Fer tentando acordar o menino da soneca, delicadamente. Menino replica:
“Você para de falar, por favor, para?”
Ele parou, né 🙂
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Sábado, dia de estar com a família, certo?
Na livraria cultura: “mamãe, vamos sair? Tem muita gente aqui”
“Otto, olha que legal a moça embrulhando o livro!” “Não achei nada legal!”
“Otto, experimenta isso aqui que tá delicioso” “Ah eu não acho isso NADA delicioso!”
OLHA.
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A rotina aqui de segunda a sexta é sempre assim: levantamos 6:50, eu vou pro banho e o Fer tem a tarefa inglória de acordar e arrumar o Otto pro café da manhã. Comemos, e às 7:40 levo o Otto pra escola, depois vou pro trabalho.
Simples, se o Otto acordasse, quisesse colocar a roupa, concordasse em sentar pra comer, entrasse no carro e ficasse na escola numa boa. Alguns dias todos os passos dão certo (raro), alguns dias todos dão errado (mais frequente do que gostaríamos) e tem os outros dias todos.
Hoje o Fer foi acordar o Otto, e no meio da resistência de sempre ele simplesmente fugiu da cama, chorando, e foi pro meio da casa (e o Fer atrás) — “eu quero dormir!!!”.
Olhou em volta com carinha de perdido e perguntou pro Fer “onde eu tava dormindo?!”, “ali naquele quarto, Otto”. Resmungando, ele voltou pro quarto e se enterrou na cama, carinha escondida no travesseiro.
Foi nessa hora que o Fer foi conversar comigo no chuveiro, num misto de riso e pena, pra avisar: “ele não vai pra escola, tá? ”
Saí do banho e fui deitar junto com os 2 um pouco antes de sair. Eu sei que a rotina é importante, e que ele devia ir pra escola (quanto mais abrimos exceção, pior fica o esquema). Mas o sorriso dele quando eu deitei ali juntinho e ele me abraçou, aquele corpinho gordinho e gostoso…
Segunda a gente tenta de novo, vai.
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E como se não fosse o suficiente a história da canção da Lilo, Otto me “ensinou” hoje a cantar aquela musiquinha do “Sabiá lá na gaiola fez um buraquinho… Voou, voou, voou, voou!”
Ahhhhh eu não aguento essa fase das músicas, gente! É muito amor, vou explodir!
<3 <3 <3
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(Essa é pra quem viu Lilo & Stitch)
Otto quis deitar comigo na rede, e me fez sentar de frente pra ele, como fazem as irmãs no filme, enquanto falam sobre OHANA.
Quando comecei a balançar, ele começou a cantar (com uma letra inventada) a melodia que a irmã maior canta, PERFEITA, e com as mãos fez os gestos de jogar as flores ao vento! E ainda diz “vão lá pras estrelas”.
Derreti e virei uma poça de purpurina!
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“Mamãe, eu quero mais daquela castanha que tem que morder MUITO FORTE pra comer!” = Amêndoa
(Comendo quantidades industriais. O moleque só gosta de coisa boa e cara, tou ferrada)
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“O que você quer de sobremesa, Otto?”
“SALADA!”
E tá aqui batendo mais um pratão depois do macarrão.
Tenho medo dessa adolescência, confesso.
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Fui pegar macarrão na despensa pra preparar pro Otto, que me pediu pra comer e desde então tá me perseguindo. Desastrada que sou, derrubei uma meia dúzia de macarrões no chão, e pedi ajuda:
Eu: “Otto, pega pra mamãe os macarrões que caíram no chão, por favor?”
Otto: “Pode deixar que eu COMO ELES TODOS pra você, mamãe!” E aí comecei a escutar aquele barulho de mastigar coisas crocantes, característico.
<o> Não sei o que é pior — ele comer coisas que caíram no chão com tanta naturalidade ou amar comer macarrão cru.
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Hahhahahahahahha! Otto vê gente entrando no mar em pranchão, pergunto: “o que eles vão fazer, Otto?”
“Eles vão PRANCHAR!” 😀
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inclusive espero que minha dificuldade em me manter séria em momentos críticos de chilique do meu filho não impeça o progresso da educação da criança, porque eu tenho SÉRIAS dificuldades em me manter séria enquanto ele chora e argumenta comigo sobre porque não é possível colocar uma camiseta.
resumindo, eu caio na gargalhada em situações em que eu deveria ser a mamãe-séria-dando-bronca.
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(durante uma viagem minha ao Chile…)
Update sobre menino Otto: depois do episódio de vômito inédito e sem explicação aparente*, dormiu e acordou ótimo. Foi pra escola, tudo direito até o momento.
Ufa.
(*) Ele comeu montes de cenoura crua imediatamente antes do evento. E ele come feito pernalonga, sem mastigar muito. Teve um acesso de tosse, voltou um pouco e aí… Gag reflex.
Ah, o lindo mundo da mater/paternidade.
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O Fer tava limpando a piscina, enquanto Otto brincava. Quando acabou, pulou na piscina de camiseta e com a bermuda que é daquelas de praia mesmo.
Eu não consigo explicar pra vocês a indignação do Otto quando viu o pai “de roupa” na piscina. Ele ficou até gago de tão chocado, coitado, hahahhahaha
O que fazer com uma criança naturalmente tão “certinha”? Esse menino vai sofrer muito na vida, afe.
—
… Aí a mãe também entra de roupa na piscina e explica pro menino que não tem problema, que roupa a gente lava!
Levaremos o caos pra vida desse menino nem que seja na marra!
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Todas as fotos do Otto ele tá imundo e com as unhas sujas, impressionante!
#mãedecesárea
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Hoje percebemos que o Otto não tinha bonequinhos, resolvemos comprar alguns. Escolhemos 5 bonecos Playmobil: 2 guerreiros, 2 fadas com flores e bichos, e 1 cuidadora com um macaco (e uma mamadeira).
Ele gostou de tudo, mas se apaixonou pela cuidadora e o macaco, e agora só quer dar mamadeira pro macaco <3
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Cometi um erro primário — depois de banho tomado é dente escovado deixei o menino ir buscar um boneco “pra dormir”. Ele volta da COZINHA com DUAS ESPIGAS DE MILHO.
Está nesse momento comendo a segunda, e eu aqui esperando pra escovar o dente de novo! <o>
(Viu o que acontece quando você sai, Fer?)
—
E logo depois de devorar 2 espigas de milho enorme, prontinho pra dormir, vocês acham que aconteceu o quê?
(Uma nota, maestro Zezinho)
Sim, cocô megamaster.
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isso.
A parte mais bonita e interessante IMHO de se tornar pai/mãe é exatamente isso: menos foco no EU, e todo um aprendizado de pensar em NÓS.
O exercício da dominação do ego (que considero essencial a todos que pretendem ser seres humanos melhores) é muito mais intenso quando se tem filhos. A empatia aumenta e também a apreciação pelo processo complexo de formação de um ser humano decente. Não é moleza, mas ensina muito.
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Criança de menos de 7 anos com “lição de casa” e “agenda”? SOY CONTRA. Tenho absoluta confiança no desenvolvimento intelectual e lógico da criança somente através do brincar. E mais importante que tudo — quero criar uma criança feliz, que saiba como ser feliz. Problemas de dinheiro são facílimos de resolver; problemas de felicidade e ansiedade não são.
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Depois de DUAS HORAS tentando fazer o menino dormir (sem sucesso), simplesmente desisti. Avisei — “vou sair e jantar. Você fica aí que eu volto depois”.
20min depois, creio que ele está dormindo, porque não chamou. Mas não volto pra conferir NEM A PAU.
#mãedecesárea
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hoje fiquei em casa trabalhando, pra poder pegar o otto na escola. ele dormiu quando chegou, acordou agora, me viu e veio dar oi todo feliz “eu gostei muito da mamãe aqui hoje!”
<3 <3 <3
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hoje o Fer tá fora o dia todo, e eu fui buscar o Otto na escola (normalmente é ele quem vai). aí achei que devia explicar:
eu: “otto, hoje a mamãe que veio te buscar porque o papai tá trabalhando em SP, viu?”
otto: “mas por que ele não pode trabalhar em casa hoje?”
eu: “porque ele precisa ir pra uma reunião!”
otto: “mas por que ele não pode fazer a reunião EM CASA?”
eu: “porque ele precisa encontrar as pessoas assim, cara a cara, entende?”
otto: (não se convenceu)
conclusão: ele é uma criança moderna, que já se acostumou com o esquema de conference call, pai e mãe fazendo reuniões virtuais com frequência. será que estamos diante de uma geração que vai achar DIFERENTE trabalhar fora de casa? quiçá!
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Hoje ele tava uma figura lendo história antes de dormir (mas não sem antes nos infernizar durante o banho, jogando água pra todo lado).
Quando comecei a ler a história do saci (ele AMA o saci, não enjoa), ele pergunta pela milésima vez: “quantas pernas tem o saci?”. “Uma, Otto”. “Mas POR QUE ele tem uma perna só?”
(Surpresa pra nós! Ele até hoje só tinha questionado COMO, nunca POR QUE)
E justo pra essa eu não tenho resposta. “Não sei, Otto! Mas ele parece bem feliz com uma perna só, né?” — “É!”
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A história do Lobisomem (que ele não quis ler ainda) começa com um uivo, “Aaauuuu!”. Ele ficou olhando, e perguntou “o que tá escrito aqui?”. “É um uivo, assim — aaaauuuuuu!”, imitei. Ele riu, achou o máximo. “Mas tem muito U e muito A aqui né, mamãe?”
Eu até quis explicar sobre onomatopéia, mas achei cedo demais 🙂
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vocês que não têm filhos, acreditem: é EXATAMENTE ASSIM. vocês que têm e já passaram dessa fase — lembram que delícia? (NOT). pra nós, que estamos passando por isso, só muita VODKA, gente, porque olha…
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Otto tem apenas 3a2m e já é melhor que eu em pelo menos uma coisa, vejam vocês:
Molhava as plantas com ele, e sem querer espirrei água demais, molhei o menino também, que reclamou.
Eu: “Ih, Otto, calculei mal! Não queria te molhar, desculpa.”
(Silêncio.)
Eu: “tudo bem, Otto? Desculpa a mamãe?”
Otto: “Desculpo. Mas eu NÃO gostei!”
Ahhhh! <3
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Hoje resolvemos fazer um churrasco aqui só pra nós, o Fer foi buscar picanha e linguiça, eu fui preparar as saladas. Colocamos a mesa com vários tipos de salada, e enquanto o Fer preparava a carne, o Otto pegou seu prato, serviu alface, repolho, beterraba, cenoura, brócolis e chuchu, colocou o molho de coalhada, pegou os talheres, sentou sozinho e começou a comer!
Quando a picanha ficou pronta ele acabou comendo mais que eu (“quero mais dessa carninha!”), além do pãozinho de alho e linguiça pra acompanhar
Comeu bem como sempre, mas hoje achei graça do nosso mocinho de 3a2m se servindo, sentando e comendo sozinho, tão independente!
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Eu: “Otto, quer comer uma coisinha antes de ir pra casa?”
Otto: “Ahhhh… Eu gosto de comer uma coisinha, sim!”
Hahhahahhahaha <3