Feminismos

Esse é um bom texto sobre feminismo e o perigo de vestir a carapuça de vítima, não sendo mais protagonista da própria história, mas tenho uma ressalva que acho bem importante (e uma barreira que ela desconsidera como se fosse nada, e daí meu incômodo):
Buscar a si mesmo, conhecer-se, superar-se, é dificílimo. Há pessoas que nunca o fazem, mesmo querendo e tentando. Com ajuda (terapia, psicanálise, enfim, o que seja) já é um caminho árduo. Sem ajuda, nem sei.
Quem pode pagar (e tem tempo; e tem a inclinação, a “iluminação”?) para seguir esse caminho lindo?
Quem tem a LIBERDADE de ir por essa via? É justo propor para “as mulheres” seguirem esse caminho? Com que mulheres estamos falando?
Aqui do alto da montanhas do meu privilégio, escuto, consigo concordar e sou protagonista. Abri e abro meu caminho sem precisar de grandes ajudas (e abri a despeito de; enfrentei inúmeras barreiras. Ao virar os 40, ganhei mais uma: sou uma mulher velha).
É justo adotar esse discurso pra minha faxineira? Pra moça que atende na padaria?
Não gosto do discurso de vítima e nem me coloco nessa posição. Mas não enxergar que há sim toda uma parcela de mulheres que são massacradas e têm pouca ou quase nenhuma escolha é muita cegueira causada por privilégio.

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