penélope

eu tinha uma história pra contar, de uma moça que ama, que chora mais do que há lágrimas, que se sente mais bonita nua que vestida, que adora um homem como a um deus, que só lembra das coisas boas, que pensa em coisas ruins que nem são (e talvez não serão), que garimpa amigos verdadeiros, que oferece mais do que tem, que cobra muito, que se cobra mais ainda, que ama bichos e que quando criança queria ser patinadora, que engordou e emagreceu e tem estrias, briga à toa e se arrepende, que fala muito, que sonha em ser mais bonita do que é, que se gosta mas fica insegura quando o cabelo tá esquisito, que foi muito consumista e hoje é só consumista, que adora viajar mas gosta mais ainda de voltar, que fica tímida quando alguém a acaricia sem dizer nada (mas se esquenta por dentro), que gosta de frutas e bossa-nova, que aprendeu a gozar de jeitos diferentes com o mesmo homem (e sempre se espanta com isso).

na verdade não sou eu: ela é que tem histórias pra contar, mas sempre esquece e vive as histórias, um tico por dia, e não divide com ninguém.

egoísta!

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