Delícias Cremosas

Ah, as mulheres...

Segunda-feira, Setembro 30

OFF TOPIC pero no mucho...

Aqui nesse blog somos mulheres falando do nosso universo, dos nossos desejos e basicamente de putaria, isso todo mundo sabe. Mas porque sinto prazer em ver mulheres inteligentes escrevendo e atuando por aí, achei que também valia a pena divulgar esse blog que uma moça criou para divulgar o que rolou no evento Rio+10: Guardian21. Ela é uma mulher muito jovem divulgando e escrevendo (muito bem) sobre questões de juventude e da área social. Legal, né?

Confiram e divulguem, afinal blog não serve pra putaria :)

Quarta-feira, Setembro 25

Vi uns comments interessantes em outro post, e resolvi publicar o link indicado para cirurgias plásticas íntimas, indicada por um leitor. Acho que tudo vale a pena se for pra aumentar a auto-estima, até plástica na buceta :P

Eu sou das que tem bucetão: grandes lábios grandes, grelão (maior que o da Dri, ouvi dizer *hihihihihihihihihi*), e durante algum tempo fui encanada com isso. Atualmente acho tudo de bom, adoro minha buceta e os elogios ajudaram muito, confesso! Portanto, namorados e namoradas: elogiem as bucetas das suas meninas, tá?! :) Isso dá um tesão que vocês nem sabem...

OK, sugeriram um bom tema então resolvi voltar do bate-papo com meus dragões e falar um pouco sobre masturbação. Feminina, é claro, porque masturbação masculina se chama bronha, que é mais coisa de bofe ;)

Resolvi falar disso porque descobri a masturbação muito cedo, certamente antes dos 5 anos de idade. Lembro perfeitamente de me tocar, no banho, com as mãos e depois usando o chuveirinho (que adoro até hoje). Aliás, adoro também bidê, sentar com aquele jatinho na buceta, é tudo de bom... Voltando à infância: lembro do prazer, lembro de algo como orgasmos, mas diferentes dos que sinto hoje. Fantasiava diversas situações (principalmente de ser subjugada, capturada ou coisas assim), gostava da coisa. Pratico até hoje, e tenho certeza absoluta que o exercício de masturbação desenvolve maior sensibilidade e capacidade de ter bons orgasmos. É só tocando o próprio corpo que descobrimos suas potencialidades, detalhes, pequenos segredos. Já me masturbei usando de TUDO nessa vida: legumes, objetos que lembram pintos, dedos, chuveirinho de banho, vibrador, o que aparecer. Descobri que gosto de vibradores macios e pequenos, mais do lado de fora que do lado de dentro (acho eles muito duros dentro da buceta, é um pouco incômodo). Sei exatamente como controlar meus orgasmos, se quiser, segurando até o limite para que ele seja mais intenso (esse é um bom exercício pra praticar sozinha, os orgasmos são explosivos).

Essa história de que se masturbar é errado é coisa do passado, acho que esse discurso é batido, até. É preconceito contra o prazer, antes de qualquer coisa. Há quem ainda sinta culpa por sentir prazer, seja só ou acompanhado. Sentir prazer é essencial para a felicidade (e não só prazer sexual, que fique claro). Por isso acredito que pessoas sexualmente felizes são mais felizes de forma geral. Assim como aqueles que comem bem, bebem, se entregam aos prazeres sensoriais, são mais felizes, de bem com a vida.

Um bom começo, para as que não praticam masturbação, é explorar o próprio corpo com calma. Pode ser no banho, na cama sozinha, no sofá, onde quiser. Massageie seu corpo, a buceta, o cu (sim, é uma delícia, experimente) de leve. Use os dedos com calma, perceba onde é mais gostoso, use saliva, manteiga (já usei, é uma delícia, escorrega que só), brinque. Gaste esse tempo com você mesma, não tenha pressa. O orgasmo em geral é rápido e gostoso, dá uma sensação de torpor, e pelo menos pra mim é um pouco diferente dos orgasmos provocados por outros.

Descobrindo como gozar sozinha, gostosamente, pode-se tentar gozar junto com outro, se masturbando. Eu gosto de ver meu namorado se masturbar pra mim, até gozar, enquanto eu mesma me masturbo. É delicioso poder olhar pra ele, com o pau ali pertinho, e gozar vendo ele de pau duro. Da mesma forma, percebo que ele adora olhar enquanto me masturbo, e quando começo a gozar ele enlouquece, é uma delícia de ver (não sei o que é mais gostoso: gozar ou ver o efeito nele!). Experimente ficar de quatro, na frente dele, se masturbando. A visão é deliciosa pra ele, e é gostoso ser observada. Da mesma forma, às vezes peço que ele se masturbe de pé, enquanto estou deitada: fico olhando enquanto vejo ele ficando cada vez com mais tesãom, é delicioso. É claro que pra brincar disso é preciso estar à vontade com a prática e curtir observar-ser observado... Mas recomendo pelo menos a tentativa, porque se a masturbação a sós já é deliciosa, em dupla (ou trio, ou sei lá) é MUITO mais divertido :)

Terça-feira, Setembro 24

Deixe seu recado que atenderemos após o bip

Enquanto Zel tem conversas metafísicas com seus dragões, Renata continua suas pesquisas químicas para encontrar a Pedra Filosofal Capilar, aquela que torna vermelho qualquer cabelo que encostar. Biazita encontra-se no 8º degrau meditatório para se tornar groupie conceitual tantra de alguma banda de cabeludos que usam calças justas e Paula está deveras entretida com o lançamento do seu perfume de grife própria, o Lô de Paulá. Ladybug trabalha como piloto de provas do futuro site de localização Maplink for Dummies e Alisson está finalizando as filmagens de "Boy George, sua vida e seus amores", uma produção de Bollywood, a meca do cinema indiano. Ainda no ramo médico-cinematográfico, Dri Spaca recupera-se das agressões gratuitas da sra. Guy Ritchie depois de ser convidada para o novo filme do diretor. E eu não arrumo tempo para escrever, esses alunos da GV lesados na festa da Giovanna não páram de chegar no consultório!

Já voltamos, pessoas. Enquanto isso, fiquem com nossos comerciais e um texto do L. F. Veríssimo que fala umas boas verdades.

"Primatas

A minha tese de que o homem descende do macaco, mas a mulher não, é apoiada em evidências científicas, não só no fato de que somos mais feios e cabeludos. Por exemplo: é sabido que mulheres dão melhores primatólogas, como a interpretada pela Sigourney (o nome, se me permitem um entreparênteses confessional, que eu adotaria se fosse travesti) Weaver naquele filme. Existem várias teses sobre a razão desta predominância feminina no estudo dos macacos. Seria porque entendem, muito mais do que o homem, de comunicação não-verbal como atesta a eloqüência de uma troca de olhares entre mulheres, principalmente quando o objeto da mensagem silenciosa é outra mulher, e o poder expressivo de um beicinho ? porque têm mais paciência e, principalmente, porque não partem, como os homens, de preconceitos fixos, como o de qualquer tribo de macacos é um patriarcado só porque os machos são mais exibidos. Os homens também seriam menos capazes de estudar macacos com isenção científica porque se sentiriam revoltados com a promiscuidade sexual das macacas. Quer dizer, seriam mais moralistas. E haveria razões mais rarefeitas. Não faz muito, apareceu uma teoria de que o fim dos matriarcados e o começo da falocracia que até hoje domina o mundo teriam coincidido com a criação do alfabeto. Assim, as mulheres se sentiriam atraídas para a primatologia porque, entre os macacos, recuperariam um pouco da sua condição perdida, não apenas anterior à palavra escrita, mas anterior à própria linguagem. Entre os gorilas, as sigourneys seriam, de novo, Deusas.

É surpreendente que ninguém tenha pensado na razão mais lógica para as mulheres dominarem este ramo da ciência. É que, durante toda a sua história, elas não fizeram outra coisa senão cuidar dos macacos. Sua paciência se desenvolveu com a necessidade de esperar que o homem passasse por suas várias fases, de bicho a hominídeo até poder ficar bem num smoking. Acompanharam a nossa evolução, nos estudaram desde que tínhamos rabo, nos ensinaram a usar o dedão opositor, a não babar no peito...E quando finalmente criamos a linguagem, e depois o alfabeto, e concluímos que éramos melhores do que elas, foram tolerantes na sua resignação, e aceitaram a nossa ingratidão, pois sabiam que estavam lidando, afinal, com animais interessantes, mas animais.

Enfim, foi um longo aprendizado."

Sábado, Setembro 21

O querido leitor(a) está de viagem marcada para Nova Iorque?

Então não deixe de conhecer o Museu do Sexo.
E depois mande um relato completo de tudo que você viu (ou mesmo, sentiu) no museu.

Sábado, Setembro 14

A questão "broxar".

Em homenagem à um querido leitor que assina os comentários com o nome de "BROCHA", resolvi pensar no assunto.

Broxar é algo que pode acontecer com qualquer ser humano, nada mais normal do que um dia não acontecer nada. O que complica tudo é o carnaval que isso pode virar.

Eu já passei algumas vezes pela situação e acredito que a pior broxada é aquela que acontece durante os fatos. Você está com o moço e, de repente, a buceta seca por completo e parece que o pau do moço está rasgando o seu útero. Também tem aquela cena linda. O bofe todo animado nos primeiros dez minutos e o pau fica frapê, dentro de você.
Acho que isso é mais desanimador do que a broxada no início. Se o circo não arma desde o início, a gente não fica na expectativa de ver o palhaço atuando. Mas, se o palhaço entra e não faz a gente rir, o mau humor durará alguns dias.

Após a broxada clássica, devemos usar a criatividade para que a trepada não vire funeral de um pinto caído:

* - Não vá bancar a religiosa e assistir o programa do Missionário R.R. Soares. As chances do pau do moço acordar serão nulas.
* - Não faça brincadeirinhas do tipo: Pegar o pau e ficar olhando com cara de choro. Nada de chorar sobre o leite derramado.
* - Não trate o rapaz como se ele fosse doente. Já ouvi relatos de amigos meus que dizem que quando broxam, algumas meninas tendem a tratá-los com piedade e, segundo eles mesmos, isso é irritante.
* - Soltar frases do tipo: "Isto sempre acontece?" (se for a primeira vez que você sai com o galã do pau mucho) ou "O que está acontecendo ? Você tem outra !!!" Isso não é hora de discutir relação, relaxe e fale sobre o sol da meia noite, sobre a queda da bolsa, qualquer assunto, MENOS a broxada e o relacionamento. O moço estará sensibilizado e qualquer palavra rude acabará de vez com a auto estima que ainda resta.

Ouvir atentamente todos os motivos dados para justificar a falta de paudurência. Todo homem que broxa quer justificar, como se isso fosse necessário. Se você não estiver com vontade ouvir, não reprima o rapaz. Deixe ele acreditar que você acredita em tudo que ele diz, por mais absurdo que seja o motivo dado.

Não pense que o motivo é você. De repente, pode até ser você, cara leitora, mas isso não é motivo para tentar cortar os pulsos com faca de rocambole de framboesa.

Pode parecer ridículo, mas broxar é humano. Mulher também broxa e não devemos rir ou zombar de ninguém por causa disto.

Terça-feira, Setembro 10

O que as mulheres querem??

Quem descobrir leva o Nobel da Paz. Até porque mulher é craque em mudar de vontades. Numa hora quer o príncipe e na outra o sapo (ou mesmo a perereca) - quer ser tratada com respeito, mas sem condescendia, quer romantismo, mas sem melação, ter poder, mas ser dominada... acho que a maioria do tempo os homens meio que apostam na nossa vontade e fazem figas para que tenham escolhido certo, meio como roleta em Punta... lógico que o quanto se perde/ganha nisso é muito relativo

Mas para facilitar a vida dos portadores de algo entre as pernas, podemos listar uma série de coisinhas que é garantido que as mulheres podem (e preferem) passar sem:

1. Broxada.

Na boa, a gata pode até falar que não se importa ou que isso acontece, que tudo bem, sem pressão - mas te garanto nenhuma mulher vai gostar da sua broxada ... e a principal razão não é o chabu em si, mas sim o fato de que marmanjo ficar tão desconsolado, que ele mesmo fica lembrando a menina que a bagaça não subiu, ao invés de fazer uso dos outros dotes que Deus lhe deu... na boa parece que o rapaz fica tão desanimado em não meter, que a menina não merece um prêmio de consolação. E dá-lhe conversas cabeças, olhares constrangidos e lembranças daquele furinho de prego na parede que você escondeu com pasta de dente...

Assim rapazes, uma dica: em tempos de injeção hidráulica, se o motor não pegar, desencana ? já que no tranco não vai mesmo. Então, aproveite a mulher ao seu lado ? é até uma oportunidade para descobrir novas zonas erógenas da mocinha, bem como refrescar a memória de pintas, cheiros e sabores escondidos. É nessas horas, quando você menos espera, que a ajuda vem de baixo...

[a continuar]

Sábado, Setembro 7

lendo toda essa discussão sobre exame de próstata e fio-terra me ocorre uma dúvida: será que os homens tem ainda mais inibição com o tal exame porque ele causa uma ereção? e se causa uma ereção é sinal de que tem algo vivo ali, não? e o que fazer com essa constatação?

Quinta-feira, Setembro 5

Vão os anéis, ficam os dedos

Eu acho que a questão do dedo no cu é mais complicada do que falar de dor (no caso do exame) ou mesmo de prazer (no caso do fio-terra). E é preciso distinguir a questão para homens e mulheres, pois há diferenças sensíveis em cada caso.

Acho que para nós, mulheres, a questão de dar o cu ou não se resume a sentir dor/prazer, simplesmente. Foi-se o tempo em que praticar sexo anal com mulheres era coisa diferente e rara. Sim, muitas mulheres ainda não praticaram, mas também já não vêem sexo anal como uma coisa estranha e anormal. Pensam em experimentar, perguntam, se interessam. O assunto não é mais tabu, sai em revistas femininas babacas, é falado por aí a torto e a direito. Novamente, não significa que para algumas/alguns ainda não seja um assunto impensável; digo que se vê no dia-a-dia que o assunto é discutido, é de interesse, que as mulheres estão querendo tentar e descobrir prazer de outras formas.

Acredito que o componente mais complicado (e prazeroso!) de dar o cu é a submissão, o ato de entregar-se, ser subjugado. Muito além do prazer da fricção da penetração (seja do dedo, seja do pau) está a sensação da entrega, de estar submisso ao outro, de estar nas mãos (às vezes, literalmente) do outro. A posição "de quatro" não é deliciosa só porque tem um jeito X ou Y do pau entrar (seja no cu ou na buceta). Esta posição é a forma mais primitiva de submissão. Os animais mostram a bunda (ou deitam de barriga pra cima) quando querem deixar claro que se entregaram, que estão à mercê. Um homem comendo uma mulher por trás se sente poderoso, mais macho, dominador. E nós mulheres, quando estamos por cima, nos sentimos poderosas, também, controlando a situação (lembram da cena de Instinto Selvagem? Ela cavalgando o cara, e toda a tensão da situação, ela visivelmente dominando a cena).

Para nós, mulheres, é mais natural e mais fácil (e pra algumas -- o meu caso -- extremamente prazeroso) entregar-se completamente. O ato de ser subjugada pode inclusive dar mais tesão. Não por acaso a minha posição preferida é de quatro (para dar o cu é de barriga pra cima, como já expliquei em outra ocasião): adoro a sensação de ser dominada, de estar entregue. É claro que nem todas as mulheres gostam de ser submissas no sexo ou deviam ser. Isso varia enormemente, mas até por uma questão cultural a submissão feminina não é vista como um problema, as mulheres não são menos consideradas por se submeterem, ao contrário dos homens, dos quais se cobra que sejam dominadores, ativos, etc.

Dito isso, continuo meu raciocínio: por acreditar que dar o cu (ou permitir o fio-terra) está instintivamente associado à submissão, entendo que os homens tenham dificuldade com o assunto. Mesmo os gays não se sentem sempre à vontade de dar o cu, minha gente. Conheço alguns que demoraram para sequer tentar, apesar de saberem-se gays. E quanto ao prazer: como admitir que sente prazer sendo tocado no cu se associamos a isso a submissão ao outro e isso é um incômodo? A menos que a transgressão seja uma tara, essa questão acaba virando um problema e não um prazer.

Por isso recomendo aos homens que realmente estão interessados em sentir prazer, que entendam seus desejos e seus limites, antes de pensar em fio-terra ou dar o cu (e o mesmo vale para as mulheres que querem praticar anal). Ouçam seus desejos, toquem-se, percebam o que dá tesão não só através do corpo mas através das idéias. Submeter-se, entregar-se pode ser maravilhoso, um prazer por si só.

Quanto ao exame de próstata e exame de toque... são um saco mesmo, porque não tem beijinho na nuca antes :P

EXAME DE TOQUE, AQUELE VELHO AMIGO.

Ei, eieieie, peraí... muita calma... não vai embora ? não rapazes, eu não vou falar de exame de toque RETAL, mas sim dos exames ginecológicos femininos!

Na boa, eu não entendo a polêmica toda ao redor do exame masculino, e ao mesmo tempo todo mundo encara o feminino com tanta naturalidade! Levante a mão a mulher que não odiou seu primeiro papanicolou... a medida que anos, cartelas e namorados passam, você quase que acostuma, mas no fundo é sempre como tomar vacina (ai manhê, eu tenho que ir mesmo?... eu não fui no ano passado?) ? ninguém gosta.

Uma vez me perguntaram como era, se doía ou se era desconfortável. Dói, mas você se acostuma, principalmente quando você percebe que sua médica(o) sabe o que está fazendo - daí dá para relaxar e a dor vira incômodo do caralho (difícil resistir a essa piadinha), mas você percebe que vai viver. Agora como é: imagine um daqueles episódios do X-Files quando mostram as cenas de exames alienígenas. Pronto, aí está uma visão bem próxima do que ambiènce do babado. A cadeira, a luz e instrumentos são bem parecidos, e dependendo da idade do seu doutor, o alien também (em tempos, meninas tudo fica muito mais relax se você não freqüentar como gineco aquele doutor velhinho que foi o obstreta DA SUA MÃE).

E isso tudo a gente começa com uns 18 anos? Certo! E os grandes e corajosos machos começam a temer com essa mesma idade o examezinho de próstata, ai ui meu cuzinho de florzinha ! ? e não esqueçam que o tempo inteiro ele estão atrás dos nossos (outro, desculpem, juro que paro nesse)... Acho que é por isso que a natureza delegou a eles a caçada e nós ficamos com o derradeiro exercício de bravura, o parto natural!

Próximo capítulo: Cauterização, Isso Ainda Vai Ocorrer Com Você!

Dúvidas existencialistas da era digital!

Experimentar e não gostar, tudo bem. Ter uma vontadezinha escondida mas ficar cheio de dedos para conversar com a parceira, não justifica, mas até entendo. Gostar de um carinho, mas não de uma grande aproximação, vá lá. Querer dia sim, dia não (ou mês sim, mês não, ano sim, ano não), ok. Mas chegar com esse negócio de "não comi e não gostei" ou "vou emboiolar" é bobagem.

O fato é que o fio-terra ainda rende muita conversa por aqui, mas sobre o exame não tem discussão: se você está na idade do lobo, tem que fazer o exame de próstata. Claro, você tem a liberdade de não fazer o exame e correr risco de morrer de câncer de próstata - recomendo que visite o ambulatório de um setor de oncologia de qualquer hospital para chegar à conclusão do que dói mais, uma doença terminal ou um dedinho uma vez por ano.

Além do mais vocês macho-chos estão reclamando à toa. O exame de vocês é só depois dos 40 anos, as moçoilas têm que fazer o tal do Papanicolau todo ano enquanto estiver com o lojinha aberta; para algumas é só um cutucão, mas para as mais sensíveis, a impressão é que estão tirando sua sobrancelha, só que por dentro do útero.

Quarta-feira, Setembro 4

A descoberta do meu eu profundo

Aproveitando o gancho, dou-me o direito de roubar um texto do maravilhoso Xico Sá para começar a ilustrar a polêmica sobre o fiofó masculino. Fala sobre o temido exame de próstata, procedimento médico com fama de deslocar a libido masculina para a porta dos fundos. Bobagem, meninas, enquanto ele gostar de mulher e não tiver um CD do KLB, não é um examezinho besta desses que vai abalar a masculinidade do cabra. Adapto e faço minhas as palavras do rapaz: o que custa um dedo de prosa vez ou outra?

"'Senhor Francisco?!'

'Sim...'

Chegou a hora da verdade. As rotas de fuga estão obstruídas. Não há escapatória. Suspiro uma interjeição impublicável -e seja o que Deus quiser. Naquele instante, o primeiro homem de gerações e mais gerações do ramo sertanejo dos Sá Menezes seria submetido ao labiríntico mundo da "procto-investigação". Que fazer?, resigno-me, leninista rendido ao mais dialético dos toques da humanidade.

Ao adentrar o recinto, um rosário de infâmias de boteco chacoalha ainda mais o sótão do meu pobre inconsciente. Como essa pilhéria, por exemplo: 'O médico introduz o dedo no respeitável cidadão e pergunta: 'Sentes alguma coisa?'. Ao que o paciente sussurra: 'Sinto que te amo'.'

Lembrei também de um amigo, rapaz de Serra Talhada (PE), que era tão macho, mas macho de um jeito, que usava dois sabonetes no seu banho: um Phebo para a parte dianteira e um Lux de Luxo exclusivo da traseira. 'Esse contato é perigosíssimo, não se deve misturar as vocações', dizia, no banheiro coletivo da Casa do Estudante, no campus da Universidade Federal de Pernambuco, onde morávamos no Recife.

Mas chega desse mar de histórias. À beira dos 40, eis o momento de quebrar o tabu de uma família cujos homens só vêem médicos pela frente na hora da morte. O suposto diagnóstico das perdas se repete há décadas: 'Morreu de quê?' Ao que as viúvas sentenciam: 'Morreu do coração'.

Ao sacrifício, pois. 'Segura na mão de Deus e vai!', oro. O simpático homem de branco, do meu convênio, tenta disfarçar suas feições mal-assombradas à Anthony Hopkins. Foco nas mãos do 'monstro'. Dedos médios, mas habilidosos como um manipulador de teatro de bonecos.

'Que macho sou eu, ora bolas!', penso, para me encorajar. O médico ordena que eu deite. Um amigo da firma me contou que a 'primeira vez' dele havia sido na clássica posição 'de ladinho'. A minha foi, 'napoleonicamente' falando, de bruços mesmo, quase de quatro, diria.

No meu retrovisor imaginário, vejo o dublê de Hopkins colocar uma espécie de camisinha de dedo. Depois, a vaselina, o lubrificante, sei lá. E não foi com o mindinho, muito menos seu vizinho, coube o serviço ao matreiro fura-bolo, como no folguedo infantil.

Mas tudo dentro do maior respeito, uma 'escaneada' tecnicamente irreparável, cientificamente desconfortável, uma rápida mexida, como diria o bardo lusitano, Fernando Pessoa, no 'eu profundo e outros eus'.

Sem essa de 'sinto que te amo', botequeiros de plantão! Enquanto examinava a minha retaguarda do atraso, o urologista discorria tranquilamente sobre o medo, a frouxidão dos homens e o Santos Futebol Clube - nosso único sentimento em comum.

De raspão, o médico tratou também do empréstimo do FMI ao governo -naquela pose humilhante, me senti a própria metáfora do país em carne e osso. E entendi finalmente o que querem dizer com esse tal de 'risco Brasil'.

Próstata em ordem, do tamanho clássico de uma noz, segundo a autoridade médica, voltei para casa engajado na brigada preventiva contra esse tipo de câncer, uma das maiores causas de mortes de cavalheiros por estas plagas.

Seja homem, cabrón, treine em casa, com a namorada e/ou mulher. Em última instância, é seguir o conselho do velho Emerson, que em postal do uísque Johnnie Walker difundido em São Paulo recomenda: 'Faça tudo aquilo que você mais teme'.

Sinceramente, o que custa um dedinho de prosa com o seu homem de branco predileto?

O jornalista Xico Sá, 39, topou o sacrifício por pura prevenção."

Terça-feira, Setembro 3

Frase para refletir:
"Todo homem sente prazer no rabo. O problema é quando a bonita mete o dedo no "anel" do preconceito".

Segunda-feira, Setembro 2

Faltou o meu perfil!

Doutora Eleonora Chavashka é sexóloga, ruiva, russa e mulher de idade desimportante e muitas formações não reconhecidas pelo MEC (no meu tempo não tinha essas frescuras). Conheceu as meninas na fila da alfândega quando Renata tentava arrematar um lote de vodca Perestroika apreendida pagando apenas R$15. O que eu estava fazendo lá? Tentava liberar um carregamento de goma de tapioca que enviaria para meus sobrinhos na Letônia - quando os meninos vieram para cá, ficaram enlouquecidos com a iguaria. Infelizmente o Denarc, ciente dos poderes viciantes da tapioca, não permitiu.

Nas horas vagas é publicitária, afinal consultoria sexual para pinguins, morsas e leitores do Delícias Cremosas não paga o iogurte de leite de cabra no fim do mês.

Não estava no programa.