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a rotina, esse grilhão

December 20, 2011 · 3 Comments

todos quase sem exceção recomendaram que criássemos uma rotina para o otto. o pediatra dele foi enfático: crianças precisam de rotina!

eu gosto de rotina. foi fácil não só criar mas também documentar a rotina dele — escrevemos todos os fatos importantes do dia num caderninho, pra que eu possa ver no final do dia o que aconteceu.o caderninho ajuda a babá a saber de manhã como foi a noite e que horas acordou, me ajuda a saber como foi o dia, e ajuda a sumarizar os acontecimentos do período para o pediatra (basta dar uma lida e pontuar coisas diferentes).

o menino é um relógio, seja por que ele é assim mesmo, seja porque procuramos manter a rotina dele direitinho. acorda, café da manhã, passeio, lanche, soneca; almoço, banho, soneca; passeio, lanche, leite; jantar, passeio, banho, historinha, cama; leite da meia-noite e aí só amanhã.

a comida varia, e ele se adapta bem à comida da rua, apesar de darmos tudo separadinho pra ele sem sal, açúcar ou muito tempero. ele come até pedra, essa é a verdade, o que facilita demais o fim de semana. só tem dado trabalho porque quer comer sozinho, e nem sempre é possível (me recuso a transformar a mesa do restaurante em chiqueiro. embora às vezes aconteça apesar de).

desde que respeitemos hora de sono e refeições/lanches, o menino fica muito bem.

parece fácil, né? mas não é. porque com 3 refeições principais, 2 lanches e 1 mamada no meio do dia, pense bem, quanto tempo sobra pra viver e fazer coisas? QUASE NADA!

pense ainda que ele acorda 6:30h e dorme às 19:30h. nosso dia é um corre-corre de comida, passeio e banho. e fraldas no meio, claro. se vamos a qualquer lugar à tarde, podemos sempre levar uma fruta e o leite, tudo certo. mas temos que correr pra casa pro jantar às 17:30h-18:00h e seguir rigorosamente a rotina de dormir, senão nossa noite vira um inferno.

e comprovamos a informação que lemos por aí: quanto mais atrasa o horário de dormir, pior fica. ele resiste mais ao sono quando está mais cansado. ou seja: não atrase, ou liga o modo belzebu-menino e aí é 1h pra fazer dormir já deitado no berço. choro e ranger de dentes por parte dele, e vontade da mãe de sair correndo pelada pelo condomínio por parte da mãe.

(ok, correr pelada tem menos a ver com ele e mais a ver com minhas fantasias de mulheres loucas)

resumo: rotina é ótimo pra criança e ajuda os pais no dia a dia, verdade. seguir a rotina enlouquece os pais que queriam muito, muito mesmo poder dar um passeio inocente e voltar pra casa 1 horinha mais tarde.

no, sir, not anymore.

aguardemos os 7 anos de idade, enfim. nos vemos em 2017.

Categories: alimentação · educação · maternidade · sono

a saga do sono progride (mas melhora!)

October 18, 2011 · 12 Comments

depois de 1 ano de dificuldades com a noite (clique aqui pra acompanhar), eis que estamos chegando a algum lugar!

vejam o roteiro do nosso filme de terror, com evoluções:

dormir-somente-no-colo >> fazer-dormir-pulando-na-bola-e-ir-pro-berço-chorar-4x por noite-voltar-pro-colo >> fazer-dormir-pulando-na-bola-chorar 4x por noite-e-continuar-no-berço >> fazer-dormir-no-colo-chorar 2x por noite-e-ficar-no-berço >> fazer-dormir-no-colo-dar 2x de mamar sem muito choro-e-ficar-no-berço

o próximo passo natural dessa aula de aeróbica mexicana foi não fazer mais dormir no colo, e ensiná-lo a dormir “sozinho” no berço. alguns dizem que devíamos ter feito isso desde o começo, e pode até ser verdade, mas é mais fácil falar que fazer. talvez alguns bebês sejam menos teimosos, ou talvez os pais sejam mais teimosos que seus filhos, não sei. só sei que somos menos teimosos que o otto, e com coração mole de manteiga. não conseguimos deixar ele chorando, principalmente quando era bem pequeninho. ainda mais depois de 1 semana de UTI (a gente fica mais mole, quer compensar o período de afastamento, sabe?).

há quem creia que se deve deixar o bebê chorar, até aprender que pode dormir sozinho e não tem problema nenhum. fico feliz se funcionou pra você e entendo a lógica, mas pra nós isso nunca foi uma opção viável (ambos sofreríamos muito). e infelizmente foi sempre muito inconveniente dormir com o otto na cama, porque ele se mexe muito e cada vez que “encontrava” com a gente, acordava e chorava. ou seja: ninguém dorme. preferimos então fazê-lo dormir até o dia “D”, em que ele (ou nós? :D) estaria pronto pra dormir sozinho.

começamos a deixá-lo chorar quando percebemos que o drama era simplesmente sono, e que não adiantava pegar no colo (não ficava mais feliz nem mais confortável). foi quando entendemos que ele precisava (para seu próprio bem) aprender a dormir por conta própria, pois não estávamos mais podendo ajudar. e seguimos a recomendação do nosso pediatra: deixem que ele fique no berço, mesmo chorando, mas fiquem ao lado dele, pra que ele não se sinta sozinho.

fizemos assim: até os 8 meses, dormia no colo e quando chorava a gente pegava e fazia dormir de novo; a partir de 8 meses não tirávamos mais do berço quando chorava à noite, ficávamos do lado dele “ninando” até que dormisse de novo; a partir de 10 meses mais ou menos comecei a não ninar exatamente antes de dormir, mas somente segurar no colo até adormecer; com mais ou menos 1 ano começamos a ensinar a dormir no berço direto, e agora sim o sono dele melhorou!

não sei exatamente quando foi, mas um dia decidi que reforçaria o ritual do sono, pra marcar bem na cabecinha dele a hora de dormir, e colocaria no berço. e ficou assim: banho, massagem com creme, roupinha de dormir, escovar os dentes, historinha (no colo), boa noite e berço. uma vez no berço, não converso mais com ele. ele frequentemente levanta e fica de pé, senta, resiste, e eu coloco deitado de novo. entre 10-40min ele acha uma posição confortável e dorme, sozinho. às vezes quer segurar minha mão, ou pede carinho (puxa minha mão pra cabeça ou pro pezinho), mas já sabe como dormir. e quando acorda à noite (pouco frequente agora, 1 ou 2 vezes quando muito) geralmente dorme de novo rápido (e às vezes nem precisamos estar do lado).

uma coisa que aprendi pesquisando sobre o assunto por aí é que crianças pequenas realmente acordam à noite, é comum. e tudo fica mais fácil quando elas acordam no mesmo lugar em que dormiram (reconhecem o lugar) e sabem dormir sozinhas de novo. algumas aprendem cedo e outras, como otto, demoram mais.

munidos de toda paciência que somente os pais da criatura tem, fomos nos adaptando nestes quase 14 meses, pra tornar a vida dele mais fácil e sem sofrimento (apesar do nosso sofrimento e cansaço, diga-se). parece que estamos na fase final do aprendizado do sono, e já não era sem tempo. sabemos que enquanto ele for bebê nunca vai ser simples, fácil, mas já melhorou TANTO que só consigo respirar aliviada.

UFA. está melhorando. há esperança, minha gente, leiam meu relato e creiam 🙂

Categories: maternidade · sono

das coisas todas

August 23, 2011 · 3 Comments

mais 4 dias e meu bebezinho faz 1 ano! mal consigo acreditar. em alguns momentos parece que os dias não passam, e tudo é cansativo e difícil, mas chega esse momento em que parece que voou (provavelmente porque as coisas ruins e difíceis ficam esquecidas, como convém à perpetuação da espécie :))

já são quase 6 meses de volta ao trabalho, o menino tá quase andando sozinho, creio que em breve vai começar a falar também, come feito um dragão e é constantemente feliz, sorridente e capeta. ou seja: tudo nos eixos. não fosse o desmame precoce e auto-imposto do menino e as doencinhas da estação, teria sido tudo perfeito.

a partir do primeiro aniversário vamos começar a alimentar o otto com a nossa comida, e pra isso eliminaremos o sal e reduziremos a quantidade de tempero. o sal cada um coloca no próprio prato (o que aqui entre nós eu achei bom, pois as meninas que trabalham aqui em casa carregam mais no sal e tempero do que eu gostaria). a vantagem é que nossa alimentação é bem balanceada e toda preparada em casa, sempre com legumes e verduras, carne, arroz e feijão, muitas frutas. comida simples e caseira, que é o melhor tipo.

bem, açúcar ele nunca comeu, e vamos continuar evitando. não quero ser absolutamente radical, porque acho que comida não é só combustível, é também ritual. não quero que o otto se sinta excluído quando todos estiverem comendo o bolo de aniversário dele, por exemplo, e ele não. vou evitar ao máximo o açúcar no dia a dia, mas quando o doce em questão for parte importante da refeição, se ele quiser vou deixar provar. refrigerante, só quando ele for bem maior, e ainda assim como exceção também. e se possível quero evitar que doces se tornem prêmio. odeio a idéia de comida como recompensa, ou associada com chantagem emocional (ai, meu filho, fiz esse pudim com tanto amor e você neeeeem ligou… eca!).

nossa rotina diária é muito bem estabelecida, e funciona bem: saio de segunda a sexta entre 7:30h e 8h, quando a babá chega, e volto às 17:30h, horário que ela vai embora. nos fins de semana costumo pedir ajuda à minha cunhada ou minha mãe, pra que eu tenha tempo de dormir umas horas a mais ou ir à manicure. mas no fim de semana, aproveito o máximo de tempo que tenho com o otto, e tem sido cada vez melhor. às vezes uma amiga ou minha mãe ficam com ele à noite pra gente poder jantar fora ou resolver algum assunto na rua, e ele fica super bem. o otto nunca chora quando eu ou o pai saímos, adora a babá, as avós e avôs, as tias. a partir dos 9 meses ele começou a estranhar pessoas que não conhece e ambientes estranhos e muito lotados (aí ele chora de dar pena, e se agarra na gente, tadinho). mas basta passar o tempo e acostumar, e ele volta a ser o bebê sorridente e sem vergonha de sempre, rindo pra todo mundo e brincando.

acho que o fato de termos sempre deixado ele ir pro colo de todo mundo ajudou a torná-lo sociável e amigável, mesmo sendo tão desconfiado como ele é (observa MUITO tudo ao redor, as pessoas, a comida, a roupa, os brinquedos. não pega nem come nada antes de olhar muito bem). estamos felizes em observar como ele é feliz e gosta de conhecer pessoas novas (mas não gosta, definitivamente, de gritos e bagunça).

o sono dele melhorou bastante, mas ainda está longe de ser uma maravilha. já não preciso mais ir pra bola de pilates niná-lo pra dormir, basta sentar no sofá com ele no colo e balançar de leve. ele costuma dormir sem muito drama em 10-20min. ainda não conseguimos fazê-lo dormir sozinho, mas confesso que não tentei a sério 🙂 tenho gostado de fazer ele dormir no colo, aproveitar pra mimá-lo e mantê-lo bem perto enquanto ele ainda cabe no colo e é bebê. sei que vou sentir falta disso no futuro, e aproveito ao máximo. ele acorda 2x para mamar depois de dormir (por volta de 19h), e chora 3 a 4 vezes (o fer vai lá, consola ele no berço mesmo, e ele dorme de novo). e nos últimos tempos, depois das 5h trazemos ele pra nossa cama, que assim ele dorme mais tempo (até umas 7h, às vezes).

ele ficou resfriado 2 vezes até hoje (nariz entupido), e teve otite/amidalite/conjuntivite neste último mês. os resfriados são chatos, porque o nariz entope e ele dorme muito mal, mas basta lavagem nasal com soro e paciência pra passar. as -ites foram realmente muito chatas, e decidimos tratar com antibiótico e colírio, porque 3 infecções simultâneas pra um adulto já são incômodas; pra um bebê, seria cruel demais esperar passar no dobro do tempo. mas se por um lado o remédio faz a infecção desaparecer rapidamente, por outro tem o custo no corpinho novo do bebê – o otto teve alergia ao veículo do remédio, empipocou todo. então além de -ites, ele teve reação ao remédio. mas foi 1 semana somente (que pareceu durar uma vida), e passou. o primeiro ataque de vírus e bactéria que o corpinho dele sofreu, que dó!

e mesmo doente o menino sorria, brincava e até comia (nos dias ruins só mamava e comia pedaços de fruta). e deu seus 2 primeiros passos no meio da crise de -ites!

enfim, ainda vou escrever o post de diário do otto no fim de semana que vem, mas queria registrar aqui pras amigas mães ou futuras mães que há esperança. é difícil no começo, a gente fica exausta e desesperada, parece que nunca vai melhorar, mas melhora e fica cada vez mais divertido e gostoso.

respirem, se acalmem e relaxem, que no fim tudo dá certo 🙂

(sempre procurando rir dos obstáculos, inevitáveis. bom humor é essencial)

Categories: alimentação · baby · doenças da infância · maternidade · sono · working mom

festa de 1 ano, esse dilema

August 1, 2011 · 19 Comments

eu sou do tipo de pessoa que odeia festa infantil. bexiga (ou balão, como queiram)? detesto. sempre tem um espírito de porco que estoura as bexigas e as crianças choram (e eu também). bolo cheio de cobertura e recheio? odeio. familiares indesejados e seus agregados? sem comentários. crianças gritando, derrubando comida e mexendo nas suas coisas? argh. música de festa infantil? meus tampões, please. festa em buffet? cafona, comida gordurenta, impessoal, abomino.

sou seja: coitado do otto, ou coitada de mim. um de nós sofrerá muito nos próximos anos, a menos que encontre alternativas pra esse inferno na terra que são as festas infantis.

desconfio que enquanto ele for pequeno e não puder escolher as coisas estarão OK pra mim, e ele vai se divertir. mas morro de medo de quando ele crescer e eu tiver que convidar pais potencialmente chatos e ceder pra que ele seja feliz na festa, afinal, a festa é dele e não minha.

mas enquanto esse dia não chega, farei a festa do meu jeito, até porque pelo menos neste primeiro ano a festa é definitivamente para os pais e não para o bebê, que não está entendendo nada.

por isso mesmo não gosto da idéia de festa infantil de 1 ano, já que pra fazê-lo feliz tudo o que temos que fazer é não mudar a rotina dele. já que mudaremos a rotina, quero que o grupo de convidados seja mínimo, com o mínimo de bagunça na vidinha dele.

farei então um almoço só pros muito chegados, um bolo divertido e brigadeiros le chef gatô (que nós merecemos :D).

demos sorte, e o aniversário do otto cai num sábado, então farei uma bela feijoada! resolvi fazer um bolo arco-íris, que achei lindo, e é só. chamarei as avós pra me ajudar na preparação, pois minha mãe já quer fazer o bolo, é claro 😀 e as pessoas mais próximas de nós e do otto. vamos tirar fotos e filmar, pra mostrar pra ele quando for maior.

não farei decoração de festa nenhuma, mas não sou contra: sei que a tia paula e tia denize vão querer aprontar alguma coisa, e tá tudo bem. e vou pedir toda parcimônia do mundo pras pessoas convidadas, pra evitar presentes demais e coisas caras. e vou aproveitar a ocasião pra já começar uma prática que considero essencial: fazer uma reciclagem dos brinquedos dele. tudo aquilo que ele não usa ou não liga, vou doar.

e quando ele crescer, vou fazer como minha mãe fazia: pedir que ele próprio me ajude a escolher os brinquedos que serão doados pra outras crianças, e levá-lo a uma creche para doá-los. quero que ele possa sentir, como eu senti, a satisfação de ver outras crianças felizes com os brinquedos que eu não usava mais.

em outras palavras: não quero aniversário-mega-evento. não quero que ele acostume com esse tipo de festa, quero que ele valorize mais a companhia das pessoas que vêm dar os parabéns do que o evento em si. porque afinal, é isso que importa na vida: os amigos, a família que vêm nos dar um abraço e lembram de nós, e não a festa ou os presentes.

Categories: educação · maternidade

o que não fazer com o bebê alheio

June 16, 2011 · 23 Comments

vi esse artigo no babycenter e decidi que eu precisava complementar a lista. pros que não lêem em inglês, traduzo os itens do artigo e adiciono os meus 🙂

falar com os pais através do bebê: esse me irrita profundamente. quer me ver PUTA é façar pro bebê coisas do tipo “mamãe judiou do bebê? ahh, mamãe malvada!”. ódio, ódio!

apertar as bochechas do bebê: nem preciso comentar né. apertar bebê é só pros muito chegados!

deixar suas crianças perto demais ou deixá-las “pegar” o bebê: olha, esse também me irrita. você tem crianças? preste sempre atenção nelas, VOCÊ é responsável por dizer não, por impedir que sua criança seja chata, inconveniente e sem educação. crianças precisam de limites, e ninguém além de você é responsável por isso. se for preciso eu dou até peteleco, mas prefiro evitar 😀

tentar pegar o bebê do colo dos pais quando ele chora: afe, nem acredito que tem quem tente fazer isso. a nossa babá faz isso com a gente desde o início, mas obviamente com nossa autorização (ou melhor, com nosso APELO)

a minha lista tem mais umas coisinhas:

por as mãos no bebê, beijar o bebê, pegar na mãozinha dele: olha, eu acho que isso só deve ser feito se os pais claramente deixam. e para bebês menores de 3 meses, NEM ASSIM. os bichinhos são frágeis, e cuidado nessa fase nunca é demais.

visitar o bebê recém-nascido sem ter CERTEZA que os pais querem receber visita: descobri que há pessoas que visitam sem combinar antes, o que já é um absurdo, mas visitar pais com bebês recém-nascidos é sacanagem. a menos que você vá ajudar, não vá.

dar comida/bebida que os pais não aprovam: ah, gente, eu acho um horror ter que falar isso, mas a especialidade dos meus pais enquanto avós é essa. talvez isso seja algo inerente a ser avô/avó, mas eu acho muito foda. tipo, você planeja toda a alimentação do seu filho com todo carinho, chega na casa da avó ela dá danoninho e cheetos. porra!

dizer pra bebê/criança que ele não vai gostar de X ou Y: tem coisa mais “deseducativa” pra uma criança que afirmar, de antemão, o que ela vai ou não gostar? seja comida, bebida ou uma experiência, que tal deixar a criança decidir por si própria, sem sua intervenção?

dar palpite ou opinião sobre roupa/cabelo/etc.: já disse aqui que acho medonho menino com aqueles cabelões tipo mogli-o-lobo, né? só que eu GARANTO pra vocês que quando eu encontro bebês/crianças moglis eu não falo pra mãe coisas do tipo “nossa, mas tá precisando cortar o cabelo dele, né?”. porra, a mãe que se entenda com seu filho, isso não é da minha conta. da mesma forma, o que passa na cabeça de alguém que reclama da cor que você usa na roupa do bebê ou do tipo de roupa? se não tem nada de bom pra dizer, cale a boca. melhor conselho ever.

melhor parar, senão vou ficar aqui até o fim da vida dizendo o que as pessoas não devem fazer 😀 a quantidade de comportamentos sem noção do povo por aí é infinita…

Categories: educação · maternidade

amor de mãe

June 1, 2011 · 10 Comments

esse é um assunto que, já percebi, também é tabu. a quantidade de mulheres que vejo por aí falando de “amor incondicional” e coisas afins é impressionante. mesmo na minha família, que é bem realista quando se trata de maternidade (nada de frescura), tem uma ou outra que às vezes solta coisas como “você agora descobriu o que é amor, não é?”.

já comentei aqui que não vejo em mim mesma esse tal amor incondicional, não. percebi – e desde que o otto saiu da barriga, nunca antes! – que o que existe sim é um sentimento de cuidado a qualquer custo. é um sentimento muito forte, como uma chave que liga dentro da gente: preciso cuidar dessa criatura, ela precisa sobreviver.

comentaram ali no último post sobre eu estar ficando cada vez mais explícita nas minhas demonstrações de afeto no diário do otto. não é coincidência: o amor realmente vai aumentando conforme a gente convive com a criaturinha!

pode ser que pra outras mulheres seja diferente, mas pra mim foi assim: o bebê na barriga era só uma idéia, eu nem arrisco dizer que havia amor (não me lembro de sentir isso); o bebê recém-saído da barriga era um desconhecido que eu precisava cuidar e proteger a todo custo; o otto hoje é uma criaturinha que eu conheço e amo, cada dia mais. reconheço sua personalidade, suas expressões faciais, as coisas que ele trouxe consigo “de fábrica” e as coisas que aprendeu nestes 9 meses. o amor que tenho por ele é infinitamente maior hoje do que há 9 meses. e tenho certeza que daqui a 9 meses será ainda maior.

não posso garantir como será em 20 anos. realmente não acredito que amor de mãe é incondicional. digamos que ele seja uma má pessoa, por exemplo, não sei se o amarei da mesma forma. provavelmente o instinto de preservá-lo permaneça, mas o amor… não sei. conto em 20 anos, se for o caso 🙂

talvez a coisa mais incrível de ser pai/mãe seja esse amor que se constrói no dia a dia, aos poucos e que milagrosamente aumenta. é uma paixão que, por enquanto, não arrefece. mesmo com as dificuldades, o cansaço e o saco cheio (que são boa parte da jornada), o amor tá ali, firme e forte.

Categories: maternidade

filhos <> crianças

May 16, 2011 · 11 Comments

uma coisa que sempre me intrigou sobre ter filhos e as expectativas que giram em torno disso foi a (falsa) premissa de que pra ter filhos é preciso gostar de crianças.

ora, nós somos crianças por somente uma parte pequena da vida. vejam: com 12 anos (às vezes até menos!) já somos pré-adolescentes, e não mais crianças. 12 anos é pouco, se comparado com o restante da vida, e o tempo que podemos conviver com nossos filhos-não-crianças.

nunca fui especialmente fã de crianças. acho fofinhos e bonitos, como é esperado, já que a natureza os programou para serem o mais fofos e “amáveis” possível. mas gostar, me divertir e querer passar tempo com crianças? não, obrigada. não aguento muito tempo nem com o meu próprio bebê e já fico de saco cheio! jamais seria professora de crianças, por exemplo.

engraçado que esse assunto é tabu, e dos sérios. nem costumo entrar nessa conversa e ser honesta, porque a maioria das pessoas fica horrorizada. como pode não gostar de crianças? ou por que teve filho, então? caramba, nem todo mundo precisa gostar de crianças! e pra ter filhos basta aturá-las pra que elas finalmente se tornem o que somos pela maior parte da vida: adultos.

não vejo a hora de poder conhecer o meu filho versão não-criança. sei que ele não será tão fofinho, engraçadinho e apertável, mas sem dúvida será alguém que me interessa mais.

enquanto isso, procuro me adaptar e cuidar dele o melhor possível, aproveitando essa época que eu sei que passa rápido e vou sentir saudade (porque é fácil olhar pro passado com filtro, esquecendo de tudo que era chato, cansativo e irritante). mas confesso, sem culpa: a companhia de crianças não me faz mais feliz. o meu filho me faz feliz porque é meu, porque é lindo ver aquele ser humaninho se desenvolvendo, porque morro de orgulho dos pequenos progressos dele.

mas é isso aí: amor de mãe. vou adorar ver as fotos e vídeos, quando ele for maior 😀

Categories: maternidade

a mãe que trabalha

May 10, 2011 · 26 Comments

durante a gravidez eu tive sentimentos controversos sobre voltar a trabalhar. sempre trabalhei muito, como todo profissional da área de TI, e sempre gostei muito de trabalhar. sou super empolgada com meu trabalho, falo dele durante horas a fio se tiver uma alma pra ouvir 🙂 mas com o bebê na barriga e toda a aura da maternidade pairando ao meu redor (e comentários, conselhos, opiniões), cheguei a pensar que poderia ter vontade de ficar com o bebê mais tempo, depois de nascido.

digo que os sentimentos foram controversos porque além de gostar de trabalhar, nunca fui muito chegada em cuidar de crianças, essa é a verdade. e pra quem pergunta “então por que ter filhos?”, blé. você não entende nada sobre o que move pessoas a procriar conscientemente, não é? não tive filho porque gosto de criança, mas porque desejo a experiência, que é riquíssima. e não é que eu odeie crianças, veja bem, eu acho o ser humano de forma geral muito interessante, seja adulto ou criança. mas criança cansa, gente! cansa muito, e enche o saco. mesmo sendo nosso o filho.

fui bombardeada, como todas somos, de chavões do tipo “só quando você for mãe vai entender” (ainda não entendi nada), o tal “amor incondicional” (ainda desconheço), ou “ser mãe é padecer no paraíso” e etc. e acabei achando que um bit ia se ligar em mim quando o bebê nascesse, e de repente eu me tornaria uma mãe de propaganda de margarina, adorando estar com o bebê e de repente ia querer abandonar minha carreira. juro, isso me ocorreu.

o bebê chegou, e não ligou bit nenhum. nada de amor incondicional (já falei sobre isso: tá mais pra cuidado incondicional e amor que se constrói dia a dia), nada de desejo de não me afastar dele por nada no mundo. e ai de mim quando falo esse tipo de coisa: a patrulha da mãe-perfeita-e-sofredora cai de pau em cima de mim. umas não acreditam (acham que estou mentindo, que no fundo sinto isso tudo e nego) e outras me acham uma monstra.

pois que quando começou a chegar a época de voltar a trabalhar eu já estava com a babá cuidando do otto em casa há 3 meses, todos completamente adaptados, mas fiquei apreensiva. será que as coisas mudaram muito nos 8 meses que fiquei fora? será que vou conseguir trabalhar da mesma forma? e se eu ficar culpada, ou pensando no bebê o tempo todo?

voltei a trabalhar numa quarta-feira, com rotina de ordenha (pois continuei a dar só o peito, e tirava leite 2x por dia) e totalmente perdida depois de meses sem trabalhar. os primeiros dias foram de socialização, pra dizer a verdade, mas aos poucos fui retomando minhas atividades e descobri que em grandes corporações 8 meses não é nada 🙂 honestamente, vários problemas que eu tinha deixado para o meu backup resolver continuaram até a minha volta. até algumas contratações ainda estavam pendentes!

além da boa surpresa de conseguir retomar as atividades sem grandes dramas, percebi também que o novo ritmo (chegar no horário, sair no horário, tirar leite no meio do dia) era totalmente administrável, e que eu não preciso trabalhar 12h por dia pra ser produtiva. estou conseguindo produzir bem e com eficiência nas 8h do dia. estou priorizando melhor as atividades, e me preocupando menos em fazer mais do que o necessário. tenho me concentrado no possível, e é mais que suficiente.

e a saudade do otto? nenhuma. e cada vez que falo isso as mulheres ao redor se arrepiam e morrem por dentro, fazendo cara de horror. como assim, não tem saudade? corrijo: tenho saudade e penso nele, sim, mas isso não ocupa meu dia e nem me atrapalha. não sofro com a saudade, ela simplesmente faz parte de mim. ele agora é a pessoinha de mais importância na minha vida, e é claro que penso nele. mas isso não causa sofrimento algum e nem atrapalha nada do que preciso fazer.

e quando chego em casa, pra liberar a babá pra ir embora, é uma delícia. o tempo que gasto com ele é precioso, divertido, gostoso. bem diferente do fim de semana, que preciso estar com ele o tempo todo e vira e mexe enche o saco. quando preciso cuidar dele o tempo todo, me pego desejando estar em outro lugar, fazendo outra coisa. é fato. nem todas gostamos de estar com bebês o tempo todo, mesmo quando somos mães das criaturas. e por isso valorizo ainda mais meu trabalho, meu tempo longe dele, porque quando posso estar junto dele, é um tempo importante e realmente DELE.

tenho certeza que sou uma mãe melhor pro otto quando estou envolvida em outras atividades e quando tenho ajuda pra cuidar dele. porque cada gesto, carinho, atenção são realmente dedicados a ele, são legítimos e intensos.

voltar a trabalhar foi essencial para o relacionamento com meu filho, pra que eu seja uma mãe melhor; ser mãe foi essencial pra que eu me tornasse uma profissional mais focada, que sabe priorizar atividades, hoje sou uma profissional melhor.

e de quebra virei toureira, né, dando olé do maremoto de críticas veladas e culpa que as outras mulheres tentam me afogar 🙂 mas não cedo, resisto firme no intento de ser presente e responsável primária na educação do meu filho sem precisar abrir mão da minha própria vida.

Categories: maternidade · working mom

o bendito sono

April 15, 2011 · 8 Comments

esse é, de longe, o assunto que mais nos dá trabalho com o otto. já lemos, conversamos com mil pessoas, pensamos e consultamos o pediatra – há algumas opções, mas no fundo tudo depende de como os pais lidam com o assunto, e com a personalidade do bebê.

vou resumir aqui o que aprendi nestes meses a respeito, e contar um pouco de como tem sido conosco, como referência para outros interessados.

nem todo recém-nascido dorme o tempo todo. o otto sempre foi muito “acordado” e agitado (inclusive na barriga). ele dormia vários soninhos, a cada mamada, mas sempre pouco e agitado durante o dia. como ele mamava a cada 2h e não sabia dormir, calculem o trabalho…;

mamar dormindo não é regra. o otto não dormia sempre que mamava, ou seja: a teta não era solução pra fazê-lo dormir (e não é até hoje);

ficar dormindo é um desafio. nos 2 primeiros meses ele dormia somente no colo, quando a gente segurava ele firmemente, e só ficava dormindo se fosse enrolado no cueiro. caso fosse deixado “solto” (no berço ou na cama, ou mesmo no colo), ele dormia, mas logo começava a mexer os braços e pernas sem controle e acordava a si mesmo (e chorava, é claro);

bebês não sabem dormir! parece ridícula essa descoberta pra você? pois pra mim não foi. bebês só sabem sugar e chorar, essa é a verdade. não sabem dormir, fazer cocô, pum, nada que exija tomada de decisão (agora vou fazer força no abdôme, ou fechar os olhos voluntariamente). ensiná-los a dormir nem sempre é simples, infelizmente;

o que quer que você invente fazer pro bebê dormir, vai ter que repetir por muitos e muitos meses. essa eu realmente não sabia, e aprendemos tarde demais. qualquer artimanha que você use pro bebê dormir – pegar no colo, ninar, cantar, sapatear, chacoalhar, dormir junto, contar história, etc. – vai se transformar na rotina de dormir. e sem a rotina, o bebê vai se recusar a dormir, e bebês que não dormem choram. ou seja: não invente nada que não queira repetir muito. não faça como nós fizemos: usamos a bola de pilates pra ninar o menino e fazê-lo dormir. conclusão: a bola tá GASTA de tanto a gente balançar nela. e temos que levar a porra da bola pra onde vamos, ou a rotina de dormir vira um inferno em terra;

às vezes eles trocam o dia pela noite. isso felizmente nunca aconteceu com o otto, ele tem sono quando o sol se põe (após 18h) e desperta de verdade só quando o sol nasce (após 5:30h, normalmente às 6h);

bebês tiram várias sonecas durante o dia. já tinha ouvido falar, mas a verdade é que nunca prestei muita atenção. o otto tem uma rotina de dormir pelo menos no meio da manhã e no meio da tarde (às vezes mais), mas nunca é organizadinho, com horário. suponho que seria melhor se tivesse, mas colocar pra dormir uma criança sem sono é tão chato quanto manter acordada uma criança com sono, então deixamos ele dormir quando quer;

crianças precisam de rotina; todo mundo repete isso, o pediatra insiste no ponto e constatei que é verdade. eles gostam mesmo e ficam mais felizes quando temos uma rotina bem estabelecida, e se ressentem quando saímos dela. isso é um problema quando viajamos ou temos compromisso fora de casa, mas enfim… também não consigo levar a rotina a ferro e fogo, principalmente no fim de semana. adapto quando é necessário, mas me esforço pra não deixá-lo incomodado com a bagunça 🙂

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o otto não dorme sozinho, pois nós o acostumamos a dormir no colo, ninando. ele nunca chorou no berço pra dormir, porque não queríamos deixá-lo chorar. sei que há quem recomende deixar chorar, mas nós não tivemos coragem. nosso pediatra é a favor de deixar chorar a partir do sexto mês somente (antes disso, ele acha que a prioridade é que o bebê durma, não importa como). pois ele está com 7 meses e não sabe dormir sozinho. morre de sono (boceja, coça o olhinho), chora, resmunga mas não dorme.

ele tem sono cedo, e dorme até que rápido no colo. o problema é colocá-lo no berço – geralmente ele chora na primeira tentativa. mantemos ele no colo uns 15min depois de dormir, e só então tentamos deixá-lo no berço. às vezes funciona de cara, às vezes voltamos pra bola. entre essa primeira dormida (logo depois da mamada) e a próxima mamada de meia-noite, ele acorda umas 2 vezes. mesmo processo: pega, nina, dorme, volta pro berço. ele raramente acorda quando dá essa choradinha, ele chora de olhos fechados.

depois de mamar à meia-noite, ele normalmente acorda mais 2 vezes (às vezes mais, depende do dia), e o processo se repete. tem dias que ele está especialmente chato, e não só chora mas esperneia no colo (tudo isso dormindo!).

eliminamos a mamada da madrugada aos 6 meses, mas nas noites mais chatas eu acabo dando o peito, porque só assim ele sossega. e assim, vamos postergando o momento aparentemente inevitável de deixá-lo chorar no berço até dormir, pra aprender a dormir sozinho. pois eliminadas as causas de choro/acordar (dor, febre, fralda, dentes), só resta mesmo manha.

pois na noite passada (ele está com 7 meses e meio), quando o menino acordou às 22:15h berrando e se debatendo, decidi testar deixá-lo no berço (já que mesmo no colo estava chorando e esperneando…), armada de toda coragem. porque é bom também que se diga que ouvir nosso bebê chorar é horrível, o coração fica partido.

bem, coloquei no berço e o drama começou: choro e berros mais altos ainda, esperneio, chutes, tentativas de agarrar meus braços, de levantar. o menino quase aprendeu a engatinhar nesses 30 minutos de drama… a boa notícia é que era tão óbvio que era drama que eu nem fiquei com pena ou tentada a pegá-lo. dei a mão pra ele, e fiquei fazendo carinho conforme ele deixava, devolvia a chupeta quando ele cuspia e gritava, e aos poucos ele foi percebendo que não adiantava gritar e começou a tentar ficar confortável. achou uma posição, ainda com a mãozinha grudada com a minha, e fechou os olhos! ainda deu choradinhas (dormindo), mas meio como reflexo, e depois de 20min de drama e 10min de achar a posição, ele dormiu.

e lá ficou, até a hora de mamar (à 1:30h o pai o levou, dormindo, pra mamar) e depois acordou por volta de 3h chorando. o pai, que foi socorrer, fez a mesma coisa: ficou junto, mão dada mas não pegou. e ele dormiu em 10min, só acordando de vez às 6:20h, de ótimo humor.

nem posso explicar meu alívio em perceber que é possível adestrá-lo, ensiná-lo que é possível dormir sozinho, depois de 7 meses de ginástica e drama. vamos continuar na mesma rotina, até que ele consiga dormir sem precisar de alguém ali com ele. estamos felizes 🙂

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homeopatia: por que não acredito mas acho legal

April 11, 2011 · 3 Comments

esse post foi movido pra cá, porque não é assunto específico desse blog, afinal.

dentro do contexto de maternidade e saúde da criança, acho que é preciso ser responsável quando se trata de cuidar de crianças, já que elas não podem escolher por si mesmas. submetê-las a tratamentos alternativos pode até ter algum valor mas deve ser feito com muita cautela, garantindo que o risco de erro é mínimo.

andar pelo lado mais conservador quando se trata da saúde dos nossos filhos nunca é demais, but that’s me. mas enfim, se tem gente por aí dizendo que ir ao pediatra é ruim, suponho que deve ter quem ache que não tem problema tratar doenças graves com placebo. paciência, que arque com as consequências depois.

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