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história #18: claudia letti

Era o blog da Zel (uma piscina camuflada por arroubos leoninos) e o Delícias Cremosas. Eu, balzaquina e sem jeito (uma libriana aprendendo lidar com a desconfiança escorpiana) , abri meu blog e fui participar do Delícias (há! piada!). Claro que continuei sem jeito, saí do Delícias, mas segui com meu blog e lendo a Zel todo santo dia, tipo cartão ponto mesmo. Enquanto Zel interagia com todo mundo e escrevia de um tudo, eu, o maior pé atrás, lia, relia e tinha o maior medo de puxar a cadeira pra desfiar um assunto. Admirava, abismada como ela abordava tu-do! sem papas na língua. Pra mim, ela era uma espécie de personagem/celebridade da web, com tudo que isso significa, o lado bom e sua interação, troca de ideias, abordagens diferentes e abrangentes; e o lado menos glamouroso que provoca inveja, expõe a vida de um jeito torto escancarando a porta pra qualquer passante. Mas, minha admiração por essa Zel me inspirava pra escrever posts menos herméticos (como ela chamava os meus), e eu ousava, devagar e do meu jeito, ser menos obtusa no meu blog.

Eu nunca pensei que conheceria a Zel, assim, cara a cara. Ela lá em São Paulo, eu no Rio. Ela com uma vida agitada na época, eu quase uma dona de casa, não fosse meu trabalho com a escrita. Mas, a vida tratou de nos apresentar fora da web e eu fiquei confusamente — sim, confusamente — contente por conhecê-la, afinal, não era exatamente a mesma Zel que eu lia. Depois de uma meia hora de bate papo, me atrevi a perguntar ‘onde estava, afinal, aquela moça pimenta pura que eu conhecia do blog?’ Porque pessoalmente, Zel é doce — mais parecida com o jeito de escrever dos dias de hoje embora ainda mais doce — e começamos ali uma amizade que é uma das mais importantes na minha vida.

Então, além das receitas culinárias que ela compartilha e me atrevo a fazer, sobretudo da receita do Pão Pita que, sempre que eu faço tenho que repassar pra alguém que gosta; além dos assuntos que a Zel aborda e que me deixam pensando — ela é uma criatura que se pensa muito e isso me agrada demais –, além de me ensinar quase toda semana alguma coisa sobre relacionamentos, posso dizer que a melhor história que o blog da Zel me trouxe foi a Zel. Uma amizade, que eu sinto, é forte, bonita, presente e pra vida toda. Eu não vejo como poderia haver história melhor pra contar.

Obrigada por isso, Zel. Por tudo. E por ter permitido que seu blog fosse a ferramenta pra ter você na minha vida.

Real.

Claudia

http://terapiadapalavra.com/

http://lettiania.wordpress.com

http://mmepaprica.wordpress.com/

http://crondia.blogspot.com/

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eu juro que não sei como falar da claudia direito. acho que esse post aqui descreve bem como me sinto a respeito dela. ao invés de falar dela, falo da nossa história.

a clau é astróloga, jornalista, cozinheira e gata 🙂 (de verdade, ela é linda) mas eu não a conheci em nenhum desses papéis, tudo começou com o meu ex, que a encontrou e ficou amigo virtual dela. por causa dele nos aproximamos, nos conhecemos, nos adoramos. ele ficou no passado, mas ela continua aqui mais presente que nunca.

ri muito lendo a história da clau, porque sempre peguei no pé dela com os textos herméticos. eram mesmo: textos bem fechados, cheios de beleza e mistério, revelando só o suficiente dela própria pra que nós leitores ficássemos apaixonados e mortos de vontade de conhecer mais, entrar na intimidade dela (com todo respeito :D). ela é libriana, sim, mas com o ascendente escorpião gritando, não se enganem. ela é sedutora, e sabe muito bem como usar os muitos talentos que tem. bom, eu me apaixonei por ela, como tantos de nós que conseguiram chegar perto o suficiente.

ao vivo a claudia me encantou mais ainda. eu imaginava que ela fosse linda e charmosa, mas não sabia o quanto ela era contagiante. estar perto dela, pelo menos pra mim, é sempre uma recarga de baterias. a claudia esteve do meu lado nos momentos mais difíceis destes últimos 10 anos, sempre firme e forte, objetiva, positiva. ela sempre tem uma palavra de esclarecimento. vejam que eu não disse sabedoria ou apoio, porque essa não é a claudia. por mais que de alguma forma eu a associe com minha mãe (nada ver com idade ou figura maternal; é que ela é forte, como minha mãe sempre foi), ela não passa a mão na cabeça e nem dá colher de chá. ela traz luz quando as coisas estão nebulosas e escuras, ela tem uma clareza de pensamento assustadora. ela me pegou pela mão várias vezes quando eu estava confusa e de alguma forma me ajudou a reencontrar meu caminho.

a claudia foi uma das que se assustou com meu excesso de exposição, mas que entendeu perfeitamente o que acontecia ali por trás. eu nunca consegui enganar a claudia, gente. até antes de me conhecer ela me conhecia melhor que eu. ela enxergou em mim a doçura que eu demorei a ver em mim mesma e escondi. ela viu e celebrou minha fragilidade, meus medos, minha insegurança, porque isso tudo é tão parte de mim quanto a segurança, a assertividade, o furor. boa astróloga que é, me ensinou que sou sim uma pisciana muito leonina, com essa lua maluca em sagitário que nós duas coincidentemente (?) compartilhamos.

nossas conversas são e sempre foram longas, cheias de histórias profundas inevitavelmente marcadas por piadas e risadas. porque se tem uma coisa que nós duas detestamos é depressão, mau humor, má vontade, vitimismo. tão diferentes e tão similares, nos jogamos de cabeça (e corpo) nas nossas paixões, sem medo de errar e ser feliz. e sem medo de cortar laços que já não fazem mais sentido.

a claudia me deu colo nos momentos em que eu mais precisei, sem que eu pedisse, sem nhé-nhé-nhé. ela viveu comigo o momento montanha-russa, quando eu estava lá no alto cheia de adrenalina e quando eu cheguei ao fim exausta, triste, sem forças. são 8 ou 9 anos de amizade sem nenhum tipo de percalço, só amor e companheirismo, na medida.

claudia, minha querida, nossas vidas e blogs se misturam de um jeito que não sei separar. foi graças a este blog que conheci você, e só isso já é motivo suficiente pra jamais me arrepender dessa trajetória de 10 anos tão cheia de altos e baixos. que venham mais 10, mais 20 anos, sempre com você do meu lado.

beijo muito grande, querida.

4 comments to “história #18: claudia letti”
4 comments to “história #18: claudia letti”
  1. Zelínda,

    Uma coisa é certa: eu nunca consigo superar você em manifestação de carinho. Essa doçura que eu descrevi sempre me deixa sem saber o que dizer, a não ser agradecer por ser você quem é, acima da amiga que sempre se mostra.

    Você é tudo de muito bom, guria.

    Um beijo enorme – no barrigão também!

  2. Marina acabou de chegar, ler e me disse que você meio que se descreveu enquanto me descrevia. E só pra pegar no meu, no nosso pé, falou que você, definitivamente, encheu a minha bola.

    Acho que vou ficar uma criatura insuportável a partir de agora. rsrs

    Mais beijo!

  3. clau, fala pra marina que ela não me engana não. ela é sua maior fã, e tenho CERTEZA que ela concorda com o que eu disse 🙂

    se eu sou parecida com você em algumas coisas, SORTE MINHA! hahahhahahahaha 😀

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