Hoje veio e-mail da escola contando que o Otto teve uma discussão com um colega, que a professora teve que intervir, e aí obviamente chegando em casa sentamos pra conversar, entender e aconselhar.
Em se tratando de belzebu-adolescente, vocês já sabem que nunca é uma história simples né 🙂
Fernando, tentando fazer cara neutra: “Otto, conta pra mamãe o que aconteceu.”
O: “o menino X me provocou, ficou falando que o Kirby [um dos personagens favoritos dele] é inútil e feio. Tenho certeza que falou pra me provocar!”
Eu: “é possível. E você fez o quê?”
O: “retaliei — falei que inútil ela ELE e que nunca ia ser bem sucedido na vida, nem arranjar um emprego.”
(EITA)
Os adultos, tentando disfarçar mas não deu certo: “HAHHAHHAHHAHAHAHAHHA!!!”
(Cof-cof)
Fer ainda rindo, eu tentando aconselhar: “o insulto foi ótimo, mas você sabe que não pode e nem deve né? Não só porque isso causa problema pra você mas porque você exatamente o que ele queria — reagiu. Melhor resposta é ignorar e se estiver te atrapalhando, fala com a professora.”
Fer concorda, já tinha falado a mesma coisa no caminho pra casa. Evitar confronto é difícil mas é mais prático.
Mas ficamos curiosos sobre de onde vinha esse insulto tão específico , e a explicação dele é que “o menino não prestava atenção em nada e só falava o tempo todo, por isso não conseguia terminar as coisas”.
Antes da professora intervir, o menino ainda na discussão disse que o Otto ficava fazendo piada com tudo (é verdade) e por isso “não tinha amigos”. Otto, sem titubear, “eu tenho amigos sim. Só não fico falando com eles o tempo todo” (não sei se ele respondeu isso, mas falou isso pra gente )
Eu quis saber se ele havia se incomodado com essa parte da conversa, e explicamos que de fato ele precisa ficar atento a fazer piadas — se a pessoa envolvida não rir junto, não é piada. A lógica dele é imbatível: “se a pessoa não gostar da piada, eu espero que ela me diga, e eu paro”.
❤️
Ah, menino, como o mundo seria mais simples assim. Mas não — explicamos que precisa observar, e caso não fique claro, perguntar.
Ele meio que vira os olhos graças a todas as complicações envolvidas em relacionamentos, mas aos poucos vai aprendendo.
Tão grande, tão engraçado, tão direto. AMO. Mas que vai sofrer pra entender que a mentira move o mundo, vai.
Enquanto isso a gente chora, ri, e segue um dia de cada vez.