubro, mas nunca vamos esquecer você, querida.

você vai viver na nossa memória e nas muitas fotos que mostraremos para seu irmão humano nos próximos anos. guardaremos você bem guardadinha nos nossos corações, e o amor, dessa forma, é mesmo eterno.

descanse, princesinha.