Delícias Cremosas

Ah, as mulheres...

Quarta-feira, Abril 28

síndrome da aracy de almeida

e já que nem todo mundo sabe do que estou falando, vamos a esse assunto difícil: a chegada dos trinta versus a carinha de bebê. minha irmã, aos vinte e nove e 11 meses me ligou, apavorada, dizendo: "socorro!! os meus trinta tão chegando e diz a lenda que NO DIA do aniversário a bunda gente faz PLOC e cai a olhos vistos! me salva! o que eu faço?!". eu não sabia, é claro, mas tinha feito trinta no ano anterior e encafifei: não escutei nenhum PLOC no dia (até porque houve uma festa de tal dimensão que mesmo se todas as bundas do recinto tivessem caído não seria possível ouvir) mas eu podia não ter reparado, vai saber. não tenho espelho de corpo inteiro em casa, vocês fazem idéia da cena dantesca que é esta balzaca aqui tentando ver a curvatura da própria bunda com um espelhinho de maquiagem? bem, a minha bunda continua firme e forte (mais forte que firme, é verdade). era lenda.

mas eu falava de cara e não de bunda, e não é à toa: da mesma forma que existe a lenda da bunda que cai no dia dos trinta, existe a síndrome de aracy de almeida. infelizmente esta não é uma lenda, é real. lembra quando você era adolescente e chorava por qualquer coisa? quando passou aquela tarde toda chorando porque o menino da escola te trocou por aquela bonitinha do segundo A? pois: bastava uma agüinha fresca no rosto e um moreno sorridente pra sua carinha ficar linda e lisa de novo. um sorriso, um pouco de água e *PLIM*, seu rostinho de volta! agora ouçam a dura verdade, meninas jovenzinhas: isso não é assim a vida toda. hoje eu tenho prazo de validade até pra chorar, essa é a triste realidade. ai de mim se chorar 10 minutos depois das 2 da tarde... no dia já fica uma cara tipo sapo com alergia. no dia seguinte eu me olho no espelho e falo pra mim mesma "DÁ DEISH PAU PRA ELA!!". é a própria aracy de almeida encarnada. não lembra? olha só:
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pois é. não há lâncome nem reza brava que dê jeito no carão recém-acordado de 30 se você chorar por mais de 10 minutos depois do meio-dia, amiga. quando acontecer a desgraça você liga no trabalho e diz que sua avó por parte de vizinho morreu e você está cuidando no funeral. enquanto isso, coloca o chá de camomila pra gelar e aí é muito algodão calmante nos olhinhos de sapo. pra garantir, acende uma vela pra santa aracy e canta pra subir. ou faça como eu: mantenha uma foto da aracy na geladeira e cada vez que der vontade de chorar, corre pra cozinha e olha pra ela; respira fundo e dá "deish pau" pro seu problema e não pra sua carinha fofa, ok?

risqué

pois então, eu sou daquelas que a-do-ram esmaltes coloridos e unhas compridas. não precisa ser aquela coisa elvira, não, mas gosto de unhas longas e de cores fortes. sempre que tento cores clarinhas tenho a impressão que tou com "mão de noiva" e só freud explica o chilique. abafa.

mas eu falei tudo isso pra compartilhar o meu inferno com os esmaltes cremosos-escuros: é só comigo ou, dependendo o horário que a unha foi pintada, o esmalte que estava lindo num dia acorda cheio de marcas de cabelo?! ontem pintei as unhas de vermelho-rubi, coisa mais linda do mundo, fiquei babando nas unhas a noite toda. dormi linda e acordo com as unhas texturizadas! ah, socorro! marquinhas de fios em todas elas, dando aquele jeitão de opaco. droga. e os esmaltes de secagem rápida criam aquelas bolinhas! sou eu que tenho problema?

concluí, no fim de tudo, que para usar esmaltes altamente cremosos, só antes do almoço, pra dar tempo de secar BEM até a hora de ir dormir. ou não dormir, caso precise ir à manicure depois do horário de peão, como eu...

e falando em horários proibitivos, além de não se poder pintar as unhas depois das 12h, depois dos 30 também não se pode chorar a partir desse horário, caso contrário você acordará no dia seguinte com a cara da aracy de almeida (versão jurada do seu sílvio). juro.

Quarta-feira, Abril 21

Cole Porter é que sabia das coisas

Get out of town
Before it's too late my love
Get out of town
Be good to me please

Why wish me harm
Why not retire to a farm
And be contented to charm
The birds off the trees

Just disappear
I care for you much too much
And when you're near, close to me dear
We touch too much

The thrill when we meet is so bittersweet
That darling, it's getting me down
So on your mark get set
Get out of town


Na voz da Ella Fitzgerald, claro, que deixa tudo mais triste ainda.

Segunda-feira, Abril 19

Parir ou não parir

(É ctrl+c/ctrl-v do meu blog mesmo)

Vou contar, a última vez que tinha tido sentimentos maternos foi na época em que eu olhava A Vida do Bebê(28º edição) para enrolar as fraldas da maneira certa na minha boneca sem nome. Eu não pensava em ter filhos, por um bom período é bem verdade que eu pensava em não tê-los. Aliás, foi uma época em que eu estava também decidida a viver sem amorrr o que torna muito lógico não querer filhos.

Produção independente? Não, não. A idéia dos rebentos sempre foi ligada a "com alguém", é preciso que alguém exista. Mas eu não queria que existisse, lembra? Foi sempre o principal empecilho à disseminação dos meus genes. Até que um belo dia... oquei, admito, eu quero encontrar a metade da minha laranja. Ou ir juntando os gomos, que seja. Rorrô. Filhos fora de cogitação, ainda.

Nesse ponto entra a decepção com o mundo e enorme dúvida na minha capacidade de criar pessoinhas. Pense no egoísmo fazer alguém viver por aqui e ainda submetê-lo aos meus erros! Não, eu não podia fazer isso. Não queria a responsabilidade, a culpa, as rugas e abria mão de toda felicidade que dizem vir junto.

Não queria; abria.

E não é que meus objetivos de vida agora sejam apenas casar, ter filhos e morar numa casa com jardim e quintal, mas bem que gostaria de encaixar isso nos planos de estudar fora e ter uma carreira de sucesso ;) Só preciso encontrar um moço casadoiro e aprender a conviver com crianças desde quando começam a ficar chatas até terminarem a adolescência. Se bem que, hum, colégio interno... ('magina!)

Quinta-feira, Abril 15

Enfim...

Estava lendo este post e percebi o quanto nós, mulheres, somos parecidas...talvez seja a época da criação...eu também fui criada para ser uma mulher auto-sustentável...afinal, homens são todos iguais.
Nessa fase conheci homens maravilhosos que dispensei, afinal, casar...rs..que coisa mais cafona...filhos?? nem pensar...
Tudo isso, com o tempo, se foi...hoje conheço o homem por quem eu lavo, cozinho (sim, pretendo aprender), quero ter um lindo bebê dele e não me incomodo nem um pouco de curtir um final de semana agarrada com ele em casa.
Isso tudo ainda não é possível, mas sei que logo teremos nosso momento juntos.
E que seja eterno enquanto dure...

Domingo, Abril 11

antes que me esqueca

Je T'aime... Moi Non Plus Lyrics
by Serge Gainsbourg]

- Je t?aime je t?aime
Oh oui je t?aime
- Moi non plus
- Oh mon amour
- Comme la vague irrésolue
Je vais, je vais et je viens
Entre tes reins
Je vais et je viens
Entre tes reins
Et je me retiens

- Je t?aime je t?aime
Oh oui je t?aime
- Moi non plus
- Oh mon amour
Tu es la vague, moi l?île nue
Tu vas, tu vas et tu viens
Entre mes reins
Tu vas et tu viens
Entre mes reins
Et je te rejoins

- Je t?aime je t?aime
Oh oui je t?aime
- Moi non plus
- Oh mon amour
- L?amour physique est sans issue
Je vais je vais et je viens
Entre tes reins
Je vais et je viens
Je me retiens
- Non ! maintenant viens...

Sexta-feira, Abril 9

LAST NIGHT PIXIES SAVED MY LIFE

soh para naum perder o costume - My father lives in Arabia!

O que voce naum sabe nem sequer pressente...

Comunicacaum. Para mim o substantivo mais subjetivo dos ultimos tempos.

Eu falo A e voce entende B, estamos entendidos? E se Deus quiser, naum hemos de brigar por C, vai saber! Depois se alguem lembrar de D, o outro joga E na cara - soh para naum perder o costume.

Anos e anos desenvolvendo a linguagem, para perder-se em subtexto. Acho que por isso odeio tanto telefonemas, como mostrar cara bocas e afins? Como mostrar que o que digo naum eh o que quero e que quero fica silente em olhos e lagrimas - ou quando voce se nega a me ouvir?

Vou te contar uma historia: Era uma vez uma menina que naum sabia falar e daih inventou um programa, um software que ligava o seu coracaum a uma tela e pronto, mostrava o que queria...

O quanto se perde em palavras, letras anexadas por uma regra gramatical que o meu ser naum respeita?

Naum precisa-se muito para ser lost in translation, basta ter que traduzir em sujeito verbo e objeto o que pulsa sem nexo em voce, em mim, no universo. Quero uma tecla SAP ja, para que o naum dito seja dito, para censurar besteiras e ressentimento bobo, TPM brusca, para lembrar que o ser humano eh bobo.

Alguem aih se habilita?

Terça-feira, Abril 6

Olá

Agradeço o espaço e logo começarei as atividades!
Beijocas.

Segunda-feira, Abril 5

barbies -- atire a primeira pedra quem não quis!

gente, pára tudo.

eu sempre fui aquela menina que era briguenta, às voltas com livros e meninos, brincadeiras de rua, bicicletas, jogos. eu não gostava de boneca, dizia com orgulho e revirando os olhinhos de desprezo. principalmente quando tinha alguém olhando ou ouvindo. mas lá dentro, bem dentro, eu gostava sim, só que nunca tinha (pelo menos que eu me lembre): ou eu era pequena demais quando tinha boneca ou eu é que esqueci, mesmo. quando já era um tiquinho maior, estava grande demais pra tê-las (pelo menos era o que me diziam) e aí fiquei no desejo, com vergonha de admitir. eu desejei profundamente uma bonequinha bombom que minha irmã ganhou numa festa, porque tinha 10 e eu tinha 11. eu era mocinha e ganhei uma coisa qualquer que esqueci (claro. da boneca dela eu não esqueci nunca, até porque ela tem a maldita até hoje).

mas eu falava de barbies no título: eu nunca tive uma barbie. ACHO que houve uma suzi em casa, mas vocês sabem, não é a mesma coisa. pra começar, a barbie é louríssima e a suzi... bem, a suzi é morena. que graça tinha, boneca morena, francamente? bom, minha prima (1 ano mais velha) tinha barbie e ken e roupinhas e aqueles sapatinhos minúsculos, ah... e a gente colocava os bonecos pra dormirem juntos e eles faziam "coisas" (ok, a gente não sabia direito o que era, mas sabia que era alguma coisa proibida. era legal). eu passei a vida tentando afogar a menina que gosta de bonecas e até que consegui. até esse sábado.

estou eu no shopping paulista, caminhando pra matar o tempo, e de longe vejo dezenas de mini-vitrines, cheias de bonecas. e o anúncio: "XX anos de BARBIE" (não lembro quantos, mas são muitos). continuei andando, fingindo indiferença. por dentro, eu tremia e babava, mas por fora dei até um risinho de desdém. sem perceber, fui chegando perto (ai, que cheio esse lugar, SÒ DÁ PRA IR POR AQUI), mais perto e, com tudo lotado *aham* parei (fazer o quê?). muitas vitrines lindamente pequenas, com uma barbie em cada uma. todas diferentes, temáticas, coloridas, de todos os cabelos e cores e estilos. barbies de super-heroínas, rainhas, personagens históricos, roupas de estilistas famosos, barbies da década de 40, MEU DEUS, uma loucura, e eu me entreguei, babei por cada uma delas, desejei profundamente ter uma coleção delas, pra brincar de casinha e ser menina pequena de novo. imperdível, quem estiver em são paulo, por favor, vá lá ver.

Domingo, Abril 4

Como eu tenho medo de "eu te amo".
São as sete letras mais esperadas no início de uma relação. E as mais rejeitadas, no fim dela.
Como são pesadas. Com elas, saem da boca tantas expectativas, promessas, idéias, sonhos. Muito que bem se o objeto do amor as corresponde, muito que mal se não.
Pior é o "eu te amo" banalizado. Aquele que é dito sem ser sentido, apenas como formalidade, para conseguir sexo, por hábito, por convenção, porque-é-a-coisa-a-se-dizer-naquele-momento.
Porque depois que se solta o "eu te amo", não tem como voltar, desfazer, dizer que não é bem assim. Em tese, não, mas a verdade é que o amor acaba, sim. As pessoas o confundem com desejo, com posse, com atração, com tanta coisa. E quando a gente acredita nas malditas sete letrinhas, é dolorido demais vê-las desfeitas.
Não diga que me ama, por favor. Apenas me ame, com seus olhos, suas ações, seus carinhos, suas palavras que não a tal vocês-sabem-qual frase. Seremos tão mais felizes assim.

Sexta-feira, Abril 2

mais

Não é que tenha sido ruim
você enfim ali perto, por mais que com travo do álcool, levar na bolsa a surpresa, e brincar de te ver curiosa. E depois, calor sem sossego, couro preto no branco, a cama mesma e outra. Dessa vez eu por inteiro.

Admito que cheguei a sorrir
te vendo assinar a fatura. Sórdido, por isso instigante, gozar os personagens todos.

Mas sei que quis ir além, perséfone que sempre fui.

Tive ganas de estancar a seco tua fuga para a superfície.