(sem título)

sonho

animais enormes, pré-históricos, migrando num mundo de folhas gigantes espalhadas pelo chão quase árido. eles andavam e conversavam, seguiam uma trilha. eis que surge no meio da estrada algo como uma cortina d’água, muito fina, uma membrana que divide dois mundos. subitamente estou do lado de dentro, e vejo os imensos animais passando pela membrana como quem passa por uma parede gigante de bolhas de sabão que não se desfaz. eles falam, e se espantam com o mundo além-membrana: uma rica floresta tropical, já não pré-histórica, algo como um sítio ou fazenda sem grandes construções. eu sei que acabo de me mudar, o local é verde e fresco, com muros de tijolo marrom delimitando o espaço imenso. não sei onde foram os dinossauros, sumiram. há uma sala ou ante-sala enorme com piso de cerâmica vermelha, a casa cheira a limpeza e o ar tem uma umidade de árvores em abundância. meus furões estão numa gaiola, os três: didi, pixel e pastel (sim, ele sempre me aparece em sonhos, gordo e branco como um ursinho polar em miniatura. ele sempre está do mesmo jeitão mal-humorado de ser). solto os três na sala e eles, mais que depressa, correm para o quintal, que tem outros animais, cachorros e gatos. eu não sabia é que havia outros furões. eles somem pelo quintal e eu fico apreensiva, com medo de que eles se machuquem ou sumam, curiosos que são. e eles somem mesmo, no meio da folhagem, enquanto eu tento desesperadamente chamá-los. eles aparecem, e trazem com eles mais 3 furões que não conheço: um acinzentado, parecido com o pixel, um macho marrom cor de chocolate e magrinho e uma fêmea barriguda, que sei que está grávida. me encanto com os bichos brincando pelo mato, me sinto mais tranquila em deixá-los ali, mesmo com medo do frio e da chuva, dos perigos da floresta. eles estão felizes, o pixel pula feito mola, o pastel brinca no mato daquele jeito sério dele. a didi eu não sei, ela é incontrolável e eu não me preocupo.

olho ao redor e vejo que há gatos engessados. não são gatos de gesso, são gatos que foram engessados ou pintados de branco. o curioso é que eles estão em pose de meio de movimento, como se tivessem sido pegos de surpresa por um balde de gesso de rápido secamento. ando ao redor e vejo mais gatos, alguns congelados-engessados nos galhos das árvores. e vejo anões, com roupas de trabalho vermelha e azuis, trabalhando em algo que não sei o que é. uma casa, uma torre. eles não ligam pra mim, concentrados no trabalho, com suas barbas e cabelos pretos. gatos engessados, furões em liberdade, anões trabalhadores e dinossauros migratórios.

acordo com muita saudade do pastel e com vontade de abraçar meus furões. e lá vou eu.

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