Ágora

Hoje eu li um post fazendo pouco da formação acadêmica, e dizendo que esse modelo (das universidades) estará morto em breve.

Não sou Nostradamus nem nada, mas tenho muita convicção de que isso não é verdade. As universidades nasceram lá por 1150, no formato que conhecemos, mas esses modelos de centros de conhecimento existem há muito mais tempo. Me parece natural do ser humano querer aprender, acumular conhecimento, investigar e compartilhar.

É verdade que os centros de conhecimento sempre foram elitistas; é verdade que as universidades são elitistas. Mas também é verdade que isso está mudando. A internet, a tecnologia, trazem possibilidades sem fim, e a informação (e em tese também o conhecimento — não é tão simples, mas) está disponível pra quase todos.
Me assusta (lembram do evento que participei sobre inclusão? Foi uma das coisas que me balançou) essa ojeriza à educação formal. Não porque eu ache que todos devem ir à universidade e ter diplomas, eu não acho isso MESMO. Mas estudar e aprender é fundamental para o desenvolvimento humano e individual. Vi jovens desprezando o conhecimento, a erudição, e não só o modelo da universidade, e isso me entristeceu.
Ao invés de criar modelos de aprendizado e educação adequados à realidade da maioria, eliminando os entraves que o modelo elitizado criou, simplesmente jogam fora e desprezam o investimento em estudo.

Vindo de uma família de pessoas não acadêmicas, de operários, eu entendo a fascinação e também o desprezo pelo acadêmico. Já passei por estas duas fases nos seus extremos. Mas tirado o fígado da equação, aprender e estudar (seja onde for, no formato que for, o que for) é fundamental para a humanidade. E é lindo, prazeroso.

Me desespera ver o bebê sendo jogado fora com a água, a bacia, e tudo que está ao redor.

Vi jovens falando com desprezo de coisas que não conhecem E NÃO QUEREM CONHECER. Eles já estão convencidos que o não saber é aceitável. Que a “vivência” é mais importante que o estudo.
Me assusta essa contraposição maniqueísta entre o SER e o SABER.

Vivemos tempos bem loucos.

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