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virei mãe mas continuo a mesma chata de sempre

January 19, 2012 · 18 Comments

eu detestava criança que grita, faz manha, é agressiva, carente, interrompe as pessoas, etc. etc. e etc. virei mãe e… continuo detestando isso tudo.

se você não tem filhos e reclama de chatices de criança, rola sempre um papo-meio-maldição tipo “você vai ver quando tiver filhos…”. essa maldiçãozinha tem 2 premissas embutidas, uma é verdadeira e a outra é falsa:

[V] crianças são chatas mesmo, e você vai se ferrar quando elas forem suas, porque você é obrigado a aguentar

[F] o que podemos fazer, né? afinal criança é assim mesmo…

criança é chata sim, vamos admitir logo e passamos dessa fase. elas se consideram o centro do universo, frequentemente não sabem expressar bem o que querem, gostam de chamar a atenção de todos ao redor (e ficam irritadas quando não conseguem), querem tudo do seu jeito, têm energia sobrando. qualquer um sairia correndo de perto de alguém com essas características, certo? 😀

mas crianças são crianças, e todos sabemos de antemão que são assim. o papel dos educadores (e pessoas que amam essa criança em especial) ao redor dela é ensinar a conviver com o mundo e com as pessoas seguindo regras mínimas de convivência. orientar a criança (duzentas mil vezes, saibam) é papel dos pais (e com sorte, outros membros da família que sejam generosos para contribuir). com amor, carinho, paciência e muita, muita insistência.

(e pizza, em último caso 😀 mas essa piada é politicamente incorreta, espero que você conheça, pois não vou contar)

o que me leva à parte falsa da premissa: é lógico que tem o que fazer! os pais devem — DEVEM, da lista de deveres — direcionar seus filhos. mil vezes, 10 mil vezes se for preciso. é preciso dizer não, e manter-se firme na negação do que não é aceitável. é preciso impedir que a criança seja desrespeitosa ou agressiva com outros. é essencial ensinar paciência, respeito pelo espaço e tempo do outro. por mais chato, cansativo e irritante que seja. isso é ser um bom pai/mãe: ensinar seu filho a ser um cidadão, ensinar que há outras pessoas no mundo além dele, e que ele precisa aprender a respeitar para ganhar respeito.

(supondo que os pais saibam disso, porque de verdade não é incomum encontrar adultos que ignoram as regras mais simples de convivência e cidadania)

porque eu gosto de contribuir para um mundo melhor, seguem algumas dicas pra ajudar a perceber se está sendo um pai/mãe relapso na educação do seu filho (e contribuindo com mais um sem-noçãozinho no mundo):

– diz coisas do tipo “ah, sabe o que é? é que ele muito energético!” quando na verdade seu filho é um tosco e precisa ser ensinado a tratar as outras pessoas e crianças com respeito;

– não repreende seu filho imediatamente quando ele é agressivo fisicamente. com qualquer pessoa, inclusive você mesmo;

– finge que não escutou quando seu filho grita. ninguém gosta de gritos, gritos não são bem aceitos em nenhum ambiente social, por que devemos deixar crianças gritando como se fosse normal?

– deixa seu filho tomar coisas que não são dele sem pedir. (acredite, eu tenho um bebê de 1 ano e 4 meses: eu sei que eles querem TUDO e consideram o mundo inteiro deles. é nosso papel ensinar pra eles que as coisas não são assim)

– não diz não pro seu filho, “pra não traumatizar”, ou “adicione aqui qualquer razão estúpida”. o não é importante e necessário. se você se preocupa em dizer nãos demais, diga sims pra balancear, não tenha preguiça e reforce o comportamento positivo também ao invés de dar desculpas bestas pra não dizer não;

– deixa a culpa (por trabalhar, por exemplo; por passar menos tempo do que acha que devia com seu filho, etc.) direcionar o quanto você educa o seu filho. lide com sua culpa na terapia, não deixe que ela reflita na (falta de) educação do seu filho. ele precisa de limites, de nãos e de orientação, a sua culpa não é problema dele;

– não brinca com seu filho quando está com ele. se você tem tempo pra estar com seu filho, BRINQUE COM ELE. as crianças aprendem através das brincadeiras, e você terá várias oportunidades de se divertir E orientar seu filho nas brincadeiras;

– não escuta o que ele diz quando está falando com ele. e, ao mesmo tempo, interrompe tudo que está fazendo quando ele quer falar com você. é importante ouvi-los quando você está falando com eles, mas é também importante que, aos poucos, entendam que as pessoas não devem parar tudo o que estão fazendo por que eles querem! pense que esse aprendizado vai ajudá-los a serem pessoas mais tolerantes, e menos malas-sem-alça;

– perde a paciência com seu filho ou cede (desiste de orientar) porque ele é teimoso, chato ou insistente (ou seja… uma criança!). ele precisa da sua paciência, dedicação e orientação. é chato, mas é nosso papel. e se os pais perdem a paciência ou desistem, quem vai educar, gente?

e com isso tudo não quero dizer que é fácil ou (sejamos francos) divertido. a parte mais difícil de educar uma criança é ser firme, consistente e se comprometer em ensinar. porque ser ausente ou fingir que não percebeu é moleza. difícil é continuar explicando a mesma coisa depois de 20 mil repetições, quando você está cansado e quer ver TV ou ficar na internet.

ou seja: crianças são e sempre serão chatas mesmo. a tarefa de educá-las é cansativa e lenta, demora ANOS. exatamente por isso essa tarefa é responsabilidade dos PAIS, que as amam acima de tudo. só mesmo com muito amor é que a gente encontra em si paciência e motivação pra insisir quando qualquer outro teria desistido. porque (em tese, porque tem pais que realmente não estão nem aí) no futuro todo o investimento na educação, em ser uma boa pessoa vai ajudar seu filho a ser feliz e bem sucedido no caminho que escolher.

continuo achando crianças chatas (as dos outros mais que o meu, por definição). o que mudou depois de ter meu filho é que agora já não me incomodo tanto com a chatice da criança, mas principalmente com a falta de ação dos pais em relação a elas. fico muito irritada quando vejo uma criança gritando na orelha alheia e os pais nem aí. quero morrer quando vejo uma criança agressiva arrancando brinquedos das mãos dos outros e os pais, ao lado, sem dizer nada.

amar = educar. e não há educação sem correção de rota, orientação, insistência.

Categories: educação

a fisiologia do gosto (*)

January 4, 2012 · 2 Comments

(*) roubei o título do ótimo livro de brillat-savarin, pois o assunto do post é não só alimentação do bebê mas principalmente o desenvolvimento do paladar.

não sou especialista no assunto (aliás, não sou especialista em NENHUM assunto :D), mas tenho cá minhas convicções a respeito de comida, culinária e alimentação de forma geral. sempre acreditei na importância do que chamarei de educação alimentar ou gastronômica, não só no sentido da experiência sensorial mas também o processo de escolha e preparação dos alimentos.

quando chegar a hora, pretendo ensinar o otto a cozinhar, pois acredito que isso é conhecimento básico e fundamental para todo ser humano. saber escolher e preparar seu próprio alimento (além de poder alimentar outros) é não só importante mas um grande diferencial. além de ser muito prazeroso 🙂

mas hoje não quero falar da preparação, mas da educação do paladar. percebi que o paladar pode ser educado com 16 anos, quando decidi parar de consumir açúcar em todas as minhas bebidas. nem lembro mais o motivo, mas com essa decisão um mundo se abriu pra mim: pra começar, percebi o quanto as pessoas ao meu redor eram viciadas em açúcar, e consumiam em excesso. foi difícil convencer minha mãe a parar de adoçar tudo, e deixar que cada um se servisse à sua maneira (o que por si só é interessante — que tal respeitar que cada pessoa tem um gosto DIFERENTE do outro, e dar a oportunidade de escolha?). quando eliminei o açúcar das bebidas, descobri um mundo de sabores que estavam mascarados pelo doce-melado, o sabor dos alimentos puros!

daí pra adiante, fui experimentando reduzir sal, cebola, alho, azeite, pimenta e tudo o que modifica o sabor dos alimentos. fiz uma regressão alimentar 🙂 e comecei a retomar os temperos e alteradores de sabor lentamente, e com muito mais cuidado e precisão. pois aprendi a apreciar o sabor do alimento e não do sal e outros temperos. a docura do tomate, da cenoura, o amargor da escarola, a acidez da berinjela, o sal natural das carnes, o amanteigado dos peixes.

pois quando começamos a introduzir o otto ao mundo dos alimentos além da teta, havia uma preocupação em fazer do processo de se alimentar um prazer e também aprendizado sobre sabores e texturas. fomos orientados pelo pediatra a iniciar com sucos coados de fruta (laranja, mamão) primeiro, depois frutas peneiradas (uma de cada vez, por 1 semana), depois legumes peneirados, e por último as carnes.

pois assim fizemos, seguindo uma dica que acho importante: nas primeiras 4 semanas, insistimos com a mesma fruta por 1 semana cada, observando se a consistência estava OK para o bebê deglutir. cada bebê é diferente, e uns têm mais facilidade que outros para engolir, é preciso respeitar os limites naturais de cada um e adaptar. e insistir em 1 só fruta ajuda a desenvolver o paladar, acostumar-se ao novo e apreciar as características de cada fruta.

algumas frutas o otto gostou mais, outras menos, mas provou muitas delas. e não recusou nada pelo gosto, mas pela textura (banana amassada, por exemplo, ele não gosta de forma alguma, embora coma a banana hoje mordendo direto da fruta).

expor a criança aos cheiros, texturas, sabores e cores dos alimentos puros ajuda a desenvolver a percepção sensorial de forma mais ampla, a criar memória gustativa / olfativa / tátil. deixar a criança PEGAR os alimentos, sentir a textura, morder, lamber e cuspir, cheirar, interagir e descobrir por si própria o que prefere.

logo que o otto aprendeu a ensaiar uma mastigação mesmo sem muitos dentes (entre 7 e 8 meses), começamos a dar alimentos em pedaços maiores (sempre cozidos, sempre com supervisão) para que ele pudesse triturar, morder, e ver os pedaços maiores de alimento, com suas cores e texturas. ele gostou muito mais de comer depois de começar a ver pedaços. a partir dos 8 meses começamos a preparar o prato com os alimentos dispostos em separado (nada de “sopão”!), pra que ele também pudesse apreciar o visual dos alimentos.

ah, e tudo desde o início sem sal, açúcar, cebola, alho ou qualquer outro “alterador” (mas sempre usamos um pouco de azeite, como parte da dieta). por volta de 1 ano comecei a temperar a comida dele com ervas e um pouco de cebola, mas sempre pouco. e o sal foi fortemente NÃO recomendado pelo pediatra na alimentação diária.

não tenho evidências científicas de que a prática de alimentar a criança com alimentos “puros” ajuda a educar o paladar, mas me parece tão óbvio… o otto aprendeu a comer os alimentos como eles são, com seus sabores e texturas originais, e qualquer adição a eles é um elemento a mais na harmonia dos sabores, digamos. o sal, a pimenta, o azeite, adicionam complexidade ao básico, e como conhece os sabores básicos, vai conseguir apreciar melhor os outros componentes!

tanto é verdade que ele come (e ama) brócoli cozido (só na água) todos os dias, e quando damos brócoli com sal, pimenta, azeite e alho em restaurantes ele também come, com o mesmo prazer. e volta depois a comer seu brócoli simples do dia a dia sem problema nenhum.

preparar alimentos básicos e simples para crianças não dá trabalho. é cozinhar no vapor ou na água, assar, coisas simples. não é preciso se preocupar se está com muito/pouco tempero, ou se está “bom”: basta confiar no sabor do próprio alimento, e tudo dá certo.

o que dá trabalho é convencer o mundo ao redor que não, a criança não vai sentir falta de açúcar, sal, cebola, alho ou pimenta. e que comida sem tempero não é RUIM!

o que passa, obviamente, por convencer as pessoas que elas precisam parar de pautar o comportamento e gosto do restante do mundo por elas mesmas. mas isso é assunto pra outro post 🙂

Categories: alimentação · educação · saúde

a rotina, esse grilhão

December 20, 2011 · 3 Comments

todos quase sem exceção recomendaram que criássemos uma rotina para o otto. o pediatra dele foi enfático: crianças precisam de rotina!

eu gosto de rotina. foi fácil não só criar mas também documentar a rotina dele — escrevemos todos os fatos importantes do dia num caderninho, pra que eu possa ver no final do dia o que aconteceu.o caderninho ajuda a babá a saber de manhã como foi a noite e que horas acordou, me ajuda a saber como foi o dia, e ajuda a sumarizar os acontecimentos do período para o pediatra (basta dar uma lida e pontuar coisas diferentes).

o menino é um relógio, seja por que ele é assim mesmo, seja porque procuramos manter a rotina dele direitinho. acorda, café da manhã, passeio, lanche, soneca; almoço, banho, soneca; passeio, lanche, leite; jantar, passeio, banho, historinha, cama; leite da meia-noite e aí só amanhã.

a comida varia, e ele se adapta bem à comida da rua, apesar de darmos tudo separadinho pra ele sem sal, açúcar ou muito tempero. ele come até pedra, essa é a verdade, o que facilita demais o fim de semana. só tem dado trabalho porque quer comer sozinho, e nem sempre é possível (me recuso a transformar a mesa do restaurante em chiqueiro. embora às vezes aconteça apesar de).

desde que respeitemos hora de sono e refeições/lanches, o menino fica muito bem.

parece fácil, né? mas não é. porque com 3 refeições principais, 2 lanches e 1 mamada no meio do dia, pense bem, quanto tempo sobra pra viver e fazer coisas? QUASE NADA!

pense ainda que ele acorda 6:30h e dorme às 19:30h. nosso dia é um corre-corre de comida, passeio e banho. e fraldas no meio, claro. se vamos a qualquer lugar à tarde, podemos sempre levar uma fruta e o leite, tudo certo. mas temos que correr pra casa pro jantar às 17:30h-18:00h e seguir rigorosamente a rotina de dormir, senão nossa noite vira um inferno.

e comprovamos a informação que lemos por aí: quanto mais atrasa o horário de dormir, pior fica. ele resiste mais ao sono quando está mais cansado. ou seja: não atrase, ou liga o modo belzebu-menino e aí é 1h pra fazer dormir já deitado no berço. choro e ranger de dentes por parte dele, e vontade da mãe de sair correndo pelada pelo condomínio por parte da mãe.

(ok, correr pelada tem menos a ver com ele e mais a ver com minhas fantasias de mulheres loucas)

resumo: rotina é ótimo pra criança e ajuda os pais no dia a dia, verdade. seguir a rotina enlouquece os pais que queriam muito, muito mesmo poder dar um passeio inocente e voltar pra casa 1 horinha mais tarde.

no, sir, not anymore.

aguardemos os 7 anos de idade, enfim. nos vemos em 2017.

Categories: alimentação · educação · maternidade · sono

viajando com malas extras

December 1, 2011 · 4 Comments

é, a mala, no caso, é o bebê mesmo 🙂

sempre gostei muito de viajar, e viajei muito na vida. foi aliás o melhor investimento de dinheiro e tempo que fiz, e não me arrependo de nenhuma delas. um dos grandes medos que tinha de engravidar e ter filhos era o fim da era das viagens e da liberdade de ir e vir sem compromisso…

não quero assustar ninguém, mas meus medos eram completamente fundamentados. não é viável viajar com bebês sem o mínimo de planejamento e infra. bom, pelo menos pra mim! não me considero fresca, nem faço questão de muitos luxos, mas pra um bebê como o otto, que tem rotina rígida, não dá pra pirar o cabeção.

bom, dar até dá. só que você tem que estar disposto a submeter estranhos ao chilique de fome e/ou sono do seu filho, e se tem algo que eu abomino são pais que não respeitam os limites dos filhos em locais públicos. é muito frequente ver crianças tendo ataque de chatice porque não foram alimentadas no horário certo ou estão cansadas. graças à falta de planejamento dos pais, todos ao redor sofrem, especialmente a criança. sou contra! quando a gente tem filhos, tem que respeitar as limitações da idade, não dá pra vida ser exatamente como antes, não dá pra pular o almoço e ficar acordado até 11 da noite com um bebê a tiracolo (*).

e pra que seja possível conviver com a criança pacificamente num ambiente fora da zona de conforto dela, é preciso se planejar minimamente. no caso do otto, alimentação e sono são fatores críticos de chilique, então precisamos garantir o seguinte:

– os horários de fome e sono precisam ser respeitados. ele precisa comer quando está com fome e dormir quando tem sono;

– é preciso ter comida que ele coma nos horários de comer. nada complicado, mas não dá pra ser fast food ou bobagem, ele come COMIDA: arroz, feijão, macarrão, carne, legumes e frutas. qualquer kilão básico serve, mas lanchonete não serve;

– ele precisa de ajuda pra dormir, não dorme em qualquer canto e com qualquer barulho. então precisa planejar a hora de dormir, mesmo que seja no colo e em lugar público;

– a mamadeira, se precisar ser aquecida, precisa de algum planejamento. a gente sempre usa leite em pó pra mamadeira fora de casa, e leva água filtrada ou mineral. normalmente tanto faz pra ele se é morna ou fria, mas já aconteceu de recusar mamadeira fria…

– o otto se mexe demais dormindo, ou seja: o local onde ele dorme precisa ser seguro. principalmente agora que ele começou a andar. não dá simplesmente pra colocar numa cama e deixar. no mínimo precisa ser um colchão no chão.

pra que essas 2 coisas simples possam acontecer e minimizar o potencial de chilique do bebê, é preciso planejar. e eu acho que é legal também submeter o bebê/criança a situações diferentes, “fora da bolha”. tem seu valor educativo, e a criança fica sem frescura. mas fique atento para não transformar sua conveniência (ou falta de saco pra planejar) em inconveniente pra criança e pra todos obrigados a aguentar o piti dela.

então, se você também não curte submeter seu filho e desconhecidos ao stress de um bebê dando show, seguem as dicas que usei com o otto e funcionaram:

– não deixe o bebê com fome nem com sono, preste atenção no horário! priorize a alimentação e sono do bebê, pra não se estressar depois;

– usar leite em pó para a mamadeira, e ter sempre água à mão. até a água quente pro chá ou café quebram um galho pra amornar a mamadeira em qualquer horário. se der o peito, tanto melhor, mais prático;

– verificar com o hotel ou a pessoa que vai hospedá-lo se é possível arranjar um berço, caminha ou colchão no chão que seja seguro para o bebê dormir;

– verificar no hotel ou com quem vai hospedá-lo sobre horários de café, almoço e jantar e a possibilidade de pedir comida em outro horário. informe-se sobre o tipo de comida que servem;

– comprar lanchinhos e frutas que o bebê/criança goste mais para ter sempre à mão. pera e maçã são frutas fáceis de manter e descascar em qualquer lugar. o otto adora biscoito de polvilho, então sempre tenho na bolsa;

– ter sempre água pro bebê na garrafinha que ele costuma tomar, pra oferecer quando estiver na rua;

mas se seu filho é um santo e se comporta bem com fome e com sono, em qualquer lugar, DEUS CONSERVE, amiga 😀

(ou você é uma dos muitos sem-noção que não ligam do seu filho dar chilique em público, ou na casa dos outros. tsc tsc tsc)

(*) sei que há pais que não estabelecem rotina, não colocam horário pro bebê dormir, dão qualquer coisa pra comer, etc. pessoalmente, acho que isso é uma forma de se eximir de educar, com a desculpa de “não ter frescura”. é tarefa dos pais educar a criança a respeito de horário de dormir/acordar, e de como melhor se alimentar. isso é útil para o resto da vida! se meu filho quando adulto quiser comer só porcaria e dormir pouco/mal, problema dele. enquanto ele é criança, vejo como minha responsabilidade garantir o melhor sono e a melhor alimentação. por mais que dê um trabalho DO CÃO.

Categories: alimentação · educação · sono · viajando

o médico e o monstro

September 5, 2011 · 19 Comments

tenho falado sobre sono do bebê desde o início, porque esse foi sempre o maior problema com o otto. nas melhores noites ele acorda 2x. nas piores, a cada 1h (ele dorme das 19h-6h, faça a conta :().

nossa sorte é que o fer pode ficar acordado à noite pra administrar o monstro, ou não sei o que seria de mim, já que preciso acordar e ir trabalhar. ele pode quase sempre dormir depois do serão, já eu…

há 2 semanas mais ou menos ele voltou a virar o monstro da noite, e acordar chorando com mais frequência. não é dor, fome, calor, frio, sede, nada. ele acorda porque está extremamente agitado, e não consegue dormir de novo. é estranhíssimo porque ele sequer chega a acordar — não é o caso de perder o sono e querer brincar, fazer outra coisa. ele claramente quer dormir, mas parece não saber como. ou melhor, ele sabe como: indo pro nosso colo. só que decidimos que não vamos mais pegá-lo no colo pra dormir durante a noite, somente na hora de dormir oficial.

pois que nestas 2 semanas estamos num inferno. ele dorme no horário de sempre, mas passa a noite acordando/chorando. até que lá pelas 4 ou 5 da manhã desistimos e trazemos ele pra nossa cama. e aí o drama é outro: ele simplesmente não para quieto, e é impossível dormir com ele do lado. fico das 5 às 7 da manhã ajeitando o menino na cama, dando a mão e fazendo ele dormir de novo (a única vantagem é que não precisa ficar sentado do lado do berço, mas dormir é impossível).

ele engatinha, dá tchau e ri dormindo. e chora. e tenta levantar, e chuta. não para quieto por 10min. imagine a noite toda assim, que delícia (not).

e durante o dia ele é uma graça: só sorrisos, brincalhão, come bem, etc. fica com sono de manhã e à tarde (tem que fazer dormir também, e costuma dormir ao todo 3h por dia). de dia é o médico, simpaticão e fofo; à noite é o monstro, temos vontade de fugir.

simplesmente não sabemos o que fazer. agora já nem dá mais pra deixá-lo sozinho no berço chorando, porque ele levanta meio dormindo, e cai no berço. temos medo dele se machucar ao cair, por mais que tenha proteção de berço.

olha, não tá fácil. espero que seja alguma agitação passageira, dentes, sei lá, porque não aguentamos mais.

quaisquer dicas, simpatias e macumbas pra fazer bebê dormir direito são bem-vindas.

Categories: educação · sono

festa de 1 ano, esse dilema

August 1, 2011 · 19 Comments

eu sou do tipo de pessoa que odeia festa infantil. bexiga (ou balão, como queiram)? detesto. sempre tem um espírito de porco que estoura as bexigas e as crianças choram (e eu também). bolo cheio de cobertura e recheio? odeio. familiares indesejados e seus agregados? sem comentários. crianças gritando, derrubando comida e mexendo nas suas coisas? argh. música de festa infantil? meus tampões, please. festa em buffet? cafona, comida gordurenta, impessoal, abomino.

sou seja: coitado do otto, ou coitada de mim. um de nós sofrerá muito nos próximos anos, a menos que encontre alternativas pra esse inferno na terra que são as festas infantis.

desconfio que enquanto ele for pequeno e não puder escolher as coisas estarão OK pra mim, e ele vai se divertir. mas morro de medo de quando ele crescer e eu tiver que convidar pais potencialmente chatos e ceder pra que ele seja feliz na festa, afinal, a festa é dele e não minha.

mas enquanto esse dia não chega, farei a festa do meu jeito, até porque pelo menos neste primeiro ano a festa é definitivamente para os pais e não para o bebê, que não está entendendo nada.

por isso mesmo não gosto da idéia de festa infantil de 1 ano, já que pra fazê-lo feliz tudo o que temos que fazer é não mudar a rotina dele. já que mudaremos a rotina, quero que o grupo de convidados seja mínimo, com o mínimo de bagunça na vidinha dele.

farei então um almoço só pros muito chegados, um bolo divertido e brigadeiros le chef gatô (que nós merecemos :D).

demos sorte, e o aniversário do otto cai num sábado, então farei uma bela feijoada! resolvi fazer um bolo arco-íris, que achei lindo, e é só. chamarei as avós pra me ajudar na preparação, pois minha mãe já quer fazer o bolo, é claro 😀 e as pessoas mais próximas de nós e do otto. vamos tirar fotos e filmar, pra mostrar pra ele quando for maior.

não farei decoração de festa nenhuma, mas não sou contra: sei que a tia paula e tia denize vão querer aprontar alguma coisa, e tá tudo bem. e vou pedir toda parcimônia do mundo pras pessoas convidadas, pra evitar presentes demais e coisas caras. e vou aproveitar a ocasião pra já começar uma prática que considero essencial: fazer uma reciclagem dos brinquedos dele. tudo aquilo que ele não usa ou não liga, vou doar.

e quando ele crescer, vou fazer como minha mãe fazia: pedir que ele próprio me ajude a escolher os brinquedos que serão doados pra outras crianças, e levá-lo a uma creche para doá-los. quero que ele possa sentir, como eu senti, a satisfação de ver outras crianças felizes com os brinquedos que eu não usava mais.

em outras palavras: não quero aniversário-mega-evento. não quero que ele acostume com esse tipo de festa, quero que ele valorize mais a companhia das pessoas que vêm dar os parabéns do que o evento em si. porque afinal, é isso que importa na vida: os amigos, a família que vêm nos dar um abraço e lembram de nós, e não a festa ou os presentes.

Categories: educação · maternidade

o progresso do sono

July 27, 2011 · 6 Comments

vamos recapitular, pra vocês entenderem a novela: nos 2 primeiros meses de vida o otto só dormia no colo ou enrolado no cueiro. não tinha jeito do menino dormir de outra forma, porque ele era muito agitado, e não tinha controle do corpinho. ele dormia, e quando colocávamos no berço ou na cama “solto”, ele se debatia (dormindo), acordava e chorava. um horror.

a partir do terceiro mês percebemos que já era possível deixá-lo dormir sem precisar “amarrar”, pois ele já controlava melhor seus movimentos. ainda assim, durante a noite ele acordava a cada 2-3h pra mamar.

(uma particularidade dele é que sempre soube muito bem a diferença entre dia e noite. quando eu digo que ele acorda à noite pra mamar ou coisa assim, quero dizer que ele chora e resmunga, mas ele não acorda de verdade, ele chora/resmunga dormindo, de olhinho fechado, e ele QUER dormir. basta pegar no colo e ele dorme.)

até o final do quarto mês o otto dormiu na nossa cama, num bercinho especial pra colocar em cima da cama. nunca ficamos confortáveis de deixá-lo solto dormindo conosco, porque ele se mexe muito (mesmo) e a gente não conseguia dormir, com medo de machucá-lo. sei que tem quem consiga dormir com o bebê, e acho que facilita muito a vida se todos estão tranquilos com isso, mas no nosso caso não foi bom. o menino mexe muito, a gente não dorme porque fica tenso, bem chato.

o pediatra nos dizia pra deixá-lo dormir no berço a noite toda, sem pegar no colo, a partir do 5o mês, pois ele já tinha capacidade de entender o processo de dormir, e aprender a dormir sozinho. além disso, ele nos alertou sobre nos tornarmos escravos do bebê (e que o bebê aprende muito cedo a manipular os pais pra conseguir o que quer).

mas nós não conseguimos simplesmente deixá-lo chorar, porque achamos que ele precisava saber que estávamos ali pra ajudá-lo, fazê-lo sentir seguro. o problema é que ele acordava a cada 2h até ter 8 meses, então pegávamos no colo a cada vez, fazíamos dormir e devolvíamos pro berço. o fer ficava cuidando dele de madrugada, pra eu poder dormir um pouco e trabalhar. até que ele não parou mais de chorar nem no colo… aí decidimos começar o adestramento 😀 deixamos chorando no berço, e ficamos ali do lado dele, confortando, mas ainda assim não adiantou muito. ele só parou de chorar à noite quando começou a tomnar mamadeira, ou seja – no caso dele, o choro era fome 🙁 o pediatra jurava que ela manha, e não era SÓ manha, de jeito nenhum.

a partir da metade do mês 8 começamos a dar mamadeira não pegamos mais no colo durante a noite depois de dormir, temos feito ele dormir de novo no próprio berço. ele chora um pouco, às vezes, mas normalmente dorme de novo. ficamos ali do lado, até ele dormir de novo, e cada vez tem ficado mais fácil. ele acaba de completar 11 meses, e faz mais ou menos 1 mês que dorme com regularidade, assim:

– dorme entre 18:30h-19:30h (no colo, nunca dormiu sozinho no berço)

– chora pra mamar entre 20:30h-21:30h (e quando não chora, damos 180ml de leite mesmo sem ele chorar)

– chora pra mamar entre 00:00h-01:30h (e de novo, se não chorar, damos 210ml de leite pra ele dormir legal até de manhã)

– acorda (todo feliz!) entre 05:30h-06:30h

o que ainda não conseguimos é fazê-lo dormir diretamente no berço. no início era impossível (ou melhor: talvez funcionasse se deixássemos chorar, mas nunca tivemos coragem). ele dorme no nosso colo, às vezes precisa embalar MUITO até ele relaxar e dormir. mas enquanto está sendo possível (apesar do tamanho e peso), quero deixar como está, porque afinal essa fase em que ele é bebê e dorme no nosso colo é curta… e tenho certeza que vamos sentir saudade dele dormindo no colo. quero aproveitar o máximo que puder 🙂

bom, e sobre deixar chorar: acho que a decisão de deixar chorando até dormir depende de como você se sente fazendo isso e de como você percebe o que o bebê se sente. há muitas “técnicas” de fazer o bebê dormir na internet, eu não gostei de nenhuma. pra nós, o que funcionou foi deixá-lo chorar um pouco no berço mas ficar junto com ele, pra ele se sentir seguro e dormir “sozinho”.

há quem defenda que deixá-lo chorar faz com que ele aprenda que consegue dormir sozinho, e que isso é bom; há quem diga que deixá-lo chorar faz com que o bebê se sinta abandonado. não acho que é tão simples assim, nem pra um lado nem pro outro. como ninguém gosta de ouvir bebê chorando e conseguimos nos organizar pra fazê-lo dormir no colo primeiro e depois fica no berço com nosso apoio, vou mantendo assim. entendo que há pessoas que não podem/conseguem fazer dormir no colo e não querem acostumar o bebê nessa rotina. entendo, e acho que devemos fazer o que é melhor para a família toda, e não só pro bebê.

quando tiver mais novidades sobre o assunto, vou informando 🙂

Categories: educação · sono

o que não fazer com o bebê alheio

June 16, 2011 · 23 Comments

vi esse artigo no babycenter e decidi que eu precisava complementar a lista. pros que não lêem em inglês, traduzo os itens do artigo e adiciono os meus 🙂

falar com os pais através do bebê: esse me irrita profundamente. quer me ver PUTA é façar pro bebê coisas do tipo “mamãe judiou do bebê? ahh, mamãe malvada!”. ódio, ódio!

apertar as bochechas do bebê: nem preciso comentar né. apertar bebê é só pros muito chegados!

deixar suas crianças perto demais ou deixá-las “pegar” o bebê: olha, esse também me irrita. você tem crianças? preste sempre atenção nelas, VOCÊ é responsável por dizer não, por impedir que sua criança seja chata, inconveniente e sem educação. crianças precisam de limites, e ninguém além de você é responsável por isso. se for preciso eu dou até peteleco, mas prefiro evitar 😀

tentar pegar o bebê do colo dos pais quando ele chora: afe, nem acredito que tem quem tente fazer isso. a nossa babá faz isso com a gente desde o início, mas obviamente com nossa autorização (ou melhor, com nosso APELO)

a minha lista tem mais umas coisinhas:

por as mãos no bebê, beijar o bebê, pegar na mãozinha dele: olha, eu acho que isso só deve ser feito se os pais claramente deixam. e para bebês menores de 3 meses, NEM ASSIM. os bichinhos são frágeis, e cuidado nessa fase nunca é demais.

visitar o bebê recém-nascido sem ter CERTEZA que os pais querem receber visita: descobri que há pessoas que visitam sem combinar antes, o que já é um absurdo, mas visitar pais com bebês recém-nascidos é sacanagem. a menos que você vá ajudar, não vá.

dar comida/bebida que os pais não aprovam: ah, gente, eu acho um horror ter que falar isso, mas a especialidade dos meus pais enquanto avós é essa. talvez isso seja algo inerente a ser avô/avó, mas eu acho muito foda. tipo, você planeja toda a alimentação do seu filho com todo carinho, chega na casa da avó ela dá danoninho e cheetos. porra!

dizer pra bebê/criança que ele não vai gostar de X ou Y: tem coisa mais “deseducativa” pra uma criança que afirmar, de antemão, o que ela vai ou não gostar? seja comida, bebida ou uma experiência, que tal deixar a criança decidir por si própria, sem sua intervenção?

dar palpite ou opinião sobre roupa/cabelo/etc.: já disse aqui que acho medonho menino com aqueles cabelões tipo mogli-o-lobo, né? só que eu GARANTO pra vocês que quando eu encontro bebês/crianças moglis eu não falo pra mãe coisas do tipo “nossa, mas tá precisando cortar o cabelo dele, né?”. porra, a mãe que se entenda com seu filho, isso não é da minha conta. da mesma forma, o que passa na cabeça de alguém que reclama da cor que você usa na roupa do bebê ou do tipo de roupa? se não tem nada de bom pra dizer, cale a boca. melhor conselho ever.

melhor parar, senão vou ficar aqui até o fim da vida dizendo o que as pessoas não devem fazer 😀 a quantidade de comportamentos sem noção do povo por aí é infinita…

Categories: educação · maternidade

sobre gênero e esse mundo estranho

June 8, 2011 · 25 Comments

bem em linha com conversas que tenho tido com o fer e com a denize, esse texto aqui. trata-se da mania (que não tenho certeza que é só do brasil, não) de querer a todo custo salientar o sexo dos bebês, quando eles são ainda pequenos o suficiente pra sequer saberem que existem 2 gêneros.

quis saber o sexo do meu bebê o quanto antes, fiz inclusive o exame de sangue (sexagem fetal), tamanha era minha curiosidade. não direi que tanto fazia não: o fer queria uma menina, eu sempre quis um menino (ou melhor, sempre achei que teria um filho menino). em termos práticos, se fosse uma menina seria melhor porque queremos adotar nosso segundo filho (com sexo diferente do primeiro), e adotar meninos é bem mais fácil. mas era um meninão, e teremos que conviver com as dificuldades de adotar uma menina.

mas voltando: era mera curiosidade mesmo. na preparação do quarto dele e na compra das roupinhas (poucas, já que ganhamos quase tudo), nunca houve nada do tipo “isso é coisa/cor de menino” na hora de decidir. muito pelo contrário – sempre quisemos garantir que não houvesse essa chatice de cor de menino. o quarto dele é laranja e verde, com muitas outras cores misturadas.

mas as pessoas, gente. o que são as pessoas? uma insistência em comprar tudo azul e verde. nem laranja, lilás, roxo, vermelho. azul-e-verde. marrom, de vez em quando.

piorou quando ele nasceu: o menino tem uma cara de hominho que não dá nem pra disfarçar, mas basta botar uma roupa laranja, por exemplo, pra alguém perguntar “qual o nome dela?”. problema nenhum em confundir sexo de bebê, não me ofende nem nada (aliás, por que as mães se ofendem quando confundem o sexo do seu bebê?), mas me chama a atenção que as pessoas nem se dão ao trabalho de olhar a carinha do bebê, elas olham a cor da roupa!

bom, ok. aí a gente vai comprar coisas pro bebê (toalha, lençol, roupa, sei lá) e nas lojas a pergunta é sempre “é menino ou menina?”, e nossa resposta é sempre a mesma: faz diferença? sempre faz. é um drama pra conseguirmos ver coisas de cores “de menina”. costumamos comprar lilás, amarelo, laranja e mesmo rosa (a despeito da resistência das vendedoras!). adoramos usar rosa e roxo no otto, ele fica lindo. e continua com cara de menino (não que faça qualquer diferença…).

e, voltando ao texto, tem a história de furar orelhas das meninas. sou absolutamente contra. não só porque dói e é desnecessário, mas porque é algo que deve ser decidido pela menina, quando ela tiver idade pra isso. lá em casa, minha mãe não quis furar nossas orelhas, e diante da nossa insistência em furar quando crescemos, prometeu nos levar para furar quando completássemos 10 anos, se ainda quiséssemos. eu quis, e furei. minha irmã não quis, e furou bem depois. acho muito mais razoável e civilizado.

e tem a história dos cabelos, né gente. precisamos falar sobre isso: o que é essa história de deixar crianças (dos 2 sexos) com cabelos imensos, compridos? não é possível que só lá em casa que achamos que deixar criança com cabelo comprido é muito pouco prático e higiênico, além de ser muito feio (ok, de repente você acha bonito seu filho parecer o mogli ou sua filha parecer a bruxa do oeste. suit yourself).

crianças devem se preocupar em brincar, ser livres e aprender, e não a cuidar do cabelo. aliás, eles deviam se importar muito pouco com o próprio cabelo, tá claríssimo pra mim que encanação com comprimento de cabelo é coisa dos pais, mais especificamente das mães. que apego é esse ao cabelo, gente? e o culto aos cabelos compridos? vamos fazer as pazes com a rapunzel dentro de nós, por favor?

enfim, esse papo de gênero é uma chatice, e espero que consiga criar o otto sem essa encanação de cor de menina/cor de menino, ou que consiga neutralizar um pouco a pressão que ele vai receber de fora. e enquanto for eu que decido o corte de cabelo dele, sempre será curto, prático. rei leão, só no DVD.

Categories: educação

sobre elogios aos filhos

May 6, 2011 · Leave a Comment

recebi por email e achei tão legal que resolvi publicar!

ELOGIE DO JEITO CERTO

 Por Marcos Meier (*)

Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito interessante. Psicólogos propuseram uma tarefa de média dificuldade, mas que as crianças executariam sem grandes problemas.

Todas conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo.
Em seguida, foram divididas em dois grupos.

O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. Uau, como você é inteligente!, Que esperta que você é!, Menino, que orgulho de ver o quanto você é genial! e outros elogios à capacidade de cada criança. 

O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. Menina, gostei de ver o quanto você se dedicou na tarefa!, Menino, que legal ter visto seu esforço!, Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até conseguir, muito bem! e outros elogios relacionados ao trabalho realizado e não à criança em si.

Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à primeira foi proposta aos dois grupos de crianças.   Elas não eram obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem qualquer tipo de consequência.

As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa.  As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.

A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos filhos e nossos alunos. 

O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças inteligentes não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente. 

As esforçadas não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Nós sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes não passarem no vestibular, enquanto aqueles jovens médios obterem a vitória.

Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, estudaram mais, resolveram mais exercícios, leram e se aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas.

No entanto, isso não é tudo.

Além dos conteúdos escolares, nossos filhos precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas. Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um.

É preciso que sejam incentivados constantemente a agir assim. Isso se faz com elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado.

Nossos filhos precisam ouvir frases como: Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração, parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo, você é ético, filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído como algumas colegas fizeram, você é solidária, isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu videogame foi muito legal, você é um bom amigo.

Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso não é tática paterna, é incentivo real.

Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual.

Que linda você é, amor, acho você muito esperto meu filho, Como você é charmoso, que cabelo lindo, seus olhos são tão bonitos. Elogios como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos.

Em breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais, birras, manhas e charminhos. Quando adultos, não terão desenvolvido resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente.

Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.

Que nossos filhos recebam o vento e a terra adubada por nossa postura firme e carinhosa.


*Marcos Meier é mestre em Educação, psicólogo, professor de Matemática e especialista na teoria da Mediação da Aprendizagem em Jerusalém, Israel.

Categories: educação