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história #42: denize barros, a aniversariante do dia!

Não lembro a data ao certo, mas sei que foi logo que cheguei a São Paulo vindo de Recife, em 2002, quando comecei a escrever um blog chamado “Minha Vida Grayscale” que falava basicamente da minha dificuldade de adaptação nesta cidade. Comecei a andar loucamente por aí, buscar referências e pessoas afins e achei o blog da Zel. Na época tinha um template com pequenas fotos e eu na afobação de querer encontrar amigos perdidos na “Grayscale” mandei um e-mail pra ela toda amiga achando que ela era outra Zel, pernambucana, que tinha cruzado meu caminho em Recife e talecoisa. Enganei-me né, claro. Eu escrevi toda frufruzenta dizendo “oiiii zelllll se lembra de mimmmmm” e ela me respondeu em uma única frase bem seca: “Eu não sou essa Zel e nós não nos conhecemos”. Ok. Ponto. Fique puta da vida, triste dela não ser a Zel que eu pensava. Que besta que eu sou.

E depois desse fora passei a ler o que ela escrevia no blog todo santo dia. Ousada essa criatura! As idéias todas me faziam pensar tanto. E eu me reconhecia nos textos dela de uma forma tão engraçada e inédita. Logo eu que viro amiga de todo mundo da noite pro dia não consegui aceitar que essa Zel não se interessasse ao menos em saber quem eu era, da onde eu vinha. Pois bem. Passa o tempo.

La Reina Madre no seu comecinho, drops da Fal bombando, sou convidada para um randevú na casa da Fal e bem sem conhecer ninguém, vou até lá me enturmar. Quando menos espero chega Zel e Fer, e eu descubro que aquela era a “tal da Zel”, que ela era a melhor amiga do Alê marido da Fal, que o Alê era pernambucano que nem eu e adorava as coxinhas empanadas da Karblen e o resto é história pra boi dormir. Fomos apresentadas ali naquele jantar e demos muitas risadas naquele dia. Tempos depois ela comprou uma bolsa, depois outra, nos adicionamos no MSN, começamos a trocar e-mails, dicas, receitas, quando vimos éramos melhores amigas de infância. Melhor que isso, nos tornamos amigas de fé e irmãs camaradas.

Já se vão alguns anos e seguimos juntas. Somos tão diferentes uma da outra! Um monte de coisa que ela adora eu odeio, e vice versa. Ela vem na minha casa, eu vou a casa dela. A gente fofoca, fala mal da vida, reclama de tudo e mais um pouco. Ela me liga na volta do trabalho para que eu faça companhia telefônica no caminho. Eu me lembro dela em vários momentos do meu dia. Se ficarmos um dia sem notícias uma da outra já dá aquele desesperinho. Nossas famílias se freqüentam, é uma folia. Isso deve ser amor né?! Se não for é bem próximo disso. ;o)

Eu não sei como foi que a gente se “ajuntou” tanto assim. Eu só sei que esse blog (e os blogues) foi responsável por esse ajuntamento. A Zel me ensina um monte de coisa. E eu aprendo e desaprendo tanto com ela!

No final das contas, não tenho e nunca mais tive notícias daquela outra Zel que eu achava ser esta aqui. E quer saber?! Acho mesmo que eu acabei ganhando na minha vida uma Zel muito melhor do que eu poderia imaginar, que compartilha grandes sonhos e pequeninas alegrias comigo todos os dias. E esta, ahá, eu não vou perder de vista jamais.

Denize

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eu nem preciso apresentar a denize, né. ela só não é mais popular que o weno 😀

é óbvio que eu não lembro de ter recebido e muito menos de ter respondido esse email da denize, gente… até porque 2002 foi um ano, digamos, atípico. casamento recém-desfeito, relacionamento novo começando, ano muito estressante no trabalho, problemas de família, um horror. e todo um medinho de contatos via internet, confesso, porque ainda estava sendo assediada pelos urubus-virtuais que rondavam o blog na fase exposição-excessiva.

e eu sou grossa mesmo às vezes, principalmente quando me confundem com outra pessoa. como assim, gente, eu sou super-única, qualé? 😀 como assim, outra zel? humpf.

eu adorei a denize logo que a vi. tenho uma queda por pernambucanos, deve ser mesmo culpa do alê (que saudade enorme daquela peste, meu deus. que falta ele faz nesse mundo!), acho todos eles o máximo, adoro o sotaque, o jeitão despachado de contar histórias e rir abertamente, gargalhar.

pra quem não conhece a denize-pessoa, só conhece la reina madre, vou explicar como ela é: um personagem, que podia estar em filme ou num livro. uma mulher muito complexa, cheia de nuances. ela é… exótica. doce, romântica, super-mãe, super-mulher, sexy, alegre, melancólica, prática, controladora (como toda canceriana, aliás…), vaidosa, orgulhosa (como toda boa pernambucana :D), realizadora, criativa. ela é frenética, daquelas legítimas da década de 70, com meia de lurex. e ela é linda. como não se apaixonar por ela?

não sei direito como foi, mas aos poucos nos tornamos parte uma da vida da outra. somos realmente muito diferentes e acho que por isso mesmo foi tão bom me aproximar dela, a amizade nos fortaleceu. eu sou pragmática e direta, mas sou super flexível; ela é emocional e sensível, mas impaciente com as limitações alheias. ela é mais rápida que a maioria das pessoas, e nem sempre consegue diminuir o passo pra que os outros a acompanhem. acho que sou aquela amiga que segura a mão e diz “respira”, pra dar tempo do mundo chegar e entrar no compasso dela. acho que funciono às vezes como tradutora pra ela 🙂

temos ido então de mãos dadas: eu pedindo pra ela respirar de vez em quando e ela me mostrando o quanto é importante que eu lembre de mim mesma.

dê, você foi a primeira pessoa depois do fer a saber que tinha um piolho chegando. foi você aliás que inspirou esse apelido hilário que ainda não desgrudou… você tem me apoiado nestes meses de gravidez como só uma irmã ou mãe fariam. aliás, você sabe que a considero realmente uma irmã, né? minha irmã mais caçula, logo depois da keké (que aliás, aprendeu também a amar você). confio em você como não confio em quase ninguém na vida. amiga-irmã que está sempre presente, da qual sinto falta quando some e me preocupo quando sofre.

você tem estado presente na minha vida há alguns poucos anos, e parece uma vida toda. foi você que comprou boa parte do enxoval do piolho, que vem me ensinando o que esperar da gravidez e dos primeiros meses do meu filho (ai jesus, é a primeira vez que escrevo isso assim! que peso!). se tudo der certo você vai ser minha doula, e vai estar lá quando o pequeno chegar.

não tenho como agradecer seu apoio, amizade, amor, carinho. obrigada por me ouvir, por fofocar comigo, por me fazer rir tanto (e pensar), por me receber na sua casa, com sua família. me sinto privilegiada por ter você comigo tão próxima. você foi o presente mais lindo que o alê deixou!

parabéns pelo seu dia, felicidade e amor hoje e sempre!

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