2 a 14 de março de 2014
Viajar com crianças pequenas é puxado. Mas como é das coisas que mais amamos fazer na vida, decidimos encarar viagens que em tese não são para crianças, como essa que acabamos de fazer.
Muitas coisas nessa viagem seriam melhores e mais fáceis sem criança (NYC em especial), mas ainda valeu. Visitamos em NYC o MoMA e Museu de História Natural (ótimos para crianças, apesar do Otto querer interagir com tudo), Zoo do Central Park (médio, bem fraquinho, mas ele gostou do passeio), Toys R Us (não valeu, devíamos ter ido naquela outra tradicional loja de brinquedos no Central Park). Passamos por várias lojas, pra comprar mesmo, e essa parte pra ele foi chata (e fica tensa pra gente também, que tem que administrar a situação). Mas andamos muito de táxi e metro, e ele amou. Não tivemos problema em nenhum restaurante, foi tranquilo fazer refeições com ele (apesar de não comer lanche. Temos sempre que procurar outras opções — sanduíche pra ele não é comida).
Os passeios ao ar livre, mesmo com frio, são muito tranquilos com o Otto. Ele gosta de andar e correr (o que às vezes é problemático, como por exemplo nas trilhas na beira do abismo do Grand Canyon. Só no colo!), explorar os lugares, então passeios em parques e museus que têm espaço pra ele andar mais livre são melhores. Nosso maior stress é conseguir ensinar pra ele a andar sozinho porém ficar perto de nós. Não sei como os outros pais fazem e o que funciona, mas a gente tenta deixar ele explorar mas fica em cima, chama de volta o tempo todo, tentando explicar como deve funcionar. É difícil e chato. Temos que dar broncas constantes porque ele tromba nas pessoas (não olha ao redor), corre onde não dá pra correr, se afasta demais e não para quando a gente chama. Juro que a tentação é colocar uma coleira mas vamos tentando ensinar, que afinal é pra isso que estamos aqui.
Por um lado, acho injusto incomodar as pessoas ao nosso redor na tentativa de educar meu filho (precisa ser na prática, não tem como), mas por outro lado é isso: eu preciso da experiência real pra ele aprender. Espero que as pessoas empurradas e incomodadas por ele nos perdoem e saibam que estão de alguma forma ajudando a educar um humano
Nossa forma de criar o Otto no dia a dia nos ajuda demais nas viagens: nada de frescura pra comer (come o que tem), resistência física pra andar (ele aguenta mais que alguns adultos!), mas mantendo alguns rituais de sono e alimentação.
No final, é mais cansativo e restritivo que viajar só com adultos, claro, mas é interessante observar as reações e perguntas dele. É uma experiência profunda como família, que guardaremos pra sempre <3
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E escrevi esse texto enorme porque ia dizer que com toda a encheção que é viajar com crianças, estou muito orgulhosa do Otto. Ele foi chato alguns dias (por fome, cansaço ou simplesmente porque tem 3 anos), mas nos dias críticos, mais puxados, não deu trabalho algum, não reclamou de nada. Viajou 500km de carro sem reclamar, e passou um dia todo entre aeroporto e avião (saímos de Vegas às 9:30 da sexta e chegamos em casa ao meio-dia do sábado) sem nenhuma reclamação. Sujo, suado, dormindo todo torto e comendo o que tinha, ele manteve o humor e não nos deu trabalho algum.
Meu pequeno viajante, orgulho da mamãe! <3
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comentários sobre a viagem
[13-março] Hoje rodamos 500km, e não ouvimos uma reclamação desse menino. Ele está com crédito por um tempão Passamos nesse parque estilo Simba Safári e é bem organizado. O Otto gostou mesmo é de correr e das escavadeiras (como sempre). Paramos em Kingsman para almoçar e paramos na loja da Harley Davidson pra babar. Dali fomos pra Vegas, e amanhã voltamos. Ufa!
[12-março] No caminho para a floresta o Fernando lembrou que essa cratera aparecia mencionada no Museu de História Natural de NY, e uma das mais preservadas do mundo. Fomos então conferir!
É incrível. O meteoro tinha 45m e fez esse buraco aí. O miolinho de uma das fotos, reparem, parece pequeno. Lá dentro tem um boneco de astronauta com 2m de altura e nem dá pra ver. É animal, e super legal!
Passeios nerds, é com a gente!
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Mais um sonhozinho realizado — sempre quis dormir num desses motéis de estrada, igual aos meninos do Supernatural \o/
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Hoje realizei um sonho, daqueles de uma vida. Conheci esse lugar incrível, e jamais vou esquecer esse aniversário. As fotos não dão a dimensão da beleza e amplidão do Grand Canyon. Logo que der subo uns vídeos panorâmicos pra vocês verem. Estou muito feliz.
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E é difícil admitir (e lembro demais de você, Mariana) mas acho que NYC não tem mais graça pra mim.
Claro que é mágico estar num local tão cheio de significado pra quem curte cinema como eu, e tem lugares excelentes pra visitar e comer. Mas é sujo, e MUITO lotado. Me irritam as filas, o monte de gente. Lembrei dos excelentes restaurantes que visitei em Cleveland, tão mais vazios e com pessoas mais amigáveis. NYC é como SP pra mim: é legal como ideia, mas na prática irrita minha versão ermitã atual.
Que bom que vamos para o Grand Canyon semana que vem, ver o horizonte e com muito menos pessoas. Sou mais feliz assim. Mudei.
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(1) E aí que o dono do ap que alugamos comentou que se possível ele gostaria que mantivéssemos o local MEAT FREE porque blá blá blá whiskas sachê, e todos concordamos, achando uma graça.
Dia seguinte de manhã, fizemos ovos com bacon orgânico. Porque esquecemos completamente do pedido do cara, e tinha aquele bacon da Whole Foods que é coisa de deus.
E o ap não tem exaustor. Tudo cheira a bacon. Nós estamos felizes, mas se karma existisse nós estaríamos em maus lençóis.
(2) E aí que sobrou bacon, já que a gente esqueceu da promessa vegan, e ficamos vários minutos debatendo essa manhã se devíamos ou não fazer o restante do bacon. Abrimos a janela e ok, façamos o bacon (não pode jogar fora, certo?! :))
Bacon fritando na frigideira, toca a campainha! <o> Pânico e pavor, atendemos o interfone e é o dono vegano do ap!
Abrimos a porta (depois de um ataque de pânico coletivo e depois uma crise histérica de riso) e a pessoa que tocou tinha sumido.
Não sabemos o que aconteceu. Pode ter sido alucinação coletiva, ou ele fugiu de desgosto com o cheiro do bacon passando pela porta. O bacon com ovos estava ótimo, anyway.
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Além de viajar com a Kelly e a Ju, que já é um presente, o Fernando também está vendo NYC pela 1a vez (com o Otto, que não é ideal para a cidade, mas tudo bem), ainda encontramos a Raquel e a fofa da Viv, vamos encontrar a Patricia e David, e quinta marquei de jantar com um amigo local que não vejo há 13 anos.
Nunca ganhei um presente de aniversário tão enorme <3