terceiro ano de festa de aniversário pro menino, e as questões continuam as mesmas — quem convidar? o que preparar para crianças e adultos comerem?
talvez estas questões fossem menos relevantes se tivéssemos família pequena, ou recursos ilimitados. nossa família é grande, e não estou disposta a fazer comida para 80 pessoas. o que me leva à questão da comida: é importante pra mim que o que vamos comer seja preparado em casa. não gosto da ideia de fazer uma festa (seja pro otto ou pra qualquer de nós) comprando a comida.
este ano, fazendo a lista de convidados potenciais, me dei conta de que era gente demais. tem o impacto de volume de comida e gente na casa, claro, mas o mais importante é que quanto mais gente, menos interação. nunca consigo conversar com as pessoas nas festas, mesmo quando são pequenas, e gosto de receber gente em casa justamente pra interagir. então quanto menos melhor. e o otto não é (pelo menos ainda) o tipo de criança que gosta de multidão, barulho e bagunça. ele gosta de brincar com as pessoas um-a-um, detesta barulhos altos (ainda bem, eu também), é muito mais introvertido que extrovertido. então, ao contrário do que eu sempre faço, estou reduzindo cada vez mais os convidados das festas, e sempre pessoas muito próximas.
preparar a comida é um grande prazer pra mim. não é uma questão de orgulho de dona de casa perfeita, não, é muito mais o prazer que me dá conceber o que servir, preparar e ver as pessoas comendo. o processo de elaboração e preparo me faz feliz; alimentar pessoas me faz feliz. então aproveito as oportunidades como essas para ser feliz antes e durante (depois vem a louça e a bagunça, que não me deixam tão feliz) 😉
na lista de convidados estarão esse ano nossa família (pai, mãe, irmãos, tios, primos) e os amigos que convivem com o otto com frequência (afinal, a festa é pra ele!). não convidamos nenhum amiguinho da escola porque ele não gosta de nenhum em especial por enquanto, não tem “amigos”, são só as crianças que vão pra escola com ele.
no cardápio, sempre procuro colocar opções saudáveis, mas sem odarice, que acho um saco. do mesmo jeito que fico chocada com as festas de criança que só servem comida podre (quilos de açúcar, chocolate, refrigerante, fritura) também não gosto de imitação de comida de festa com tudo natureba. festa é festa, é exceção. é dia de assar o javali, de servir cerejas turcas, experimentar chocolate, de tirar o cristal do armário. sou adepta da comida honesta, mas sempre feita pra celebrar.
o otto não consumiu açúcar nenhum (e nem sal; e nem tempero) até depois de 1 ano de idade. na festa de aniversário dele teve brigadeiro e bolo, tudo com açúcar, normal. eu estava disposta a deixá-lo provar o que quisesse na sua própria festa, mesmo não oferecendo nada disso em casa, nunca. só pedi que as pessoas não insistissem pra que ele comesse, que deixassem que a escolha fosse dele. todos respeitaram (avós inclusos), e ele não comeu NADA de açúcar, porque não quis, não se interessou. comeu pão, se não me engano, carne desfiada, enfim.
na festa de 2 anos fiz da mesma forma — bolo, brigadeiro, etc. ele comeu pipoca loucamente, pão, experimentou o bolo (1 garfada, e largou), cuspiu o brigadeiro e pronto.
nas festas de outras crianças ele tem pedido pra experimentar o bolo e doces, mas sempre larga depois da 1a mordida. definitivamente não é uma criança de doces (chocolate ele tem comido com mais gosto, mas sempre os pedaços mais “puros”, sem muitas melecas). os salgados ele come o que tiver, mas também não é grande fã, ele gosta mesmo é de pão/torrada e comida.
este ano decidi fazer 1 bolinho pequeno de maçã pra cantar parabéns e cortar (é o preferido dele), e alguns cupcakes de fubá (que ele adora) e outros de chocolate, além do brigadeiro (de colher, que ele adora, e de enrolar que eu adoro). farei também pão recheado de linguiça, torta de cogumelos, pão de queijo e pipoca. farei também pão e legumes crus (cenoura, salsão, pepino, brócoli) pra comer com molhinhos (queijo, alho e curry), e frutas que possam ser comidas com as mãos (cereja, uva, morango). suco natural, refri pra quem tomar, cerveja, sitara que sempre fazemos, e é isso.
comida honesta, feita em casa por mim e pela família (todos me ajudam! adoro), mas sem ser a-chata-da-comida-saudável. até porque a hora de ser saudável não é na festa, né, é no dia a dia. e isso temos feito muito bem 🙂