o país do carnaval

a internet é incrível porque nos dá material real (em oposição às revistas e jornais) para avaliar as diferentes manifestações a respeito do resultado das eleições. confesso que, com 34 anos, ainda não consigo não ficar espantada. é impressionante como para quase todo mundo que fala de eleições se trata de ganhar e perder e não de continuar caminhando como nação.

andei lendo bastante gente que queria que o chuchu ganhasse (até porque só a “nata” do nosso país está na internet, não é, minha gente?) e eles estão completamente inconformados e vomitando aqueles chavões asquerosos do tipo “no brasil só tem ignorante mesmo” ou “nós somos minoria” (nós = os inteligentes, esclarecidos, lúcidos) ou “o brasil está perdido” e por aí vai.

sei lá qual seria o discurso dos “perdedores” do outro lado, caso o chuchu vencesse (esconjuro!), provavelmente alguma coisa inversamente proporcional e tão idiota quanto. não importa.

meu ponto é que não vejo uma pessoa sequer satisfeita porque o processo democrático se cumpriu, foi uma escolha e não uma imposição, seguimos adiante e nenhuma mudança radical vai (ou iria, fala sério) acontecer. me espanta muito os tão “esclarecidos” e “inteligentes” que votaram no chuchu se convencerem desse papo ridículo que as coisas seriam realmente muito diferentes caso ele tivesse ganho. muitos destes mesmos sempre votaram na esquerda e votaram no lula antes e agora estão “colocando o PT de castigo” votando em qualquer um que seja posicionado como seu nêmesis. por favor, isso não é rinha de galos, ou não devia ser.

nem vou discutir que temos um problema a respeito de ética e honestidade no brasil, isso é fato e é endêmico. tem que ser resolvido de alguma forma e eu sinceramente não sei qual é. sei menos ainda quando presto atenção ao meu dia a dia e vejo pais de família subornando fiscais ou dondocas comprando vestido importado sem pagar imposto na daslu. todos nós, do garçom do boteco ao presidente da república, precisamos mesmo dar um jeito nessa palhaçada, certo? estamos conversados sobre isso. continuemos fazendo a nossa parte pra mudar nossa cultura de sempre se dar bem, pois talvez essa seja a raiz do problema.

bem, voltando à eleição: não, não foi o “brasil ignorante” que venceu o “brasil esclarecido”. vocês que se colocam no pacote de “esclarecidos” não fazem parte de um grupo de escolhidos brilhantes e incompreendidos em oposição à barbárie estúpida condescendente com a corrupção, viu? ninguém são e decente aprova a corrupção, e o brasil não é um país de dementes e indecentes, como alguns querem fazer parecer. há muitos que votaram no lula que desaprovam a corrupção, sim, mas que não vêem no chuchu (ou no partido-chuchu) uma alternativa exatamente ética.

partindo do pressuposto que a ética não tem sido um ativo político na história do nosso país (partido do chuchu incluso), parece no mínimo ingênuo basear a escolha do presidente nesta premissa. a mim soa mais como castigo aos escândalos (que são todo um capítulo à parte) mas principalmente cheira como calaboca ao “povão ignorante desse brasilzão de meu deus” representado pelo lula, que já teve sua vez e fez cagada. aliás, como sempre fazem os pretos e pobres, não é? sempre fazem cagada, por mais que tenham chance; não sobem na vida porque não persistem e não aprendem inglês (ou francês ou alemão, ou o que seja) porque têm preguiça.

pois eu, pessoalmente, prefiro o lula e tudo o que ele possa encarnar (pode adicionar todos os adjetivos positivos e negativos aqui) representando a mim e a este país do que aquele senhor-médico de família cristã do interior com sua careca pouco respeitável e sua mulher perua-paulistana com muito botox.

desconsiderando minhas preferências, dou valor ao processo democrático e fico feliz por perceber, por trás dos confetes e purpurinas da imprensa e das gentes cheias de opinião, que estamos caminhando com firmeza como nação. sim, nós estamos melhorando, contra fatos não há argumentos. há o que melhorar ainda? claro que há, e acredito que o futuro certamente trará escolhas políticas melhores e, quem sabe, nos reserve um cenário político com menos jeitão de caras.

aos “perdedores”, um recado: lamento não pela sua perda, mas por encararem uma eleição como disputa de cavalos ou de misses e não como oportunidade democrática. lamento por todos os que estão perdidos no mundo de caras e nas colunas político-sociais, nos que realmente acreditam que o problema do brasil é o povão ignorante do norte e nordeste que elegeu um retirante que nem fez faculdade (juro que li isso por aí, em blog e comments e já ouvi mil vezes).

pois eu digo que esse povo culto e fino do sul-sudeste com todas as suas faculdades e MBAs e viagens para aruba e disney (dos quais me excluo, que fique claro), sinceramente, me dá ânsia de vômito. e sigamos com fé, meus filhos, que o lula como presidente é, definitivamente, o menor dos nossos problemas.

0 comments to “o país do carnaval”
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  1. Zel,

    Eu adoro sua visão da vida e das relações humanas.

    Suas observações das pequenas belezas da vida e das sutilezas das relações interpessoais. Sua exposição sem medo de opiniões e, principalmente, emoções.

    Mas suas opiniões políticas são encharcadas de sentimento e não de fatos objetivos, que deviam permear uma análise política.

    Acompanhe melhor os desmandos, as ações profundamente anti-democráticas, a inépcia da administração pública que retrocedeu horrores nos últimos 4 anos. Sem emoção. Objetivamente.

    Infelizmente, o Brasil que ganhou as eleições é o Brasil que não vê que pior do que estar submetido à ditadura de uma minoria é estar submetido a uma ditadura da maioria. É o Brasil que acha que o Bolsa Família vai resolver a vida de alguém. Deprimente.

    Realmente o processo democrático evoluiu. Muita gente falou sobre isso, inclusive o FHC. Mas não é suficiente. Eu quero mais para esse país. Quero que ele deixe de ser o eterno país do futuro. E que, não como disse a Marilena Chaui (“É uma bosta de governo, mas é o meu governo”), seja um país do qual eu realmente possa me orgulhar…

    Parabéns pelo blog… realmente um sucesso… em todos os sentidos.

    Fernanda

  2. fer, eu deixo pra quem gosta mais dos números mostrar que sim, as coisas melhoraram quantitativamente.

    e a bolsa família, objetivamente, resolveu a vida de MUITA gente. mas o que é uma bolsa família pra nós, que estamos aqui nos nossos laptops a esta hora da noite, certo?

    eu tenho orgulho do meu país e da sua história, principalmente porque conheço o passado e acompanho o presente. os desmandos, palhaçadas na administração pública, corrupção e nepotismo não são novos. talvez você não saiba ou não se lembre, mas eles estão aí há anos. precisa mudar? precisa, mas isso não é novidade trazida pelo lula ou pelo PT. isso é parte deste país e espero que acabe, quando amadurecermos.

    eu continuo acreditando que melhorará e sei que melhorou (inclusive porque acompanho os números. mas não quero e não vou procurá-los pra mostrar aqui, isso sinceramente não me interessa)

    obrigada pelo comentário. fico feliz porque no fundo no fundo queremos a mesma coisa!

  3. Zel, parabéns pelas palavras certeiras. Você disse tudo o que eu queria dizer sobre o resultado das eleições e não tive coragem, pois meus amigos chuchizistas não dão conta de nada que tenha argumento, inteligência e ponderação. Só queriam saber de “tirar o barbudo, nordestino, sem dedo” (!!!), como se esse tipo de comentário (sim, eles diziam essas coisas) não fosse exatamente o contrário da ética que eles tanto procuram.Triste! Mas agora, foda-se, vc me encorajou a esfregar na cara deles tudo o que eu sei e eles nem fazem idéia a respeito de política.

    Parabéns!

    Beijão,

    Renata Marques.

  4. só um pequeno lembrete, que eu acho que procede:

    muitos dos desmandos, da roubalheira e da pouca vergonha que se descortinou no governo Lula tem sua origem em outros partidos, em outros tempos, quando outras pessoas e partidos estavam no poder e o PT ainda era oposição.

    sim, temos ainda muito o que melhorar mas um dos importantes sinais de melhoras é que temos mais CPIs levadas a cabo, e que o povo “ignorante-do-norte-nordeste” tem finalmente uma opinião definida, e se fez ouvir.

    não acho que o Lula é o melhor presidente, ou que o PT é o melhor partido, mas definitivamente é melhor que o chuchu, e que o partido-chuchu. e que venham outros, que se levantem outros, porque democracia é assim, se aprende fazendo e leva tempo.

  5. Zel,

    Escrevi um texto reclamando da mesma coisa: esse absurdo conceito perder/ganhar. Eleição não se perde nem se ganha, o candidato lança propostas[deveria] e o povo analisa e escolhe as propostas que julgar mais adequadas com o conceito de país [deveríamos].

    Lógico que o meu texto parecia mais a voz de uma adolescente dizendo “ninguém me entende, poxa”, e o seu está irretocável. 😀 Se quiser, eu te mando o meu por e-mail.

  6. coloca aqui no comment, menina-prodígio 🙂 já fica tudo no mesmo assunto e mais gente pode ler. “ninguém me entende, poxa!” também é válido 🙂

    beijos, meninas. fico contente que não sou só eu que tenho nojo desse povo que não quer o lula como presidente porque ele “não tem dedo” ou coisa dessa natureza. o horror, o horror.

  7. O preconceito tem muitas cabeças, e a estupidez tem muitas caras. A triste verdade é que, como disseram por aí, o eleitor não tem vergonha na cara. Eu não voto, porque resido fora do Brasil, mas a atitude dos votantes – e dos políticos – me assusta, de certa forma. A realidade é que infelizmente há corrupção em todos os partidos. Fazer de conta que “meu partido é intachável, o seu é uma corja de ladrões”, é, no mínimo, ingênuo. Em lugar de seriedade na hora de escolher em quem votar, temos uma torcida do estilo dos Hooligans. Com todas as consequências que qualquer postura maniqueísta acarreta.

    Aqui no Uruguay também tivemos o “voto castigo”, e assim o Frente Amplio (partido de esquerda, que conta com guerrilheiros e terroristas históricos em suas filas) chegou ao governo. Agora temos como Ministros e Diplomatas, homens que participaram de levantamentos armados e golpes terroristas, nos dias turbulentos que precederam a ditadura. Temos um governo que não sabe governar, e os sindicatos trabalhistas, que só estão preocupados com seus próprios interesses, governam o país. É tanto disparate, que eu poderia escrever um livro. E tudo por quê? Porque o eleitor estava com raiva dos outros partidos, e quis castigá-los. E depois querem um país melhor.

    Ah, mas o presidente é médico formado, com especialização em Oncologia. E tem todos os dedos. Como se isso fizesse muita diferença!

    O problema não são os políticos; a raíz do problema somos nós.

  8. Seguindo a indicação da figura única que é esse seu marido, resolvi dar uma olhada no blog e, especialmente, no texto que comento.

    Mesmo vendo algumas reclamações sobre sua maneira apaixonada de escrever sobre fatos políticos (que também não concordo que devam ser analisados pelas estatísticas frias), gostaria de dizer que adorei o texto. Quando perdemos a capacidade de nos emocionar e de imprimir sentimento em nossas palavras, mesmo escritas, teremos sidos cooptados pelo sistema.

    Vamos, por um momento esquecer que sou militante de esquerda.

    Vamos, por um momento esquecer que a filosofia de esquerda prega a igualdade de condições e oportunidades.

    Vamos esquecer também que a social democracia, lobo disfarçado de cordeiro, prega o discurso neoliberal disfarçado de “capitalismo com justiça social” (paradoxo absurdo).

    Obviamente, para que possamos ter um julgamento justo e idôneo, vamos também olvidar (eita nóis) que a direita e o capitalismo exacerbam as piores qualidades de um ser humano, como cobiça, ambição, mentira, amoralidade, falta de ética… Tudo para os fins justificarem os meios.

    Todos nós sabemos que não existe corrupção “menos pior”. Mas não posso admitir que representantes da elite decadente de um império político desmoralizado de direita sejam melhores opções do que o ideal da Internacional Socialista.

    Como todo militante de esquerda desse país, estou profundamente decepcionado com tudo que aconteceu. Mas falar que isso é novidade e exclusividade do PT é sacanagem!

    Parabéns pelo texto e vamos todos, sociedade civil, ONGs, militantes ou não, atuar de forma a pressionar o governo democraticamente, ao invés de ficarmos cuspindo marimbondos e pré-julgando a inteligência alheia pela escolha realizada!

  9. Zel, engraçada a exaltação ao processo democrático que tanto o PT fala sobre essa eleição… E as últimas? Não foram? Que eu me lembre, Collor, FHC e o próprio Lulla em 2002 foram eleitos democraticamente…

    E sei que é chover no molhado mas, de novo, por muito menos o Collor foi deposto…

    Mas, enfim, se o povo gosta de ser enganado, eu não gosto e não compactuo. Seja o Lula seja quem for. É triste dizer, mas de tempos pra cá tenho vergonha de ser brasileiro e nojo da falsa noção de ética do povo, que é capaz até de mentir pro governo pra ainda continuar a trabalhar e receber o bolsa família, como alguns casos que conheço.

  10. fernando,

    (1) sim, o processo democrático começou em 1989. quem disse o contrário?

    (2) o collor foi deposto por vários motivos (entre eles o confisco do nosso dinheiro, lembra?), entre outras coisas. ele foi deposto porque houve uma movimentação (não só popular. muitos outros interesses maiores estavam sendo servidos ali, incluindo a rede globo dando apoio ao impeachment). o lula foi reeleito com 60% de votos e eu não acho que são 60% de ignorantes, condescendentes, como disse no meu post

    (3) esse seu discurso de “o povo” versus você mesmo (ou quem quer que se inclua no seu “lado”) é justamente o que eu considero mais nojento. não existe “o povo”, existem pessoas. ao invés de se colocar numa arena oposta, procure entender o que fez essas pessoas (como eu) reelegerem o atual presidente

    (4) se tem nojo de ser brasileiro, faça alguma coisa pra mudar as coisas, ao invés de colocar a culpa no “povo”. comece por você mesmo, procure mudar a noção de ética da sua família, dos seus amigos, dos seus conhecidos, colegas de trabalho. se cada um de nós fizer só isso, as coisas mudam.

    abraços e obrigada pelo comentário.

  11. Fernanda,

    Você comenta o fato de as opiniões políticas da Zel estarem “encharcadas de sentimento e não de fatos objetivos, que deviam permear uma análise política”. Bom, ainda que sejamos ambos muito emotivos e muito racionais ao mesmo tempo, a Zel tende mostrar no blog seu lado mais sentimental mesmo, enquanto eu, quando me exponho, sou sempre muito mais racional. Vai entender…

    De qualquer maneira, você pede fatos, sem emoção, objetivos. Vamos lá.

    Podemos começar a listar dados por qualquer coisa da lista a seguir (claro, faremos isso em outro lugar que não aqui, se isso de fato acontecer). Ela compara os índices dos governos FHC (o último do PSDB que tivemos, considerando os 8 anos) e Lula:

    Criação de empregos:

    Lula: 6 milhões (4 milhões com carteira assinada), FHC: 700 mil

    Média anual de empregos gerados :

    Lula: 1,14 milhão, FHC: 87,5 mil

    Taxa de desemprego nas regiões metropolitanas:

    Lula: 8,3%, FHC: 11,7%

    Desemprego em SP:

    Lula: 16,9%, FHC: 19,0%

    Exportações (em dólares):

    Lula: 118,3 bilhões, FHC: 60,4 bilhões

    Balança comercial (em dólares):

    Lula: 103,3 bilhões, FHC: – 8,4 bilhões

    Transações correntes (em dólares):

    Lula: 30,1 bilhões, FHC: – 186,2 bilhões

    Risco-país:

    Lula: 204, FHC: 2.400

    Inflação:

    Lula: 2,8%, FHC: 12,53%

    Dívida com o FMI (em dólares):

    Lula: dívida paga, FHC: 14,7 bilhões

    Dívida com o Clube de Paris (em dólares):

    Lula: dívida paga, FHC: 5 bilhões

    Dívida pública:

    Lula: 34,2%, FHC: 35,3%

    Investimento em desenvolvimento (em reais):

    Lula: 47,1 bilhões, FHC: 38,2 bilhões

    Empréstimo para habitação (em reais):

    Lula: 4,5 bilhões, FHC: 1,7 bilhões

    PIB:

    Lula: 2,6% ao ano (até 2005), FHC: 2,3% ao ano

    Crescimento industrial:

    Lula: 3,77%, FHC: 1,94%

    Produção de bens duráveis:

    Lula: 11,8%, FHC: 2,4%

    Aumento na produção de veículos:

    Lula: 2,4%, FHC: 1,8%

    Crédito para a agricultura familiar:

    Lula: 6,1%, FHC: 2,4%

    Crescimento real do salário mínimo:

    Lula: 25,3% (Ganho real de 25,7% em três anos), FHC: 20,6%

    Valor do salário mínimo em dólares:

    Lula: 152, FHC: 55

    Poder de compra do salário mínimo em relação à cesta básica:

    Lula: 2,2 cestas básicas, FHC: 1,3 cesta básica

    Aumento do custo da cesta básica:

    Lula: 15,6%, FHC: 81,6%

    Índice de Desigualdade social:

    Lula: 0,559, FHC: 0,573

    Participação dos mais pobres na renda:

    Lula: 15,2%, FHC: 14,4%

    Atendidos pelo programa Saúde da Família:

    Lula: 43,4%, FHC: 30,4%

    Atendidos pelo programa Brasil Sorridente (atendimento odontológico):

    Lula: 33,7%, FHC: 17,5%

    Mortalidade infantil indígena (por 1000 habitantes):

    Lula: 21,6, FHC: 55,7

    Número de turistas que vêm ao Brasil:

    Lula: 4,6 milhões, FHC: 3,8 milhões

    Pró-jovem – estudo subsidiado

    Lula: 93 mil (18 a 24 anos), FHC: …

    Bolsa Família

    Lula: 11,1 milhões de famílias, FHC: …

    Incremento no acesso a água no semi-árido nordestino

    Lula: 762 mil pessoas e 152 mil cisternas, FHC: zero

    Distribuição de leite no semi-árido (sistema pequeno produtor)

    Lula: 3,3 milhões de brasileiros, FHC: zero

    Apoio à agricultura familiar

    Lula: 7,5 bilhões (safra 2005/2006), FHC: 2,5 bilhões (último ano de governo)

    Compra de terras para Reforma Agrária

    Lula: 2,7 bilhões (2003 a 2005), FHC: 1,1 bilhão (1999 a 2002)

    Investimento do BNDES em micro e pequenas empresas:

    Lula: 14,99 bilhões, FHC: 8,3 bilhões

    Investimentos em alimentação escolar:

    Lula: 1 bilhão, FHC: 848 milhões

    Investimento anual em saúde básica:

    Lula: 1,5 bilhão, FHC: 155 milhões

    Equipes do Programa Saúde da Família:

    Lula: 21.609, FHC: 16.698

    População atendida pelo Prog. Saúde da Família:

    Lula: 70 milhões, FHC: 55 milhões

    Porcentagem da população atendida pelo Programa Saúde da Família:

    Lula: 39,7%, FHC: 31,9%

    Juros:

    Lula: 16%, FHC: 25%

    BOVESPA

    Lula: 35,2 mil pontos, FHC: 11,2 mil pontos

    Dívida externa:

    Lula: 165 bilhões, FHC: 210 bilhões

    Desemprego no país:

    Lula: 9,6%, FHC: 12,2%

    Dívida/PIB:

    Lula: 51%, FHC: 57,5%

    Eletrificação Rural

    Lula: 3.000.000 de pessoas, FHC: 2.700 pessoas

    Livros gratuitos para o Ensino Médio

    Lula: 7 milhões, FHC: zero

    O que você acha? Mais objetivo agora?

    Ah, mas você pode dizer que o FHC não estava concorrendo, e que eu devia comparar com a administração do Alckmin em São Paulo. Certo, vamos lá…

    Vejamos o que o “gerente” Alckmin fez em São Paulo. Ele deixou, só até setembro, um rombo de R$ 1,2 bilhão nas contas do Estado. O governador Cláudio Lembo confirma. E não dá para passar o pepino, digo, o chuchu para frente, já que ele recebeu o estado com as contas em dia.

    A CTEE foi avaliada em R$ 15 bilhões pela Anel, em 2005. Foi vendida, no governo Alckmin, por menos de R$ 2 bilhões.

    Bom, você pode também querer dizer que o governo Lula foi marcado pela corrupção. Bom, só para a gente conversar sobre isso, vamos primeiro refrescar nossas memórias, ok? Só para termos todos os dados de todos os lados…

    Alckmin enterrou mais de 60 CPIs na assembléia legislativa de São Paulo. Como aliás também fez FHC e seu Engavetador Geral da República, lembra? Quantas CPIs tivemos no governo Lula mesmo? Então tá. E elas pelo menos aconteceram…

    Alckmin levou o cachorro para Campos do Jordão no helicóptero do governo do estado.

    A Folha publicou ter documentos que comprovam que um de seus assessores estava envolvido no esquema de desvio de R$ 48 milhões da Nossa Caixa, no gasto irregular com publicidade. O PSDB barrou a CPI.

    Viu ali em cima o chuchu da privatização da CTEE? Pois bem, o PSDB barrou a CPI que apuraria a privatização.

    O dossiê que revela a existência de um caixa dois, montado com dinheiro de Furnas, mostrou ser Alckmin o beneficiado, com mais de 9 milhões de reais para sua campanha ao governo de SP.

    Funcionários da elite da Assembléia Legislativa de São Paulo tiveram a ajuda do PSDB paulista para burlar o teto salarial de R$ 13.540,85 estabelecido após a reforma da Previdência, promulgada em dezembro de 2003 pelo governo federal.

    Escândalos de Goro Hana (o Goro Grana) na gestão da qual o Alckmin foi vice no governo de SP.

    Por coincidência, as verbas publicitárias na gestão Alckmin foram direcionadas para veículos de comunicação que falavam bem dele.

    Quem foi indiciado no caso do mensalão? O PRESIDENTE do PSDB.

    70% das ambulâncias do escândalo das sanguessugas foram compradas pela Gestão FHC; essa mesma gestão se enroscou no escândalo da compra de votos para a reeleição; e também fraudou a privatização das Teles; e fez o Proer; e o filho dele organizou o Pavilhão de Hannover com uma verba de 18 milhões de Reais… Ele sabia? O PSDB sabia? Ninguém sabia de nada? 😉

    E eu nem entrei na corrupção do governo FHC, porque vamos precisar de outro blog só para isso.

    E aí, quer falar objetivamente de quais dados?

    ***

    Ah, eu não quero de modo algum dizer que estou feliz com o que vi nos últimos 4 anos, especialmente quanto à corrupção. Mas estou muito menos triste do que nos 8 anos anteriores…

  12. Meu sonho, amore. Meu sonho!

    Mas eu confesso que dessa vez cansei do discurso da “elite esclarecida e instruída”. Mantive distância de muita gente pra não ter de ouvir merda e passar — na cabeça deles, veja bem, porque muita gente só entende assim — por “militantezinho petista”. Zero paciência. Dessa vez, pra quem teve brilho pra admirar o processo democrático e tudo o mais, meus parabéns; quem não teve, converse com a minha mão.

  13. Zel, já estou fazendo. Estou me mexendo para mudar de país. Quero ter meus filhos vivendo em um local seguro, com pessoas civilizadas, honestas. Não posso dizer que todos os países do mundo estão livres da corrupção – seria leviano de minha parte. Fico com inveja quando vejo um processo como o “Mãos Limpas” na Itália ou quando os presidentes de empresas como CA, Worldcom e Enron são presos nos EUA. Sinceramente, quero viver em lugares assim. Ver de perto como a justiça é feita, etc. E, ao contrário de muitos, não tenho vontade de voltar não. Já paguei muito imposto, empreguei, fiz trabalho voluntário, ajudei muito mas, sinceramente, encheu o saco e minha tolerância foi a zero. Abraços!

  14. fernando (o último), acho que essa sua resposta deixa clara sua opção: defender o seu e que se danem os demais. faço votos de que possa usufruir do que outros países já conquistaram há mais tempo.

    nós que ficamos aqui por opção vamos continuando a tentar fazer desse aqui um país onde outras pessoas (mais pessoas, pois elas já existem e migram dos países de “primeiro mundo”, aliás)queiram viver.

  15. oi, zel. já tinha passado por aqui algumas vezes por indicação do pedreiro (o guga) que sempre fala de você. até a receita do perupatolinha eu já tinha visto! mas quando me deparei com esse teu texto hoje eu fiquei *uau* e *uau*. acho que você foi muito feliz em tudo que disse. e, ao contrário do que disse alguém nos comentários, achei até que você foi comedida no quesito “emoção”. eu não consigo falar dessa eleição de maneira objetiva, até porque quando eu nasci, meu pai havia sido cassado pela ditadura militar, qu impôs vinte anos de mordaça nesse país. dia 3 de novembro nasceu fabrício, filho de uma grnade amiga. o presidente do fabrício é um ex operário. acho que isso diz muita coisa sobre nós e uma delas é que demora, sim, mas as mudanças vêm. um grande beijo

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