Essa criancinha comendo quiabo cru do pé virou um menino que acorda de madrugada chorando porque “não quero que ninguém na minha família morra!”.
Ele não quer crescer, porque crescer significa envelhecer todo mundo, e “qual é a idade da vó Vera?”. Ele faz as contas e chora de novo, porque quando ele for adulto eu e Fernando chegaremos a essa idade.
(Com sorte chegaremos todos, meu amor, e seus avós ainda verão você adulto)
“Mas e se no futuro ‘mais tecnológico’ tiver uma vacina pra não morrer, ou uma poção de reviver?”
Trago a possibilidade do transumanismo (adoro), ele não se animou, não. “Quero nosso corpo, não um robô!”
Que você seja um cientista e que ajude os humanos a viver bem, melhor, mais.
Enquanto isso eu só te abraço, e digo “a mamãe também tem muito medo. Mas vai ficar tudo bem, estaremos aqui por muito tempo”.
Mas não pra sempre, ele me lembra, querendo congelar o aqui e agora.
Deve ser muito bom ser tão feliz no momento presente que poderia abrir mão do futuro.
💔