fabricando

Entries from October 2021

Tic, Ti, Tac

October 18, 2021 · Leave a Comment

Fernando: “Zel, você tava cantando BATE FORTE O TAMBOR… agora há pouco?!”

Eu: ”não! Mas quero! AMO!”

F: ”então era o Otto, alguém tava cantando!”

Eu: ”bebeu?! O Otto ia cantar isso como? Ele não conhece!”

F: “Ô OTTO, VOCÊ TAVA CANTANDO ESSA MÚSICA?”

O: “eu tava — BATE FORTE O TAMBOR…”

Nós: “eita mas de onde você conhece essa música?”

O: “sei lá, vocês me ensinaram lá no Brasil”

A gente sai de Vinhedo mas o Bloco Bloquete não sai de nós ❤️❤️❤️❤️❤️❤️

e

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Keats

October 16, 2021 · Leave a Comment

“Mamãe, anota aí um poema que tá na minha cabeça!”

**

Hearts are love and hearts are life
For vessel and pain you need to revive.

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Animais fantásticos e onde habitam

October 3, 2021 · Leave a Comment

Quando a gente era criança e ficava reclamando pra fazer qualquer coisa que não era brincar, meu Papi Ivan falava pra gente, em tom de galhofa:

“Não gema, não bufe, não resfolegue!”

Eu sempre odiei, bufava mais ainda 🤣🤣🤣 nunca entendi do que ele tava falando.

Agora eu TOTALMENTE ENTENDO porque o Otto literalmente geme, bufa e resfolega pra fazer QUALQUER TAREFA.

Senhor, daí-me paciência porque se me der força…

🤣🤣🤣

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Mundos imaginários

October 2, 2021 · Leave a Comment

A riqueza que é ter amigos com perspectivas diferentes de mundo. Há 11 anos nós aqui sofríamos com a ideia de mentir para nosso filho sobre as lendas de Papai Noel, Fada do dente, coelho da Páscoa.

Uma amiga querida trouxe um ponto de vista lindo, que nos fez mudar de ideia. Pois 11 depois ela voltou e de novo me fez lembrar da importância da fantasia ❤️

“(…) Olha, eu acho que um caminho possível é sair dessa chave da verdade/mentira pra entrar num outro campo, que é o lugar disso na gente, que é o campo do simbólico. Para alem das lendas, há também a arte. Penso que é mais do que dizer: precisamos disso. Somos isso, enquanto humanos, uma das nossas camadas de existência é essa. Um ator não está mentindo quando representa, ele está buscando conexão com outros humanos através do personagem. Um escritor não mente quando cria uma história, ele conversa com o nosso repertório de vida. (…)”

É isso: o exercício da conexão do campo da fantasia, do universo do outro.

Obrigada por todos vocês que sempre estão aqui e trazem pontos de vista tão bonitos.

❤️

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Guardiões da Infância

October 1, 2021 · Leave a Comment

Chegou um dos momentos que a gente mais temia desde antes do Otto nascer, e pra quem ta aqui faz tempo vai lembrar que eu trouxe a discussão num post e várias pessoas amadas deram opinião (aprecio demais; algumas opiniões nos fizeram mudar de ideia inclusive sobre como lidar com a questão):

Criar a fantasia do Papai Noel, Fada do Dente, Coelho da Páscoa, ou desde pequeno dizer que é lenda?

Fernando e eu a princípio éramos contra mentir e inventar as histórias todas pra criança acreditar. Mas depois de ler, ouvir pessoas que trabalham com histórias para crianças, pensar bastante, decidimos que é bonito, divertido e importante alimentar as fantasias de magia da criança. É uma fase muito única da vida, em que acreditamos em seres mágicos sem desconfianças, sem medo (ok, talvez com um pouco de medo :)) e vivemos com um pé na realidade e outro na fantasia.

A criança terá a vida toda pra se confrontar com o inexplicável, duvidar e descobrir a realidade, quando seu cérebro estiver pronto pra encontrar razão em tudo. Decidimos entrar na fantasia e deixá-lo sonhar com o impossível.

Há umas semanas, pouco a pouco, temos notado diferenças no Otto, ele está… menos criança. Na fala, na escolha das frases, nas pequenas responsabilidades que ele sozinho assume, na maturidade que demonstra e antes não tinha. No cheiro das roupas (mudou. Ele agora tem cheiro de gente e não mais cheiro de criança), no corpo. Comentei com o Fer — “até quando ele vai acreditar em Papai Noel? Daqui a pouco alguém vai contar pra ele. Vamos ter que admitir que mentimos, vai ser foda.”

E foi.

**

Fui tirar ele do banho (sempre é nessa hora do dia que as conversas mais profundas acontecem):

O: ”mamãe, eu preciso falar sobre duas coisas com você!”

Eu, não sabia o que era, mas senti o peso: “pode falar!”

O: “eu tenho uma pergunta. Estou pensando sobre o Papai Noel e a Fada do Dente… eles são de verdade ou você e o papai que compram os presentes e pegam meus dentes?”

Eu: “vamos falar mais sobre isso, mas antes me conta de onde veio essa dúvida?”

O: “eu tenho uma teoria. Eu acho que vocês é que compram os presentes, porque tem ano que tem mais presentes, tem ano que tem menos… é porque vocês têm menos dinheiro, eu acho. A fada do dente eu não tenho NENHJMA EVIDÊNCIA mas eu acho que também não existe!”

🥺

(Tem lógica, porém hahahhahaha!)

Chamei o Fer, porque afinal é um momento pra conversar como família. Já tínhamos combinado que não íamos mentir quando ele perguntasse.

Nós: ”Otto, o Papai Noel e Fada do Dente são lendas, como o Curupira, o Saci. São histórias que a gente conta pras crianças pequenas, porque elas são bonitas e divertidas, mas são realmente lendas. Quem compra os presentes e pega os dentes somos nós.

Cada país e cultura tem lendas diferentes. Aqui por exemplo tem o Elf on the Shelf, que não temos no Brasil. E quando as crianças são pequenas, fazemos de conta que é verdade pra ser divertido. Quando as crianças crescem elas percebem que não é verdade, como você percebeu. Mas a gente continua fazendo a brincadeira até quando adulto, porque é gostoso. Sua vó Vera por exemplo coloca presente na árvore até hoje que a mamãe é adulta!”

— “você tá bem, Otto? O que você tá sentindo?”

O: (vozinha de choro) ”Eu tou muito desapontado porque são lendas.”

BUÁ EU QUASE CHOREI. Abracei né.

O: ”mas mãe, pra onde vão meus dentes?”

Eu: ”tenho todos guardados.”

O: ”COMO ASSIM?!”

🤣🤣🤣

**

Meu coração ficou tão pequeno. Espero que de alguma forma eu consiga manter nele a magia de acreditar, nem que seja de passagem, em lendas. Que nao seja só sobre os presentes ou o dinheirinho do dente, que seja sobre o fantástico e inexplicável, por mais doido que possa parecer.

Nosso menino cresceu. Eu não estava preparada.

Como é bonita a vida, e o quanto eu sou grata por viver essa experiência. Fabricar humanos é muito louco.

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