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viajando com malas extras: nova iorque e grand canyon

May 12, 2014 · Leave a Comment

2 a 14 de março de 2014

Viajar com crianças pequenas é puxado. Mas como é das coisas que mais amamos fazer na vida, decidimos encarar viagens que em tese não são para crianças, como essa que acabamos de fazer.

Muitas coisas nessa viagem seriam melhores e mais fáceis sem criança (NYC em especial), mas ainda valeu. Visitamos em NYC o MoMA e Museu de História Natural (ótimos para crianças, apesar do Otto querer interagir com tudo), Zoo do Central Park (médio, bem fraquinho, mas ele gostou do passeio), Toys R Us (não valeu, devíamos ter ido naquela outra tradicional loja de brinquedos no Central Park). Passamos por várias lojas, pra comprar mesmo, e essa parte pra ele foi chata (e fica tensa pra gente também, que tem que administrar a situação). Mas andamos muito de táxi e metro, e ele amou. Não tivemos problema em nenhum restaurante, foi tranquilo fazer refeições com ele (apesar de não comer lanche. Temos sempre que procurar outras opções — sanduíche pra ele não é comida).

Os passeios ao ar livre, mesmo com frio, são muito tranquilos com o Otto. Ele gosta de andar e correr (o que às vezes é problemático, como por exemplo nas trilhas na beira do abismo do Grand Canyon. Só no colo!), explorar os lugares, então passeios em parques e museus que têm espaço pra ele andar mais livre são melhores. Nosso maior stress é conseguir ensinar pra ele a andar sozinho porém ficar perto de nós. Não sei como os outros pais fazem e o que funciona, mas a gente tenta deixar ele explorar mas fica em cima, chama de volta o tempo todo, tentando explicar como deve funcionar. É difícil e chato. Temos que dar broncas constantes porque ele tromba nas pessoas (não olha ao redor), corre onde não dá pra correr, se afasta demais e não para quando a gente chama. Juro que a tentação é colocar uma coleira  mas vamos tentando ensinar, que afinal é pra isso que estamos aqui.

Por um lado, acho injusto incomodar as pessoas ao nosso redor na tentativa de educar meu filho (precisa ser na prática, não tem como), mas por outro lado é isso: eu preciso da experiência real pra ele aprender. Espero que as pessoas empurradas e incomodadas por ele nos perdoem e saibam que estão de alguma forma ajudando a educar um humano 

Nossa forma de criar o Otto no dia a dia nos ajuda demais nas viagens: nada de frescura pra comer (come o que tem), resistência física pra andar (ele aguenta mais que alguns adultos!), mas mantendo alguns rituais de sono e alimentação.

No final, é mais cansativo e restritivo que viajar só com adultos, claro, mas é interessante observar as reações e perguntas dele. É uma experiência profunda como família, que guardaremos pra sempre <3

 

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E escrevi esse texto enorme porque ia dizer que com toda a encheção que é viajar com crianças, estou muito orgulhosa do Otto. Ele foi chato alguns dias (por fome, cansaço ou simplesmente porque tem 3 anos), mas nos dias críticos, mais puxados, não deu trabalho algum, não reclamou de nada. Viajou 500km de carro sem reclamar, e passou um dia todo entre aeroporto e avião (saímos de Vegas às 9:30 da sexta e chegamos em casa ao meio-dia do sábado) sem nenhuma reclamação. Sujo, suado, dormindo todo torto e comendo o que tinha, ele manteve o humor e não nos deu trabalho algum.

Meu pequeno viajante, orgulho da mamãe! <3

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comentários sobre a viagem

[13-março] Hoje rodamos 500km, e não ouvimos uma reclamação desse menino. Ele está com crédito por um tempão  Passamos nesse parque estilo Simba Safári e é bem organizado. O Otto gostou mesmo é de correr e das escavadeiras (como sempre). Paramos em Kingsman para almoçar e paramos na loja da Harley Davidson pra babar. Dali fomos pra Vegas, e amanhã voltamos. Ufa!

 

[12-março] No caminho para a floresta o Fernando lembrou que essa cratera aparecia mencionada no Museu de História Natural de NY, e uma das mais preservadas do mundo. Fomos então conferir!

É incrível. O meteoro tinha 45m e fez esse buraco aí. O miolinho de uma das fotos, reparem, parece pequeno. Lá dentro tem um boneco de astronauta com 2m de altura e nem dá pra ver. É animal, e super legal!

Passeios nerds, é com a gente!

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Mais um sonho realizado: conhecer a floresta petrificada  Sempre que via o desenho do pica-pau pensava que um dia eu ia ver as árvores de pedra, e hoje eu vi! \o/Essa região foi uma floresta há milhares de anos. Os troncos sedimentados embaixo de lama, areia, cinza de lava e água aos poucos se tornam pedra. A matéria orgânica da árvore é substituída pela sílica que é levada pela água, e o que um dia foi madeira vira pedra e cristal. Uma árvore que não é mais árvore, é um molde mineral.Lindo, e incrível.

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Mais um sonhozinho realizado — sempre quis dormir num desses motéis de estrada, igual aos meninos do Supernatural  \o/

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Hoje realizei um sonho, daqueles de uma vida. Conheci esse lugar incrível, e jamais vou esquecer esse aniversário. As fotos não dão a dimensão da beleza e amplidão do Grand Canyon. Logo que der subo uns vídeos panorâmicos pra vocês verem. Estou muito feliz.

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E é difícil admitir (e lembro demais de você, Mariana) mas acho que NYC não tem mais graça pra mim.

Claro que é mágico estar num local tão cheio de significado pra quem curte cinema como eu, e tem lugares excelentes pra visitar e comer. Mas é sujo, e MUITO lotado. Me irritam as filas, o monte de gente. Lembrei dos excelentes restaurantes que visitei em Cleveland, tão mais vazios e com pessoas mais amigáveis. NYC é como SP pra mim: é legal como ideia, mas na prática irrita minha versão ermitã atual.

Que bom que vamos para o Grand Canyon semana que vem, ver o horizonte e com muito menos pessoas. Sou mais feliz assim. Mudei.

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(1) E aí que o dono do ap que alugamos comentou que se possível ele gostaria que mantivéssemos o local MEAT FREE porque blá blá blá whiskas sachê, e todos concordamos, achando uma graça.

Dia seguinte de manhã, fizemos ovos com bacon orgânico. Porque esquecemos completamente do pedido do cara, e tinha aquele bacon da Whole Foods que é coisa de deus.

E o ap não tem exaustor. Tudo cheira a bacon. Nós estamos felizes, mas se karma existisse nós estaríamos em maus lençóis.

(2) E aí que sobrou bacon, já que a gente esqueceu da promessa vegan, e ficamos vários minutos debatendo essa manhã se devíamos ou não fazer o restante do bacon. Abrimos a janela e ok, façamos o bacon (não pode jogar fora, certo?! :))

Bacon fritando na frigideira, toca a campainha! <o> Pânico e pavor, atendemos o interfone e é o dono vegano do ap!

Abrimos a porta (depois de um ataque de pânico coletivo e depois uma crise histérica de riso) e a pessoa que tocou tinha sumido.

Não sabemos o que aconteceu. Pode ter sido alucinação coletiva, ou ele fugiu de desgosto com o cheiro do bacon passando pela porta. O bacon com ovos estava ótimo, anyway.

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Além de viajar com a Kelly e a Ju, que já é um presente, o Fernando também está vendo NYC pela 1a vez (com o Otto, que não é ideal para a cidade, mas tudo bem), ainda encontramos a Raquel e a fofa da Viv, vamos encontrar a Patricia e David, e quinta marquei de jantar com um amigo local que não vejo há 13 anos.

Nunca ganhei um presente de aniversário tão enorme <3

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crianças e tecnologia

August 13, 2012 · Leave a Comment

sei que tem quem ache que deixar crianças usarem gadgets é coisa ruim, de pais que não querem dar atenção pra criança e que crianças devem brincar com outras coisas. concordo com a preocupação, e discordo da demonização de devices (inclusive da TV).

acho que a grande questão da discussão é o quanto a atividade é completamente passiva ou ativa e principalmente o balanceamento entre tipos.

computador, TV, aparelho de som, gibi, iphone, ipad ou qualquer outro device podem ser educativos e estimulantes, tudo depende do que está rodando nele, a personalidade da criança e obviamente a participação dos pais no processo.

sentar no sofá e ver TV (ou ver vídeo no youtube, ou assistir clips no ipad…) é passivo; ouvir música também. mas é completamente passivo, não estimula nenhuma área do cérebro? claro que não, poxa. ver desenhos, ouvir música, ver e ouvir vídeos são estímulos, sim. são estímulos diferentes de resolver quebra-cabeça e interagir com o device, é claro. assim como brincar de quebra-cabeça é diferente de correr e jogar bola. estímulos diferentes, desenvolvimentos diferentes. e minha opinião é que há grandes benefícios em todo tipo de atividade, o importante é que os pais se dediquem a direcionar, garantir que seus filhos serão expostos ao máximo de possibilidades, aprendendo de tudo um pouco.

acho importante ter momentos de calma e introspecção, ouvindo música, por exemplo. ou o mergulho no mundo interior/fantasia de contar uma história, ler um livro, ver um filme. gostaria que meu filho também aprendesse o prazer e a importância de divertir-se com calma, por si próprio, seja sozinho ou acompanhado de algum estímulo.

claro que o desenvolvimento físico é importante também — correr, pular, subir/descer, explorar fisicamente o mundo é essencial para o desenvolvimento de qualquer ser humano. neste ponto, sou uma mãe privilegiada — vivemos numa cidade pequena, moro num condomínio com inúmeras possibilidades de lazer. podemos fazer coisas simples como correr na grama, brincar na areia, em brinquedos de parquinho, subir em árvores, comer frutas do pé, nadar na piscina, dar comida aos patinhos no lago, tomar banho de mangueira. jogamos bola, brincamos no quintal, observamos o pôr do sol, as árvores, as flores e os bichinhos, e meu filho é exposto a isso o dia todo (e ele adora).

fiquei pensando que o problema talvez seja que essa nossa realidade é diferente da realidade de tantas outras crianças que vivem em cidades grandes ou mais pobres (com menos opções de área de lazer legal e segura). é compreensível que levantem questões sobre crianças submetidas predominantemente às atividades, digamos, passivas.

aqui em casa, gastamos uma parte do tempo brincando com o otto de coisas como quebra-cabeça, livrinhos, carrinhos, cantando músicas e interagindo com os brinquedos e entre nós. ele não gosta ainda de TV, e só assiste 10min de desenho de manhã e à tarde, que é o tempo de tomar a mamadeira (sentamos com ele no sofá e vemos desenho e damos mamadeira), e ele parece gostar. mas acabou a mamadeira, corre pra fazer outra coisa e ignora a TV de novo.

ele gosta muito do iphone e ipad (são os devices que temos em casa. tenho um blackberry também, mas ele não liga pra ele, afinal não tem nada legal :D), e procuramos deixá-lo brincar somente quando não tem mais nada pra fazer ou queremos distraí-lo enquanto fazemos outra coisa. o ipad e iphone viraram nossa salvação no carro, quando precisamos esperar alguma coisa e ele está impaciente, mas em especial nas primeiras horas do dia. o otto acorda às 6:30h, então usamos 1h da manhã (até a babá dele chegar) pra cochilar um pouco enquanto ele brinca na nossa cama com apps de quebra-cabeça, vê histórias ou vídeos (e nos chama pra ajudar, de vez em quando).

bom, pra quem como nós acha que brincar com devices é legal, não estraga a criança e nem transforma os pais em negligentes 😀 segue a dica de um site que faz crítica de apps para crianças e as nossas dicas pessoais sobre apps (para iphone e ipad) que o otto ama (e a gente também), desde mais ou menos 6 meses, quando começou a brincar com os devices.

apps4kids: site especializado em apps para crianças, tem MUITA coisa, separada por idade inclusive.

the fantastic flying books (grátis): essa app (exclusiva para ipad) não é para a idade do otto, mas ele ADORA (e nós também). é uma história interativa, muito lindamente contada e desenhada, e tem algumas oportunidades de interação bem fofas. ele passa um tempão indo, voltando, explorando, é uma graça. e a história é linda.

toca boca (alguns grátis, outros não): é uma empresa de jogos que ganhou nosso coração, dica do antenadíssimo tio weno. eles têm vários jogos legais, nós baixamos o paint my wings, hair xmas, toca doctor (o nosso preferido) e toca monsters (o preferido do otto-ogro, de longe, já que trata de comida).

memory (grátis): adoramos esse jogo simples de memória, com 3 opções de desenhos e várias de complexidade. o otto ainda não entendeu 100% como joga, mas gosta de achar os desenhos iguais, tem musiquinha legal e tudo. acho que pode ser mais legal ainda pra crianças maiores.

talking tom: sucesso absoluto entre crianças (e adultos meio lesados como eu), o gato repete o que a gente fala e reage a alguns estímulos, alguns deles nada nobres como socar o pobrezinho até ele desmaiar. todos contando com a crueldade infantil para vender apps 😀 aí tem a namorada do tom, e esse vídeo hollywood que o otto AMA assistir mil vezes.

talking bacteria: mais uma app que eu adoro mas digo que é pro otto (embora ele também ame e morra de rir). essa são simplesmente bactérias que repetem o que a gente fala (bem engraçado), se reproduzem quando damos donuts, morrem quando usamos uma pílula e ficam LOUCAS quando fazemos cócegas ou damos uma droga. não é muito educativo mas, olha, é bem engraçado 🙂

drawing: essa app é simples e fácil de usar, você desenha com os dedos usando cores do lápis (com espessuras diferentes), e tem também “figurinhas” pra colar. o otto adora ficar riscando, colocando as figurinhas, apagando e começando tudo de novo. bem simples e boa, mas tem um banner em cima que às vezes distrai a criança (e irrita a adulta aqui).

bongos!: claro, por que não dar a uma criança uma app que faz BARULHO, não é? 🙂

nano keyboard: o bongô não é suficiente? use essa app de piano/órgão pra alegrar sua vida nas longas viagens de carro!

a galinha pintadinha, a onipresente: como pude esquecer justo essa, a mais amada pelo menino? no iphone tenho “a galinha de emergência” (a versão teaser da app completa do ipad) que tem só 2 vídeos (funciona quando não tem mais nada, mas ele reclama que não tem as músicas que ele gosta). no ipad você baixa uma jukebox das músicas/vídeos e compra um a um. atualmente são 3 dvds, com várias músicas do cancioneiro nacional infantil e outras inéditas deles. poderia escrever um post só sobre essa franquia — há quem ache ruim, mas eu ainda não entendi o porquê, francamente. as músicas são (na maior parte) aquelas que ouvíamos quando crianças, muito bem executadas e com vídeos lindos. os arranjos e execução são ótimos, as animações fofas e engraçadas, não consegui achar defeito. a única coisa que me incomodou foi a última atualização da app, que mudou completamente o look & feel (mas verdade seja dita — eu demorei mais pra me adaptar que o otto) e veio com 1 música grátis (“lava a mão”) que é na verdade propaganda de sabonete. dispensável. e não dá pra apagar/esconder as músicas que você não quer comprar. elas ficam todas lá, com indicação de preço (antes de baixar) ou o “play” (depois de compradas). acabei comprando quase tudo, porque o otto vê o desenhinho da música e quer ouvir. acho que seria legal com os pais ter a opção de esconder músicas que não queremos comprar.

vou dar mais uma olhada no ipad e ver se não esqueci nada (claro que tinha esquecido, a mais querida de todas, a última!) mas essas são as queridinhas lá de casa. e pra quem tem curiosidade, tenho iphone desde antes do otto nascer, e como sempre me viu usando obviamente teve curiosidade, e eu deixei ele explorar. sei que é um device caro, mas sempre usei proteção (tela + externa), ele nunca fez nenhum estrago. desde as primeiras tentativas, com poucos meses, entendeu perfeitamente como funcionava o sistema de toque com os dedos. não acho que meu filho seja um gênio porque domina esses devices rapidamente com poucos meses de idade, acho é que o iphone/ipad são realmente intuitivos, e o bebê não tem conceitos pré estabelecidos de como as coisas funcionam, então eles exploram sem restrição.

por enquanto estamos felizes com nossa relação (e a dele) com atividades físicas/mentais, passivas e ativas. somos pais que gostam de tecnologia, acho natural que ele também se interesse, até pelo exemplo. continuaremos a estimular o gosto dele pelas atividades físicas, pois isso é um problema que nós temos (somos sedentários) e não queremos que ele vá para o mesmo caminho, estamos tentando mudar nossos hábitos para também dar exemplo.

no mais, divirtam-se com suas crianças, não sejam muito radicais e deixem também suas dicas de apps legais 🙂

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