meu olhar se perde na poeira

essa semana sonhei que uma pessoa que pertence ao meu passado morria. não era nada dramático, simplesmente soube. mas ao saber, saí caminhando pela cidade e não sei se por ou sem querer passei pela casa onde morava a pessoa (coisa de sonho, não sei onde ela mora hoje em dia), e nessa minha pequena viagem de resgate do que sobrava da vida de quem já tinha ido, percebi que sentia muito, sentia tanto a falta da sua existência!

e não era um sentimento de perda-de-posse, nem de saudade; inclusive tive muita raiva da pessoa em questão quando seguimos caminhos separados, não desejei (e ainda não desejo) reencontrá-la.

o que senti foi pura tristeza pelo desaparecimento de uma vida que de alguma forma tocou a minha. como se, ao sumir essa pessoa, também sumisse uma parte minha, um pedaço da minha história. quando alguém morre também morre consigo uma parte nossa, será?

percebi que cada história é importante e tem seu lado bonito (mesmo que tenha acabado mal). mas, o mais importante e curioso, é que sem querer perdoei meu passado, deixei que ele de fato passasse!

é como se matar a pessoa no meu sonho me desse permissão para também matar tudo que me magoou, restando somente a caminhada e as lembranças.

imagino que isso signifique perdoar, sem ter que esquecer.

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