countdown

pra compensar os dias de aniversário que tiro de folga, trabalho como uma louca nos outros dias. às vezes morro de vontade de escrever um pouquinho por aqui mas é tanto cansaço mental que não dá: até escrever um post bobo parece complexo demais pro meus neurônios podres.

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o texto sobre adultos infantilizados me deixou pensando muito. ser adulto não quer dizer que não se pode ser divertido, brincar, dar risada, etc. é engraçado: pra mim sempre foi claríssimo que ser adulto não significa ser ranzinza, mal-humorado ou triste. aliás, ser sério tampouco significa ser chato ou triste ou qualquer coisa dessa natureza. assim como “ser criança” não significa ser alegre ou divertido.

e é curioso reparar que tornar-se adulto tem muito mais relação com certas escolhas do que com idade, condição financeira ou estado civil. poderia citar dúzias de exemplos de pessoas que conheço que pensam que são adultas mas são, na real, infantis. batem o pé, são inconvenientes e acham que o mundo deve alguma coisa a elas (lrembram do famoso “eu não pedi pra nascer?”).

não sei até que ponto isso transparece aqui, mas sou muito séria. pessoas que não me conhecem muito bem estranham um pouco quando percebem o quanto eu sou séria apesar do jeito brincalhão. não levo quase nada na brincadeira, mesmo as supostas brincadeiras. e não gosto de coisas sérias ditas em tom de piada, considero isso uma falta de respeito absurda.

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ainda sobre o tal artigo: diferente da dani, uma das coisas que mais gostei no texto sobre ser adulto é o repúdio aos relativismos. também odeio, de coração. pra mim isso é uma praga da modernidade, pau a pau com o politicamente correto. o relativismo explica todo tipo de barbaridade — por exemplo achar aceitável cortar fora o clitóris da mulherada lá na áfrica porque “é a cultura deles” — e o politicamente correto faz com que nos tornemos retardados (ops :D) a ponto de chamar alguém como eu, baixinha, de “verticalmente prejudicada”.

e no meu tempo, apelar para o relativismo era chamado de “sabonetar” ou “enrolar” e politicamente correto era simplesmente “eufemismo”.

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há alguns meses vivemos com um poltergeist aqui em casa: como no filme homônimo, a nossa TV ficou possuída. após quase 2 anos de tentativas infrutíferas de exorcizá-la (as 2 assistências técnicas deram o caso como perdido), nos irritamos e, num impulso, compramos outra TV. de 50 polegadas, tela plana, retroprojeção 😀 agora nessa casa não existem mais atividades que não sejam relacionadas à rainha da casa (ela), incluindo sexo. aliás, falando em sexo, filhos? nem morta. eles vão querer nossa TV e o PS2, sai fora!

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hoje, como diz um amigo, tive uma experiência fora do corpo: fui secretária (não consegui dizer não) da reunião de condomínio aqui do prédio. uma experiência surreal e ao mesmo tempo insuportável. confesso que o prazer antropológico de observar o quanto as pessoas são malucas e/ou sem noção e/ou idiotas e/ou burras não compensa o horror que é anotar as panaquices discutidas. no inferno deve ter reunião de condomínio todo santo dia, com ata.

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juro por deus que teve um cara que sugeriu que fosse incluído na ata, para providências, o assunto “orientação para que as empregadas não arrastem móveis”. e eu preocupada com um programa de reciclagem de lixo para o prédio, a sonhadora incorrigível (e idiota).

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ah, e a celeuma a respeito de cortar uma árvore no jardim do prédio? motivo: o porteiro não vê direito quem está no portão de entrada lá da puta que pariu e, afinal, “a árvore fica torta quando venta”. ahn? pois aberta a maldita pauta, várias pessoas já queriam aproveitar e cortar uma jaqueira enorme que tem na frente do prédio, porque “faz sombra na minha sala” ou coisa parecida. e eu, que sempre achei que sombra na sala era bom, entendi porque essa cidade do capeta quase não tem árvores. deve ter um monte de idiota desse tipo espalhado por aí. que nem aqueles que cimentam o jardim porque “aparece inseto” ou “tem terra”.

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é como se diz na minha família: “morre tanta gente boa e pragas que nem essas continuam aí, atazanando os outros”. ó: vêem por que eu não posso ser a favor de politicamente correto? vai contra todos os princípios e valores que aprendi no meu sacrossanto lar 😀

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  1. muito bom o texto! parabéns!

    penso praticamente as mesmas coisas, principalmente em relação ao “politicamente correto” que, vamos e venhamos, é uma expressão surreal em si mesma… se é político, não pode ser correto; se é correto, NÃO pode ser político!!!

    beijos!

  2. Na reunião de condomínio percebemos como tem gente mesquinha e pobre de espírito. Apesar da péssima sensação (hoje, por acaso, tenho uma), dá até um certo conforto de saber que estamos *MUITO* longe dessa gente.

    O programa de reciclagem funciona legal no prédio Zel, lixeiras separadas, instruções etc. O que precisa é de uns 3 ou 4 moradores que comecem a idéia e depois o resto segue sem contestar.

    bjs

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