fabricando

Cérebro 

April 4, 2017 · Leave a Comment

16:40, no meio de uma reunião toca o telefone, e é da escola do Otto.
(Pausa, porque quem não tem filho na escola não tem noção do que é isso. Pensa num mix de Hora do Espanto com It com Madrugada dos Mortos e multiplica por 1000)
A enfermeira bem calma me conta que o Otto levou uma picada de um inseto (ufa) e que estava bem vermelho (normal) e se ela podia aplicar uma pomada antialérgica, pra parar de coçar. Pode, claro, ufa, obrigada. Desligo.
5 minutos depois toca de novo, era ela. “Olha, ele ficou MUITO bravo de passar pomada e disse que odeia pomada e chorou. E tá aqui dizendo que quer que a mãe venha buscar. Meu príncipe, quer falar com a mamãe?” — (ele já enrolou a enfermeira, pensei) — “Hm. Coloca ele no telefone, ele tá aí?”
Tava. “Oi meu amor, tudo bem, tá melhor?” — “tou, mas eu quero que você me busque! Eu não gostei de passar pomada e quero ir pra casa” — (tá bom, também tá quase na hora de sair) — “ok, uns 15min tou aí.”
Fui, chego lá ele tinha voltado pra sala, veio me encontrar com cara de culpado. Hm.
Eu: “mostra pra mamãe onde foi a picada?”
(Ele mostra. Tipo — NADA. Um vermelhinho ridículo de pequeno.)
Eu: “mas Otto, não foi nada. Nem tá vermelho! E você não deixou a enfermeira passar a pomada?”
O: “ela passou mas eu tirei, porque eu odeio!”
Eu: “ah, meu amor, não. Não pode. Próxima vez você deixe ela passar, que ela sempre pergunta pra mamãe antes, e é o que é melhor pra você. Eu não precisava ter vindo te pegar mais cedo hein?”
O: “mas eu tinha um plano, mamãe. Olha, a gente tá saindo e ainda é de dia!!”
(HAHHAHAHHAHAHA putaquepariu esse menino!)
Eu: “oi? Você mandou me chamar pra sair mais cedo então, e não por que tava incomodado com a picada?”
O: “sim.” (Tipo — nem se vangloriando nem nada. Só sincero, tranquilão)
Eu: (…) “gato, não pode isso não. Que não aconteça mais. Agora eu tinha outra coisa pra fazer e você vai junto, não vamos chegar cedo em casa de qualquer forma.”
E fomos, e ficou de boa, fez tarefa, jantou, fez tudo direitinho. Na manha, fez tudo do jeito dele.
Tem quem tenha crianças arteiras, traquinas, que aprontam 1000 e uma; aqui não, temos o Cérebro, que se a gente der mole, vai conquistar o mundo na surdina.

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Sobre todas as coisas 

April 4, 2017 · Leave a Comment

Para os que são espíritas, vivem me dizendo que Otto é uma “alma antiga” ou “espírito velho”.
Eu que sou ateia convicta só acho que esse menino é uma figurinha carimbada e não sei o que passa naquela cabecinha.
As perguntas dele são super abertas, quase filosóficas. Semana passada ele me perguntou “o que é o tempo”. Ontem me perguntou “o que é o espaço” (ainda bem que sou mãe estilo sambárilóve, respondi que é tudo que não são os planetas e estrelas :D). Mas uns dias atrás ele se superou. Fernando dando banho nele, e aparece o seguinte:
“Como a vida começou?”
(Oi?)
Eu: “você quer saber como você nasceu? Como outras pessoas nascem?”
O: “não, como A VIDA começou, no planeta Terra.”
Neil deGrasse, favor comparecer ao recinto.
Só Cosmos pra nos salvar. Acho que é hora de mostrar a série pra ele, e seja o que BigBang quiser.

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