grécia, dia 9: em trânsito

este foi o dia de sair de santorini, de barco, voltar a atenas, alugar o carro e ir adiante. é um bom momento para falar da experiências com o sistema aquaviário da grécia…

catamarã highspeed

este é um barco nota 10, você mal percebe que está no mar, é incrível. balança pouquíssimo (imperceptível) apesar da velocidade enorme. absolutamente confortável e quase sem contratempos. mas já volto pra esse pedaço, preciso contar outra história antes:

o trecho creta-santorini, por outro lado, foi uma experiência bem diferente. é outro tipo de catamarã, bem menor, numa viagem de mais de 4 horas. o barco foi lotado, com cadeiras como de avião, e com aquelas fileiras centrais de 5 pessoas. fomos numa dessa, eu espremida entre o fer e um inglês grandão e simpático. acho que foram as 4 horas mais bizarras da minha vida, e explico o porquê.

todos sentados, tripulação mal-educada (e sinto dizer que a maior parte dos que lidam com turistas são toscos por lá. rola um mau-humor generalizado), empurrando a galera pros lugares. o barco sai e em 5 minutos desenvolve uma velocidade absurda e quica na água loucamente. juro: o barco sai da água e cai (é um barcão!), balançando de um jeito que nunca vi. não é possível ficar de pé sem se segurar como numa montanha-russa. 7 minutos depois as pessoas começam a passar mal e os tripulantes começam a distribuir saquinhos de vômito. eu percebo que vai fuder, porque o fer não se sente bem (mas tomou dramin, portanto é improvável que vomite) mas o inglês do meu lado está 100% verde.

em 10 minutos 10% das pessoas no barco já tinham começado a vomitar. nos saquinhos, ao nosso redor, no chão, onde dava. nos próximos 30 minutos posso dizer que 40% das pessoas estavam vomitando (ou) quase vomitando (ou) tentando não vomitar (ou) passando muito mal. e quando um vomita do seu lado, rola uma empatia, vocês sabem.

eu não sabia se ria ou chorava, porque estava parecendo filme do monty phyton. eu não vomitei nem fiquei abalada, apesar do inglês ter vomitado (a 30cm de mim) umas 4 vezes, com barulhos dignos de filme B.

(tipo: UAAAAAHHHHHHGGGGGG, UUUUUGGGGGG, AAAAAHHHHHHGGGG)

os tripulantes, desesperados, “trocavam” os saquinhos (cheios por vazios) e corriam pelos corredores com esfregões para manter o local minimamente habitável. eu expliquei que é tudo fechado? e que havia somente 2 banheiros? pois agora já sabem. eu, que estava com ódio da falta de educação da tripulação, tive um momento de compaixão (mas durou pouco).

mas voltemos ao catamarã enorme e bom no qual fomos de santorini a atenas: não balançou, não teve saquinhos e até conseguimos tomar um lanche. não fosse uma família de turcos mais imundos que porcos de chiqueiro que se acomodou a alguns metros de nós, a viagem teria sido perfeita. os turcos eram nojentos, não sei nem como explicar. sujos, engordurados, com roupas rasgadas e muito folgados. e com dinheiro, pois viajaram na classe executiva e gastaram uns bons euros de refrigerante, comida e afins. quantos euros deve custar pra tomar banho, não? que horror.

e eu, a louca, olhava pra eles horrorizada e só conseguia pensar que antes de mim podia ter sentado uma criatura daquele naipe naquela-mesma-poltrona. o pavor tomou conta de mim e tive que improvisar com um saco de papel pardo a respiração do pânico. inspira-segura-expira.

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em atenas o calor era de 40 graus, sol na cabeça e mochila nas costas. pegamos o metrô (muito bom, aliás) do porto para o aeroporto, alugamos um carro e fomos para o trecho continental da viagem. nossa primeira parada foi delfos, já no início da noite.

há algumas poucas fotos desse dia, que foi basicamente viajando, lendo guia e planejando os próximos passos.

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