Delícias Cremosas

Ah, as mulheres...

Sexta-feira, Novembro 29

hoje pensei muito em peitos. pensei que atualmente os peitos estão "em alta" no mercado e me irritei um pouco. eu sempre tive peitos grandes, desde adolescente. adorava peitões e fiz tanta mandinga que acabei tendo peitos grandes a despeito (ai, que trocadilho ruim!) das outras mulheres da família, de peitos médios. até poucos anos atrás não era moda ter peitão, e eu sei o quanto fiquei tentada a me submeter a uma cirurgia. sutiãs nunca servem e é praticamente impossível comprar conjuntos de calcinha e sutiã, pois a calcinha precisa ser 40 e o sutiã 44. esse aliás é um dos motivos pelos quais raramente uso "conjuntos", uso sempre sutiã e calcinha de cores diferentes.

achava meus peitos lindos (acho ainda) e achava tesudo mulher de peitão (daquele jeito estranho que a gente tem de sentir tesão reprimido), mas o bonito era ter peitinho. os homens olhavam, babavam nos meus peitos, mas na TV e nas revistas todo mundo tinha peitinho, e eu me incomodava de ter peitão ao mesmo tempo que achava bonito. nada como mais uma complicação na adolescência para confundir uma cabeça já confusa o suficiente...

bem, superei a fase de confusão e simplesmente esqueci dos meus peitos. aprendi a conviver com eles, grandes mesmo, sem dar muita bola. os (poucos, é verdade) homens que treparam comigo a vida toda adoravam meus peitos grandes, queriam me matar quando eu dizia que um dia ia operar. de forma geral eu disfarçava os peitos, ao invés de valorizá-los. eis que então vira moda ter peitão e me dei conta que eu os tinha. ótimo, porque fiz as pazes com meus peitos e passei a tratá-los com o devido respeito. por outro lado, me dei conta do processo e me irritei profundamente ao perceber como essas modas e padrões de beleza são escrotos, como somos escravas do marketing e como a "moda" (apesar de ser feita para homens) na verdade é comprada por nós, mulheres. porque os homens, aqui entre nós, gostam é de peitos, simplesmente. peitos grandes E pequenos. homens gostam de nós mulheres como nós SOMOS. nós é que vivemos na escravidão de agradar umas às outras e seguir ditaduras auto-impostas.

hoje em dia as infelizes que têm peitos pequenos é que sofrem. querem colocar silicone, ficam encanadas perto das amigas com peitões. e os homens, meu bem, comeriam a TODAS, com peitões e com peitinhos, enquanto nós passamos preciosas horas sofrendo por não sermos perfeitas.

graças a deus percebi isso com trinta anos, e não com quarenta. são dez anos a menos de encanação e dez anos mais de prazer em cuidar e desfrutar do meu corpo, esse aqui que eu tenho e curto muito. e esses padrões (que mudam muito, aliás) que se danem. as perfeitinhas que façam propaganda de cerveja e os homens que querem as mulhers perfeitinhas que batam muita punheta (porque é só o que vão conseguir), enquanto nós simples mulheres e homens vamos nos divertindo :)

Terça-feira, Novembro 19

há um tempo atrás publicamos uma lista de posições preferidas das delícias, e uma das minhas primeiras foi papai-e-mamãe. lembro de termos discutido se essa posição seria "digna" de uma delícia cremosa. algumas admitiram que, como eu, gostam de foder gostoso beijando na boca, outras, foram mais ousadas. isso mostrou, sem querer, que o limite entre o prazer e o discurso pode ser muito vago, até pelos tais contextos. gostar de sexo pra muita gente pressupõe alta performance, porra na boca e malabarismos (pra começar), o que não é exatamente uma verdade. conheci várias pessoas que não gostavam de sexo, mas quem admite isso? quem vai dizer que não curte, por exemplo, sexo oral? sexo bom é o que não tem vergonha, seja papai-e-mamãe ou grupal. trepar é gostoso, sexo casual é normal e saudável, mas, quer saber? prefiro sexo com amor. de qualquer forma. e de preferência, todo dia.

E por que sim?

Como sempre lá venho eu pra confundir...

Não acho que gozar na cara e nem beijo melado de porra necessariamente tesudo. E não acho que mulheres que não curtem essas coisas são preconceituosas ou bobas ou sei-lá-eu. Sejamos objetivos: que graça tem, por si só, o cara gozar na sua cara e lambuzar de porra? E o gosto da porra, pra rolar beijo na boca depois, é sempre bom? Não, não é. Às vezes cheira a queijo mofado, às vezes é amargo, azedo.

O que faz a diferença em qualquer situação sexual é o contexto, é o envolvimento entre as partes (e não falo de romance), as vontades, os desejos. Gozar na cara é tão gostoso quanto ser chamada de "puta" durante a foda. As duas coisas podem ser deliciosas e as duas coisas podem ser uma merda. Depende do cara, depende da menina, depende do que rola entre os dois, depende do dia, da motivação, do tesão, depende de todo o contexto. Um cara que quer gozar na cara da menina ou chamá-la de puta pra humilhar (e há os que têm prazer com isso, sim) vai incomodar e não causar prazer -- a menos é claro que a moça QUEIRA ser humilhada, e aí entra o contexto do qual eu falo.

Acho preconceituosos os dois discursos extremos: tanto o que não permite nada a priori tanto quanto aquele que permite tudo a priori. Soa moderno dizer que gosta de apanhar, de bondage, de gozada na cara, de anal ou de qualquer coisa que seja repudiada pelo outro extremo. A verdade é que o prazer não é absoluto. Apanhar pode ser bom, dentro de um contexto, e uma merda dentro de outro. Gozar na boca pode ser maravilhoso e tesudo num dia e ser nojento em outro (depende inclusive do seu fígado, da ressaca, do que o bofe comeu...). Há dias em que peço pro meu macho me comer de quatro e levando uns tapas, há dias em que quero beijo na boca e muita carícia.

Passei muito tempo brincando de me colocar no extremo oposto ao que considerava "careta" em termos de sexo, mas descobri que as coisas são mais sutis, somos mais complexos que isso. O grande desafio do sexo não é fazer coisas não-ortodoxas ou modernas e sim desfrutar do máximo de prazer, independente do rótulo ou da modernidade. Esse é o meu desafio pessoal, e nele está inclusa também essa exposição pública, deixando claro que diferente do que possa aparentar (e sei que já aparentei muito), não sou uma sex-machine. E fico feliz em saber disso.

No rosto? Por que não?

Esta história de não deixar gozar no rosto vem da velha, e insuportável, moral que ainda faz disso um tabu. Mais do que gozar na boca, engolir ou não, fazer anal e até os velhos e deliciosos tapinhas educativos durante a foda, o ato de gozar na cara, parece para alguns a total falta de respeito - como se isso houvesse durante o sexo, onde toda forma de se atingir o prazer é válida desde que ambas as partes estejam de acordo.

Particularmente, acho que mais gostoso do que gozar na cara só dar aquele beijo bem molhado com a boca cheia de porra, para fazer aquela melação toda. Ah, claro, surra da caralha melada no rosto também é bem vinda. E dá-lhe Creme C Porras!

Quinta-feira, Novembro 14

esse conto do Daniel Galera é muito foda. bom feriado pra vocês!

triângulo

1. A MULHER DA MINHA VIDA


Sempre fui feliz ao lado de Helena. Desde que a conheci, faz uns três anos, na festa de uma amiga dela. Naquele primeiro dia já trepamos. Ha haha foi muito maluco aquilo tudo. Uma dúzia de pessoas completamente drogadas e bêbadas, e de repente eu vi ela, linda, ensandecida, escorada na parede com uma long neck na mão, ficamos nos encarando, ela era linda, começou a chupar a long neck como se fosse um caralho. Olhando pra mim. Me apaixonei na hora. Foi nossa primeira noite, faz três anos.

Quando digo que sempre fomos felizes, falo principalmente de sexo. Sim, porque fora desse aspecto a gente nem se via muito. Dormíamos no mesmo apartamento de um quarto no centro da cidade, mas era só. Ela tinha a vida dela, eu a minha. Ela tinha os trabalhinhos dela numa empresa de design, webdesign essas coisas, aquelas agências moderninhas cheias de bichas, ela era boa naquilo, mexia com computadores e ganhava uma boa grana. Fazia ainda algumas cadeiras de alguma faculdade de Publicidade. Eu estudava Filosofia e não tinha a menor idéia do que faria da minha vida, o que era formidável. Mas o fato é que meu negócio com Helena era foder, a gente era feliz, não que fôssemos infelizes no resto das coisas, mas é que simplesmente não havia o resto das coisas. Ela tinha a vida dela, eu a minha.

As pessoas sempre falaram muito da gente. Éramos um casal muito bonito, sem dúvida. Isso causava inveja de alguns. Mas nós nunca nos importamos de dividir nossa cama com outros. Quer dizer, outras. Outras mulheres passaram por nossa cama, por nossos tapetes, banheiras e paredes. Helena adorava ter outras mulheres entre nossos lençóis, sobre nosso colchão, entre suas pernas, e eu, obviamente, não me importava nem um pouco. Melhor que uma mulher na cama só duas. Uma delas era Cris, uma pequenina e gostosa estudante de Oceanologia que um dia eu acabei levando para o nosso apê. Helena adorava esta Cristiane pois sua pele era como se feita exclusivamente de pontos erógenos e, além disso, ela tinha orgasmos intermináveis que chegavam a dar medo. Helena divertia-se e ficava fascinada com aquela garota, que desfazia-se em contorções eternas enquanto ela enfiava o punho em seu ventre e eu atacava com gula infantil os seus peitos.

Mas um dia outra pessoa apareceu para substituir a diminuta e elétrica Cristiane como terceiro elemento de nossas transas. Isso foi três anos depois que conheci Helena, e foi também numa festinha pirada e desvairada que acontecia no apartamento de um amigo. Todo mundo tava chapado de todas as maneiras, e fomos pra cama nós três, eu, Helena e esse tal de Deonísio.

Mesmo com muito álcool na cabeça, protestei inicialmente contra o desejo de Helena de termos um homem conosco na cama. Eu nunca tinha sequer considerado essa possibilidade. Minha opção sexual sempre foi convicta e inquestionável, eu gosto de buceta. Mas ela insistiu, e pra me convencer bastou ela boquetear a garrafinha de long neck com aquele olhar implorante fixo no meu... bom, quando acabei cedendo o cara já tava pelado mesmo. Então trepamos, os três.

Como foi?

Vou resumir. Eu gostei.

É isso mesmo.

Eu deitei com um homem na minha cama. Abracei um homem. Beijei um homem. E putaquepariu, eu gostei. Helena adorou aquela experiência, no dia seguinte estava eufórica e afoita, me beijava com histeria e bebia sua cerveja boqueteando a garrafa, tudo estava como sempre. Quis dizer pra ela que pra mim não foi bem assim. Tive medo. Até então existiam limites teóricos para toda a nossa libertinagem, mas eles ruíram. Minhas convicções sexuais ruíram, certezas que me acompanharam por anos sucumbiram a esse desejo inédito, revelado por esse sujeito, Deonísio, que resolveu se enfiar assim entre nós, que diabos, mas o que é pior, o desastroso desta história foi que eu gostei dessa merda toda.

Como eu disse, Helena adorou aquela foda e convidou esse cara pra aparecer quando quisesse no nosso apartamento. Torci pra que ele não viesse, mas ele veio. Um sujeito inteligente, engraçado, descontraído, desinibido. Tomamos vinho, tequila, martini, falamos de nossas vidas, fumamos maconha, fizemos massagem um no outro, jantamos bolacha recheada e tomamos algumas cervejas pra lavar o estômago. E é claro que acabamos trepando os três novamente. Helena queria, Deonísio queria, e eu? Eu aceitava.

Mas com o tempo eu parei de aceitar. Passei a desejar. Eu gostava de chupar o pau dele. Gostava de abraçar suas costelas, sentir seu cheiro. A língua dele é tão boa quanto a de Helena, se não melhor. Então era isso, eu estava desejando um homem. Eu sentia vergonha ao transformar meu comportamento sexual de maneira tão abrupta. As pessoas aceitavam e admiravam a uma distância segura as relações que eu e Helena tínhamos com outras mulheres, mas agora era diferente, lançavam a nós olhares inquisitores, ressabiados, que indagavam com surpresa: "Quem diria hein, com um homem?". Eu já não entendia mais nada. Mas como nunca fomos, nem eu nem Helena, do tipo de gente que se preocupa com o que os outros pensam da gente, o Deonísio aparecia às vezes em nosso apartamento, dormia por lá, circulava comigo ou com Helena pelas ruas. E eu fui gostando cada vez mais.

Um dia sentamos eu e ele pra tomar umas cevas num boteco de esquina e tivemos uma conversa séria. Ele disse que estava apaixonado por mim. Eu disse que era doloroso pra caralho alguém como eu, para quem sexo foi sinônimo de mulher por muitos anos, admitir uma coisa dessas, mas eu também gostava dele. Admiti isso, ele me beijou e fomos embora os dois, embora desta cidade, pra longe de Helena, pra longe das dúvidas e escombros de minhas convicções desmoronadas.

Olhando o campo pela janela do ônibus eu pensava em Helena, em suas mãos habilidosas, sua boca macia e na maneira que ela bebia as malditas garrafas de cerveja me nocauteando de excitação. O que eu sinto por Deonísio é paixão. Helena, contudo, foi e será para sempre a mulher da minha vida.

2. O HOMEM DA VIDA DELA

Conheci aquela dupla de malucas numa festa que teve no apartamento de um amigo meu. Na verdade eu já conhecia a Helena de vista há algum tempo, já havia cruzado com ela pelos corredores da faculdade de Publicidade umas tantas vezes, só que nunca tinha visto a sua famosa companheira, a Melissa, mas naquela festa ali estavam as duas juntas, abraçadas, faceiras e embriagadas, e pude verificar aquilo que já me haviam dito: essa Melissa era a mais linda e gostosa representante da raça humana sobre a Terra.

Naquela noite eu contemplava tudo silencioso, com uma lata de cerveja na mão, pensamentos sacanas na cabeça e entregue aos sentimentos de costume. Estava cansado da minha rotina estúpida de estudo e trabalho, cansado do rádio e da televisão, enjoado do meu círculo de amigos e farto das mulheres de quem obtinha nada mais do que concessões de sexo ordinário e rasteiro. Bebia quieto e sozinho, imerso no ar denso de fumaça e som pesado. Foi deste estado de espírito moribundo que a simples visão daquelas duas mulheres lindas me arrancara naquela noite. Pois o negócio é que ver mulher junto com mulher é uma coisa que me excita, e muito. Elas estavam ali, a poucos metros de mim, bebendo, trocando palavras com outros presentes e se agarrando em carícias e beijos vigorosos e duradouros, e eu observava as duas de pau duro o tempo todo, imaginando situações e planejando atitudes pra saciar meu desejo.

Elas eram um casalzinho conhecido na cidade, não só por serem as duas, além de lésbicas, dolorosamente bonitas, mas também pelo hábito de levarem uma terceira mulher para trepar com elas, isso acontecia muito diziam, mas só mulher, nunca homem. Nunca homem. Será? Será que elas não topariam ir pra cama com um homem? Me ocorreu aquela frase canalha de que é só botar o pau pra fora que elas mudam de idéia. Será que algum já havia perguntado, insistido? Será que uma fêmea tão espetacular como essa Melissa nunca tinha ido pra cama com um cara? Se foi, o que será que esse biltre canalha mau-caráter fez de tão errado para que ela acabasse se refugiando no próprio sexo? Tive vontade de perguntar, e como as coisas se tornam muito mais simples depois que se perde a conta das cervejas, simplesmente me levantei e fui perguntar.

Me aproximei e me apresentei na cara dura. Oi, prazer, sou Deonísio, tu eu conheço de vista, teu nome é Helena, não é? Ela me cumprimenta com um rápido beijo nos lábios e confirma, sim acertou, eu sou a Helena, ela é bonita, cabelos loiros e rosto impecável, então boto logo os olhos na outra que sei ser a Melissa mas me faço de louco e pergunto o nome dela, e tu? Melissa ela responde, me concedendo nada mais do que um olhar distante e morno, e agora que posso ver ela de perto meu fascínio cresce beirando o limite perigoso de uma espécie de devoção, ela tem cabelos morenos, olhos vibrantes de um verde aguado, a pele um pouco dourada e a postura firme e orgulhosa.

Não faço de início nenhuma daquelas perguntas que tinha na cabeça, apenas bebemos bastante por cerca de dez minutos numa conversa simpática e regular, mas seria vergonhoso trair minha intenções iniciais, portanto jogo-as na cara delas, crio coragem dizendo a mim mesmo que elas não sabem a falta que eu faço pra elas e proponho uma trepada, nós três, digo que elas me excitam, que elas são o sonho de qualquer homem, imploro pela oportunidade. Elas riem, se olham, se beijam, e devíamos estar realmente muito bêbados os três porque elas topam, Helena diz que sim, que quer, que seria legal, e arrasta eu e a Melissa pro segundo quarto à direita, onde como as duas, uma de cada vez claro, e é interessante observar como elas se preocupam mais uma com a outra e se lambem e se chupam do que comigo, ali ferrado na frente delas, com um puta dum sorriso na cara. E no final das contas ainda recebo de Helena o passaporte da alegria, o endereço do apartamento das duas, mas não deixo de perceber que Melissa, minha nova definição de beleza, recusa meu olhar contrariada, possivelmente arrependida do que acabou de fazer.

Talvez tenha sido impressão minha. Dois dias depois já estava me dirigindo para o tal apartamento, era um fim de tarde chuvoso e melancólico, eu prosseguia a passos largos numa crise de personalidade em meio à qual eu já não sabia se era apenas um fodedor sortudo ou, se pelo contrário, era um intruso desmerecido entre aquelas duas mulheres que, afinal de contas, tinham lá sua relação emocional feliz e duradoura, e em cuja cama eu era sem dúvida um invasor. Mas algo além da promessa de mais uma transa me arrastava em direção àquele apartamento, eu não parava de pensar em Melissa e queria revê-la, portanto prosseguia resoluto e cantava aquela do Lobão "vou chorando pelo caaampo... no meeeeio... do temporal... uouooou", com as mãos nos bolsos e suspirando de expectativa.

Elas me receberam com entusiasmo, fiquei aliviado. Ficamos tomando tudo que é tipo de trago, fumando um, comendo bolacha recheada, falamos bastante de nossas vidas, Helena estava bem louquinha como sempre e Melissa, gostosa como só ela debaixo da camiseta e da calça de moleton, parecia aceitar meu olhar mais facilmente do que da outra vez, o que me satisfazia bastante, e as duas me diziam que o negócio delas é mulher mesmo, mas que adoraram aquela noite e que podia rolar de novo uma hora dessas, e rolou.

Mas desta vez foi diferente. Helena ainda era a mesma que eu havia comido dois dias antes, mas a Melissa era outra, parecia mais confortável, me abraçava, oferecia e exigia mais, me olhava nos olhos enquanto me chupava e foi assim, olhando nos olhos dela em plena felação, que me apaixonei irreversivelmente por ela.

Voltei muitas vezes ao apartamento delas, eu ia pra cama com as duas mas só pensava na Melissa durante o dia todo, sonhava com ela quando dormia e, sobretudo, via ela se render cada dia mais à minha presença, ao meu corpo, até que passei a sentir que os quadris dela retesavam, implorando minha invasão, e lá ia eu, fodidamente apaixonado, pra dentro e pra fora do ventre macio, muscular, suplicante.

Um dia, num boteco de esquina, contei pra ela da minha paixão, e ela contou pra mim o que eu no fundo já sabia, que ela estava destroçada por dentro, que sofria fisgadas nas entranhas pois o desejo que ela sentia era profano, inusitado, inédito, que sua sexualidade estava do avesso e isso ardia, mas sim, ela me queria, e o que sentia era amor ou algo do tipo, que veio e ficou, e ela já não podia nem queria lutar contra isso. Então eu seria o primeiro homem da vida da mulher mais bonita do planeta, eu disse, e ela riu, e depois eu soube mais, ela me contou histórias de infância, a felicidade vivida em todos esses anos durante os quais o homossexualismo lhe parecia uma escolha óbvia, falou da faculdade de Filosofia e de sua aversão a planos pro futuro. Nisso eu sugeri que viajássemos, pegássemos um ônibus prum lugar qualquer e ela topou.

De vez em quando ela me diz que pensa em Helena, que ainda ama ela, e eu sempre repito que isso não me incomoda, ela pode pensar na Helena se quiser, o que eu quero é ser o homem da vida dela.

Quarta-feira, Novembro 13

Você deixa o seu bofe gozar na sua cara??


Esta pergunta ficou pesada, não é? Mas outro dia, ouvi meu bofe dizer que nunca tinha gozado na cara de nenhuma namorada dele. Que a maioria das meninas não aceitavam este tipo de situação e que algumas até choravam quando ele sugeria isto. (afeee)
Por que a maioria das meninas não gostam disso? Por que a maioria dos homens acham que menina que deixa o rapaz gozar na cara, não passa de uma vagabunda? É um dilema isto tudo. Pensei, refleti e cheguei a seguinte conclusão: Se eu estou com um homem que eu amo, um homem que eu respeito e que gosta de mim, qual é o mal de deixar ele gozar na minha cara? Eu só peço para não gozar no olho porque eu uso lente e posso ficar cega. Ai não fica bonito, né?
Essa história de gozar na cara é igual sexo anal. Todo homem quer, mas quase nenhuma menina deixa. E vira aquele dramalhão mexicano.
Creme C Porras faz bem para pele, mulherada!! Depois de gozar, o moço deve espalhar o creme com o próprio pau e é bom deixar secar na pele. Dá uma repuxada na pele que nenhum botóx faz. E, na manhã seguinte, a pele esta aveludada. É uma maravilha !!
Como nenhuma empresa de cosméticos não pensou nisso antes??

Sexta-feira, Novembro 8

Não ando com muita inspiração pra escrever daqueles assuntos cabeludos que todo mundo gosta de ler. Mas ando pensando muito no que move nosso desejo, o que o desperta? Posso pensar em alguma química entre duas pessoas, que mesmo sem palavras, sem interação, desperte um desejo tal que os impulsione ao contato, ao beijo, à trepada, sem maiores histórias. Penso também na simples atração física despertada pelo olhar, pela apreciação do que consideramos bonito (embora acredite firmemente que esse desejo meramente visual é muito menos intenso nas mulheres que nos homens, explico quem sabe em outra ocasião). Penso no que desperta em nós aquela ânsia, o desejo de estar perto do objeto da nossa admiração. Admiramos à medida em que conhecemos o outro, descobrimos nele segredos ou características que nos encantam. A admiração desperta desejo, vontade de sorver, beber do outro, degustar.

Mas confesso que acredito mais fortemente no desejo despertado pelo jogo da conquista, da sedução. Quando nos sentimos desejadas, cortejadas, somos rainhas, princesas, deliciosas e maravilhosas, brilhamos. Toda mulher desejada e amada é brilhante, cheia de desejo, de tesão, de vida. O homem que nos deseja, por menos que nos interesse, nos alimenta de vigor, de auto-confiança. Pequenos jogos de conquista, sedução, mudam uma mulher completamente. Uma flor, um bilhete, um beijo fora de hora, beijos longos e lentos, bobagens sussurradas no ouvido, pequenos presentes, demonstrações quaisquer de desejo de agradar nos fazem ver o admirador com outros olhos, desperta algo dentro de nós.

Tenho a impressão que os homens de forma geral tendem a acreditar que a conquista de suas mulheres se dá uma única vez. É como se o jogo da conquista fosse único, e uma vez ganho, não precisamos mais jogá-lo com aquela mulher. Homens também gostam do jogo da conquista, gostam de sentir-se caçadores, mas estranhamente preferem gastar sua energia com outras mulheres que não a sua (talvez por acreditar que aquela caça já está abatida e não merece mais esforço). O jogo da conquista deve ser constante, esta é a única forma de uma mulher manter-se envolvida e conseqüentemente (na minha opinião) tesuda. Acredito que este é o principal motivo de muitos homens sentirem-se "enganados" quando depois de um tempo com a mesma mulher começam a perceber que elas não são mais aquelas "tigresas" do início. O que eles não percebem é que eles também não são mais sedutores, não se empenham na conquista. Nós mulheres, por outro lado, também tendemos a descuidar de pequenas coisas do dia a dia, dos carinhos, dos elogios, e aos poucos o desejo (de ambas as partes) vai diminuindo.

Creio que o desejo é despertado, é claro, quimicamente (seja paixão ou puro apelo sexual animal), mas as variáveis admiração, apelo visual e principalmente a conquista são fundamentais para que o desejo seja mantido, seja aumentado e para que o sexo seja cada vez melhor e mais gostoso. Se por um lado o desejo inicial (animal, apaixonado, envolvido) é maravilhoso pela novidade, o aprimoramento que vem da prática com o mesmo parceiro não tem igual. Com técnica e com intimidade as trepadas são de excelente qualidade, mas falta aquele desejo que só é despertado quando estamos atentos à fase anterior que é o jogo de conquista, a preliminar da preliminar, o envolvimento intelectual e emocional que não significa necessariamente amor ou compromisso, mas tão-somente o exercício de ser humano e desfrutar de todas as ferramentas de prazer que temos à disposição.

Ou tem quem não goste desse jogo? :)

(na próxima falo um pouco desse jogo de conquista na internet)